A atriz Betty Gilpin d&aacute; detalhes de uma das maiores produ&ccedil;&otilde;es de Hollywood do ano de 2022

N&atilde;o &eacute; pouca coisa contracenar com atores do calibre de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/cultura/julia-roberts-vai-fazer-comedia-romantica-apos-anos">Julia Roberts</a>, Sean Penn e Dan Stevens, mas mesmo assim Betty Gilpin roubou a cena ao interpretar a autora e fashionista Mo Dean na s&eacute;rie Gaslit, dispon&iacute;vel na Starzplay. A s&eacute;rie conta a hist&oacute;ria por tr&aacute;s do caso Watergate, apresentando alguns personagens bastante p&uacute;blicos na cena pol&iacute;tica americana, mas pouco conhecidos hoje em dia na cultura popular. Betty faz parte do elenco principal da s&eacute;rie trazendo uma personagem com personalidade forte, cheia de opini&atilde;o e looks espetaculares. Nada menos esperado da atriz que ficou famosa por interpretar Liberty Belle na s&eacute;rie Glow, da Netflix.
Betty Gilpin conversou exclusivamente com a L&rsquo;Officiel para contar um pouco do que rolou por tr&aacute;s das c&acirc;meras em uma das maiores produ&ccedil;&otilde;es de Hollywood do ano de 2022. Confira como foi a conversa.

Betty Gilpin (Foto: Getty Images)

Este &eacute; um projeto um pouco diferente de Glow, s&eacute;rie que lhe deu a fama. Gaslit &eacute; sobre um dos maiores momentos da pol&iacute;tica e m&iacute;dia moderna americana e seus personagens s&atilde;o pessoas que de fato existiam, como Mo Dean. O quanto voc&ecirc; j&aacute; conhecia sobre ela e sua participa&ccedil;&atilde;o nesta hist&oacute;ria?
Eu n&atilde;o era nada familiarizada com a hist&oacute;ria. Quer dizer, eu sabia sobre Watergate e a era Nixon porque meu pai falava muito sobre. Ele contava como ficou obcecado com as audi&ecirc;ncias na &eacute;poca de faculdade. Ele e seus amigos odiavam Nixon. Porque era quase como uma novela, todos os dias, havia uma nova revela&ccedil;&atilde;o explosiva e inacredit&aacute;vel. A&iacute; quando fui me preparar para a s&eacute;rie resolvi assistir &agrave;s audi&ecirc;ncias no youtube esperando algo explosivo, mas pareceram t&atilde;o chatas. Acho que estamos t&atilde;o acostumados hoje em dia com as not&iacute;cias loucas que eu estava esperando que fosse ser assim. Conversando com meu pai ele disse disse &ldquo;voc&ecirc; tem que lembrar, n&atilde;o havia nada assim antes. Isso nunca havia acontecido&rdquo;.
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Essa parte da hist&oacute;ria e estes personagens, por mais marcantes que tivessem sido na &eacute;poca, n&atilde;o foram muito explorados na cultura popular. Por que voc&ecirc; acha que agora &eacute; o momento de olhar por esta lente?
Se voc&ecirc; lembra do filme Todos os Homens do Presidente de 1976, com Dustin Hoffman e Robert Redford, &eacute; algo que o cinema americano sempre fez. Quando contamos a hist&oacute;ria de algo que aconteceu, geralmente &eacute; pelo ponto de vista dos her&oacute;is que resolveram tudo ao inv&eacute;s de olhar para o que aconteceu e se responsabilizar pelos erros cometidos. A nossa s&eacute;rie &eacute; muito honesta sobre os diferentes personagens que fizeram parte dessa hist&oacute;ria que foram jogados embaixo do tapete e apagados com o decorrer dos anos, por exemplo Martha Mitchell (Julia Roberts) e Frank Wills (Patrick Walker). Ele era o seguran&ccedil;a do pr&eacute;dio, um homem negro respons&aacute;vel por mudar o curso da hist&oacute;ria americana que nunca vimos nos livros da escola. A Mo Dean, a gente v&ecirc; ela sentada atr&aacute;s de seu marido John Dean, em sil&ecirc;ncio nas audi&ecirc;ncias, mas nunca antes ouvimos a sua vers&atilde;o. &Eacute; importante reexaminar partes da nossa hist&oacute;ria por estas perspectivas diferentes se vamos ser honestos sobre quem somos e como chegamos aqui. Gaslit &eacute; &uacute;nica pois &eacute; centrada nestes personagens que talvez teriam tido apenas uma fala em um filme sobre Watergate, 20 ou 30 anos atr&aacute;s.

