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        <p><em>Do latim &ldquo;sustentare&rdquo;, suportar, conservar em bom estado e resistir&nbsp;<span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">s&atilde;o alguns dos significados da palavra que est&aacute; na boca de todos, principalmente por j&aacute; estarmos sofrendo com as consequ&ecirc;ncias do </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">aquecimento global</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">. Mas ser&aacute; que a beleza j&aacute; chegou ao seu ponto m&aacute;ximo de ajuda ao planeta? A resposta &eacute; n&atilde;o.</span></em></p>
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        <p style="text-align: justify;"><span>Foi publicado no Di&aacute;rio Oficial da Uni&atilde;o, pelo Conselho Nacional de Controle de Experimenta&ccedil;&atilde;o Animal (Concea), em mar&ccedil;o de 2023, uma resolu&ccedil;&atilde;o que pro&iacute;be o <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/o-u-i-a-marca-de-fragrancias-original-unica-individual">uso de animais em pesquisa, desenvolvimento e controle de cosm&eacute;ticos,</a> produtos de higiene pessoal e perfumes no <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/lana-del-rey-musico-da-cantora-detona-os-brasileiros">Brasil</a>. Com vig&ecirc;ncia imediata, ela, basicamente, veta que animais vertebrados sejam utilizados como &ldquo;cobaias&rdquo; nos casos em que os ingredientes e compostos j&aacute; possuam seguran&ccedil;a e efic&aacute;cia comprovadas cientificamente. Para f&oacute;rmulas novas, sem ainda evid&ecirc;ncia de seguran&ccedil;a e efic&aacute;cia, &eacute; obrigat&oacute;rio o uso de m&eacute;todos alternativos, que substituem, reduzem ou refinam o uso de animais. Essa&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">decis&atilde;o &eacute; para ser comemorada, mesmo que tenha sido tomada com certa morosidade, tendo em vista que as novas tecnologias para banir o sofrimento animal est&atilde;o dispon&iacute;veis h&aacute; um certo tempo, inclusive com grandes marcas brasileiras j&aacute; propagando a ideia por alguns anos.</span></p>
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        <p style="text-align: justify;"><span>A opini&atilde;o p&uacute;blica ajudou a pressionar esse mercado gigante que &eacute; o da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/beleza-tudo-e-muito-mais-e-o-novo-basico">beleza</a> no Brasil, inclusive nessa decis&atilde;o </span><span><em>cruelty free.</em> </span><span>Vale lembrar que estamos no top tr&ecirc;s dos maiores consumidores da &aacute;rea. Mas disponibilizar cosm&eacute;ticos com ingredientes naturais, otimizar embalagens para serem feitas com material reciclado e recicl&aacute;veis, escolher ativos que n&atilde;o&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">agridam o meio ambiente e ter selo vegano &eacute; o ponto m&aacute;ximo de refinamento que as marcas podem chegar quando o assunto &eacute; um mundo mais sustent&aacute;vel?</span></p>
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        <p style="text-align: justify;"><span>A defini&ccedil;&atilde;o literal de sustentabilidade engloba a capacidade de sustenta&ccedil;&atilde;o de um sistema. E o da beleza n&atilde;o &eacute; feito apenas de mol&eacute;culas e de frascos. O pr&oacute;ximo desafio do mercado precisa ent&atilde;o incluir pessoas: produtores e consumidores.</span></p>
