Apresentando a &uacute;ltima cole&ccedil;&atilde;o de Virgil Abloh, a Louis Vuitton fala sobre novas ideias e redefini&ccedil;&otilde;es para entendermos a premissa da moda como ferramenta de desconstru&ccedil;&atilde;o

A <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/fashion-week/paris-fashion-week-veja-os-highlights-do-terceiro-dia-de-evento">Louis Vuitton</a> acaba de apresentar sua cole&ccedil;&atilde;o Fall <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/fashion-week/zegna-apresenta-colecao-de-inverno-2022">Winter 22</a> na <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/fashion-week/primeiro-segundo-dia-paris-fashion-week">Semana de Moda de Paris Menswear</a> e, sem d&uacute;vidas, aparece no calend&aacute;rio como uma das mais esperadas da temporada - e &nbsp;a &uacute;ltima assinada por <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/louis-vuitton-homenageia-virgil-abloh">Virgil Abloh</a>, falecido&nbsp;em novembro do ano passado.&nbsp;Defini&ccedil;&atilde;o e redefini&ccedil;&atilde;o s&atilde;o fundamentais para entender o trabalho de Abloh durante sua passagem pela maison francesa. Apoiado por seu vocabul&aacute;rio sazonal &ndash; &ldquo;uma defini&ccedil;&atilde;o liberal de termos e explica&ccedil;&atilde;o de ideias&rdquo; &ndash; sua cole&ccedil;ao dividida em 8 partes &eacute; constru&iacute;da atrav&eacute;s do desejo de mudar nossa maneira de ver o mundo. 
Utilizando a moda como ferramenta, sua premissa est&aacute; em decodificar os preconceitos associados aos componentes da apar&ecirc;ncia humana. Ele quer recodificar a maneira como tratamos uns aos outros de acordo com nossa apar&ecirc;ncia e nos apresentamos. Um dos termos mais usados ​​por Virgil Abloh, a imagina&ccedil;&atilde;o &eacute; o que alimenta esse sonho. &Eacute; o que o levou &agrave; Louis Vuitton e o que define seu legado na Maison.

Louis Vuitton Fall Winter 22

Erguido atrav&eacute;s do Palais-Royal, o arco-&iacute;ris &eacute; a vers&atilde;o de Virgil Abloh da Estrada de Tijolos Amarelos de O M&aacute;gico de Oz. Na cole&ccedil;&atilde;o, ele traz desenhos do filme nas silhuetas de hip-hop da comunidade de onde ele surgiu, em Rockford, Illinois. Com ironia impl&iacute;cita, ele se espelha na hist&oacute;ria da garota da fazenda do meio-oeste, que &eacute; transportada por um tornado para a terra dos contos de fadas de Oz. Nesse paralelo, Oz &eacute; Paris, Dorothy &eacute; Virgil e o M&aacute;gico &eacute; sua imagina&ccedil;&atilde;o: a ideia recorrente de uma for&ccedil;a poderosa de mudan&ccedil;a, tamb&eacute;m representada nos gr&aacute;ficos do mago na Cole&ccedil;&atilde;o 8, ou o personagem do pai no filme, para a cole&ccedil;&atilde;o 7.
Depois de O M&aacute;gico de Oz, tinha que ser The Wiz. Inspirada na adapta&ccedil;&atilde;o de Oz que contou com um elenco totalmente negro, a Cole&ccedil;&atilde;o 2 estabelece o que sustentar&aacute; cada movimento de Virgil Abloh na Louis Vuitton: a&nbsp;Imagina&ccedil;&atilde;o Negra&nbsp;(que denota o repensar e a reviravolta de expectativas herdadas e muitas vezes inconscientes ligadas &agrave;s identidades negras ao longo da hist&oacute;ria, criando uma consci&ecirc;ncia encorajadora para o presente e futuro). Mesclando essa premissa com sua Boyhood Ideology, Virgil Abloh cria uma colorida equipe de marionetes para a Cole&ccedil;&atilde;o 5 com base em suas mem&oacute;rias de seus amigos quando foram a Paris para seu primeiro desfile na Louis Vuitton.