Como foi para voc&ecirc; descobrir mais sobre a Mo e preparar a personagem?
Essa foi a primeira vez que eu interpretei algu&eacute;m real na minha vida. Eu at&eacute; brinquei com Dan Stevens que faz John Dean &ldquo;n&atilde;o &eacute; junto, voc&ecirc; tem horas de v&iacute;deo do seu personagem falando e como ele se move e tudo que eu tenho s&atilde;o 15 minutos da minha sentada quieta no segundo plano&rdquo;. H&aacute; uma moda estranha dos atores ficarem quase que uma c&oacute;pia de carbono das pessoas que interpretam o que para mim, me distrai da hist&oacute;ria. Ent&atilde;o eu fui atr&aacute;s do m&aacute;ximo de informa&ccedil;&otilde;es que pude e preenchi os buracos criando por conta pr&oacute;pria. Nem tudo no roteiro &eacute; exatamente como algo aconteceu, ent&atilde;o h&aacute; um espa&ccedil;o para a criatividade.&nbsp;
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Uma das coisas interessantes que a s&eacute;rie traz &eacute; o papel das mulheres por tr&aacute;s das cenas da pol&iacute;tica. J&aacute; se via um fortalecimento do movimento feminista, Mo era uma mulher bastante moderna e forte, mas os protagonistas ainda eram os homens. Como foi para voc&ecirc; trazer estes aspectos tamb&eacute;m na narrativa?
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Eu acho que &agrave;s vezes h&aacute; um exagero na corre&ccedil;&atilde;o que acontece na nossa ind&uacute;stria. Muitas vezes querem fazer uma hist&oacute;ria feminista, quando ela n&atilde;o &eacute; isso. Ou s&atilde;o desonestos apagando a hist&oacute;ria de misoginia para ilustrar uma mulher poderosa. E eu acho que a nossa s&eacute;rie faz um bom trabalho em mostrar essas mulheres fortes mas ao mesmo tempo &eacute; coerente com o tempo que elas estavam vivendo e os obst&aacute;culos que enfrentavam. Mo e Martha s&atilde;o extremamente fortes, cheias de opini&atilde;o que se fosse nos dias de hoje talvez n&atilde;o teriam apenas sido esposas de pol&iacute;ticos e elas mesmas teriam cargos ou at&eacute; seriam a cabe&ccedil;a de grandes empresas. Elas tinham grandes objetivos, mas conseguiam ver as op&ccedil;&otilde;es que estavam dispon&iacute;veis &agrave; elas e us&aacute;-las. Mo se casou com o cara que fazia todas as coisas divertidas e isso lhe motivava a gui&aacute;-lo. &ldquo;Voc&ecirc; faz todas essas coisas. Eu n&atilde;o posso fazer, adoraria fazer com voc&ecirc;, mas n&atilde;o tenho como. Ent&atilde;o &eacute; isso que voc&ecirc; deveria fazer nessa situa&ccedil;&atilde;o&rdquo;.
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Outro ponto alto da s&eacute;rie tamb&eacute;m &eacute; o figurino desenhado por Susie DeSanto. Mo Dean era uma fashionista da &eacute;poca, ent&atilde;o voc&ecirc; pode usar v&aacute;rios looks incr&iacute;veis. O que voc&ecirc; mais gostou de usar?
Uma das minhas coisas favoritas quando assisti os v&iacute;deos das audi&ecirc;ncias, que n&atilde;o recriamos na s&eacute;rie, era que voc&ecirc; podia ver a marca dos &oacute;culos de bronzeamento da Mo Dean. Ela claramente sabia que iria aparecer na TV, e deve ter pensando "tenho que ir para a cabine de bronzeamento&rdquo;. (risos) Assim como em Glow, eu adoro usar roupas feitas antes de 1985, porque elas s&atilde;o feitas para curvas. Muitas das pe&ccedil;as que usamos eram vintage. E a&iacute; voc&ecirc; percebe o qu&atilde;o fr&aacute;geis e baratas s&atilde;o as coisas que estamos vestindo agora. Quando eles fizerem a miniss&eacute;rie de 2022, n&atilde;o vai sobrar um fio de roupa vintage para usar.

Betty Gilpin conta tudo que rolou por trás das câmeras em Gaslit

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