        <p style="text-align: justify;"><span><br />Sobre a cadeia produtiva, al&eacute;m das empresas seguirem com pesquisas por f&oacute;rmulas mais &ldquo;naturais&rdquo;, que foi o primeiro grande </span><span>boom </span><span>da tida &ldquo;beleza verde&rdquo;, &eacute; necess&aacute;rio entender se aquele ativo natural n&atilde;o est&aacute; sendo retirado de alguma &aacute;rea de preserva&ccedil;&atilde;o. &Eacute; importante observar que nem sempre uma f&oacute;rmula contendo uma flor rara &eacute; sustent&aacute;vel por ser retirada de uma floresta ou de uma planta&ccedil;&atilde;o. Mergulhando mais ainda no tema: tal flor &eacute; cultivada por quem? Colhida por quem? Vem de uma comunidade que recebe apoio ou as </span><span>labels </span><span>cosm&eacute;ticas est&atilde;o apenas agindo como extratoras de um produto interessante para a pele, mas faz dali, para quem est&aacute; na colheita, um cen&aacute;rio de explora&ccedil;&atilde;o de m&atilde;o de obra? Outro caminho: ser&aacute; mesmo que o produto tido como &ldquo;amigo da natureza&rdquo;, mas usa uma mat&eacute;ria-prima vinda de um local remoto, pode mesmo ser considerado sustent&aacute;vel? Ele est&aacute; neutralizando o carbono de seu transporte (por ter sido extra&iacute;do do outro lado do planeta)? Tais processos ainda seguem sendo o calcanhar de Aquiles de muitas marcas, pois o p&uacute;blico agora come&ccedil;a a cobrar tamb&eacute;m essa postura necess&aacute;ria do &ldquo;quem est&aacute; fazendo o meu perfume l&aacute; no campo&rdquo; e &ldquo;quanto de carbono foi necess&aacute;rio para me entregar notas t&atilde;o raras?&rdquo;.</span></p>
        <p style="text-align: justify;"><span><br />Tamb&eacute;m &eacute; importante ressaltar que a sustentabilidade na&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">beleza engloba a diversidade de quem consome os cosm&eacute;ticos. Se for parar para pensar, marcas de produtos focados em peles maduras, e algumas outras em maquiagem, come&ccedil;aram a se comunicar com mulheres que n&atilde;o fazem parte das gera&ccedil;&otilde;es mais jovens. Por&eacute;m, no dia a dia, s&atilde;o discursos e mais discursos mostrando que o marketing de muitas companhias focam ainda boa parte de suas verbas e esfor&ccedil;os para falar majoritariamente com pessoas de vinte e poucos anos. E ainda podemos somar a isso uma onda conservadora e castradora que come&ccedil;a a se mostrar mais forte dentro dos padr&otilde;es de beleza, globalmente. J&aacute; repararam que a magreza excessiva e longe da sa&uacute;de voltou a ser pauta? Durante o &uacute;ltimo Oscar, por exemplo, o apresentador iniciou a noite citando um rem&eacute;dio usado para o emagrecimento, de forma ir&ocirc;nica, para o mundo todo ouvir, como se fosse o usual naquele segmento hoje em dia.<br /><br /></span></p>
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      <div class="column">
        <p style="text-align: justify;"><span>Foram anos de vozes propagando que a diversidade &eacute; linda, falando dos cacheados e dos cabelos volumosos, dos diferentes corpos e de todas as idades, para agora estarmos flertando novamente com restri&ccedil;&otilde;es que afetam de forma muito mais cruel e intensa as mulheres.<br /><br /></span></p>
        <p style="text-align: justify;"><span>Sustentabilidade na beleza precisa sim englobar mat&eacute;rias-primas e embalagens que n&atilde;o agridam o meio ambiente, muito mais do que ser ou n&atilde;o naturais. Precisa ser segura, mas tamb&eacute;m deve-se olhar para a m&atilde;o de obra que faz tais produtos, para que tenha dignidade, sem explora&ccedil;&atilde;o humana. Por fim, n&atilde;o alimentar retrocessos com a imagem do consumidor, especialmente as mulheres que n&atilde;o ser&atilde;o eternamente jovens e que n&atilde;o precisam mais voltar a caber em um manequim 34 for&ccedil;adamente para serem consideradas lindas.</span></p>
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Sustentabilidade: mercado da beleza já chegou ao seu limite?

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