Os bonecos parecem brinquedos, mas s&atilde;o inspirados nas esculturas de madeira da &Aacute;frica Ocidental com as quais ele cresceu como filho de imigrantes ganenses. Ao longo das Cole&ccedil;&otilde;es 5, 6 e 7, seu trabalho come&ccedil;a a expressar um car&aacute;ter mais pessoal. A bandeira de Gana, o tecido e as silhuetas da &Aacute;frica Ocidental de sua heran&ccedil;a ocupam o centro do palco. Ele baseia seu filme para a Cole&ccedil;&atilde;o 6 em Stranger in the Village, de James Baldwin, examinando a experi&ecirc;ncia de ser um artista negro no ber&ccedil;o da arte europeia. Ele dedica a Cole&ccedil;&atilde;o 7 ao Amen Break, um break de bateria pouco conhecido, criado pelo grupo de funk-soul The Winstons, em 1969, que continuaria a sustentar os g&ecirc;neros hip-hop e jungle, e fragmentar em milhares das faixas pop mais familiares para n&oacute;s at&eacute; hoje.
Ele usa sua plataforma para a influ&ecirc;ncia universal desconhecida da cultura hip-hop que o alimentou por toda a vida. Para Abloh, documentar sua produ&ccedil;&atilde;o sempre foi uma quest&atilde;o de posteridade: preserv&aacute;-la para inspirar as gera&ccedil;&otilde;es futuras e abrir a porta que ele manteve entreaberta para as oportunidades de outros. Com isso em mente, o tempo &eacute; essencial. Seu trabalho muitas vezes lida com temas de tempo: o tempo de vida que nos &eacute; dado para fazer a diferen&ccedil;a nesta Terra.

O convite para a Cole&ccedil;&atilde;o 4 apresenta um rel&oacute;gio que anda para tr&aacute;s. No meio do cen&aacute;rio surrealista adornado com nuvens, h&aacute; uma &aacute;rvore equipada com uma escada que alcan&ccedil;a o c&eacute;u. A estampa &eacute; repetida na Cole&ccedil;&atilde;o 8, em bolsas azul-c&eacute;u embelezadas com al&ccedil;as de escalada, nos desenhos de Grim Reaper que ele espalha em roupas e nas estruturas semelhantes a pipas que se transformam em asas de anjo de tamanho humano. Como suas amadas paisagens urbanas de Giorgio de Chirico, Virgil Abloh imagina uma vida onde podemos desacelerar o rel&oacute;gio, voltar no tempo ou at&eacute; mesmo faz&ecirc;-lo parar.
Para o designer, as limita&ccedil;&otilde;es s&atilde;o feitas pelo homem. Ele imagina como seria o c&eacute;u na Terra, interpreta as flores como s&iacute;mbolos da diversidade humana e encontra civilidade no romantismo parisiense. Ele &eacute; apaixonado pelo surrealismo, mas seu trabalho nunca &eacute; t&atilde;o passivo quanto o escapismo. No centro est&aacute; um desejo genu&iacute;no de confrontar as quest&otilde;es do mundo, e ele aborda esse sonho com pragmatismo. Quando as solu&ccedil;&otilde;es racionais n&atilde;o parecem tornar o mundo um lugar melhor, ele tenta o oposto.

Para a Cole&ccedil;&atilde;o 5, Virgil Abloh encena um desfile arrebatador, quase psicod&eacute;lico. Uma maneira decididamente irracional de inspirar compaix&atilde;o nas pessoas atrav&eacute;s de demonstra&ccedil;&otilde;es alucin&oacute;genas de admira&ccedil;&atilde;o, est&aacute; intimamente ligada ao seu conceito de Cavalo de Tr&oacute;ia. &Eacute; sua maneira de ado&ccedil;ar quest&otilde;es sociais e pol&iacute;ticas em camadas agrad&aacute;veis ​​do que ele chama de &ldquo;nuance&rdquo; &ndash; teatro, divers&atilde;o, poesia &ndash; e entregar suas mensagens mais importantes com um sorriso. Virgil Abloh v&ecirc; que as roupas podem ser usadas como ferramentas de mudan&ccedil;a e decide usar cada cent&iacute;metro de sua plataforma global para criar algo muito al&eacute;m do reino da &ldquo;moda&rdquo;.

Louis Vuitton Fall Winter 22: uma octologia da moda

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