Historiadora, comunicadora e mulher trans, Giovanna Heliodoro ou <a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz notranslate _a6hd" href="https://www.instagram.com/transpreta/" role="link" tabindex="0">@transpreta</a>&nbsp; &eacute; um fen&ocirc;meno nas redes e une humor, ironia e muito conhecimento a causa da diversidade no Brasil&nbsp;&nbsp;

&ldquo;Lembre-se de que para al&eacute;m do m&ecirc;s da visibilidade trans, queremos mais oportunidades&rdquo;, afirma&nbsp;<a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz notranslate _a6hd" href="https://www.instagram.com/transpreta/" role="link" tabindex="0">@transpreta</a>&nbsp;- mulher trans, historiadora e comunicadora na sua entrevista exclusiva para L'Officiel Hommes Brasil.&nbsp; Giovanna Heliodoro - ou&nbsp;<a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz notranslate _a6hd" href="https://www.instagram.com/transpreta/" role="link" tabindex="0">@transpreta</a>&nbsp;- &eacute; um fen&ocirc;meno nas redes e une humor, ironia e muito conhecimento a causa da diversidade no Brasil, apresentando com maestria a hist&oacute;ria do nosso pa&iacute;s e suas in&uacute;meras curiosidades. Al&eacute;m, &eacute; claro, de defender e buscar por respeito, inclus&atilde;o e cada vez mais direitos para os LGBTQIAP+. Giovanna questionou pontos importantes e necess&aacute;rios no video feito para a L&rsquo;Officiel Hommes, onde as perguntas merecem reflex&otilde;es profundas e muita aten&ccedil;&atilde;o. Vale a pena conferir e tamb&eacute;m ler toda a entrevista da diva aqui.&nbsp;

Qual a import&acirc;ncia do dia da visibilidade trans para a comunidade?

Essa data &eacute; um verdadeiro Marco hist&oacute;rico da comunidade Trans e Travesti do Brasil, o Dia Nacional da Visibilidade Trans foi institu&iacute;do na inten&ccedil;&atilde;o de garantir direitos b&aacute;sicos para nossa comunidade. Essa data demonstra, para al&eacute;m da import&acirc;ncia da visibilidade, a necessidade de gerar oportunidades para que pessoas trans possam acessar espa&ccedil;os, serem vistas e reconhecidas.

Infelizmente, a rotina das pessoas transg&ecirc;neros e travestis no Brasil &eacute; marcada pelo medo, viol&ecirc;ncia, discrimina&ccedil;&atilde;o e falta de oportunidade. Para voc&ecirc;, quais s&atilde;o as maiores e principais dificuldades que uma pessoa trans enfrenta no seu cotidiano?

Pessoas travestis e transexuais lutam por direitos b&aacute;sicos e entender isso &eacute; compreender que ainda estamos debatendo sobre pautas fisiol&oacute;gicas, como exemplo: n&oacute;s ainda lutamos para usar um banheiro, lutamos para que nossos nomes sejam respeitados, lutamos para que possamos trabalhar no mercado formal. O nosso cotidiano &eacute; marcado por aus&ecirc;ncias e v&iacute;rgulas e faltas de oportunidades de subsist&ecirc;ncia, mas enfrentar isso se faz necess&aacute;rio. Por isso, neste m&ecirc;s refor&ccedil;amos mais uma vez que sejamos lembradas n&atilde;o apenas em janeiro, mas durante todo o ano.

Muito se fala sobre diversidade e inclus&atilde;o, mas efetivamente voc&ecirc; se sente inclu&iacute;da na sociedade?

Eu me sinto inclu&iacute;da na sociedade em partes, pois ainda bem sei que consigo acessar determinados espa&ccedil;os por ser uma pessoa influente na internet, ou formadora de opini&atilde;o. Por&eacute;m, mesmo assim n&atilde;o posso me esquecer que n&atilde;o sou vista enquanto uma pessoa Cis e branca nos espa&ccedil;os. Ent&atilde;o, por mais que seja inclu&iacute;da, me sinto de alguma forma exclu&iacute;da.

O Brasil vem reconhecendo cada vez mais importantes leis para os transexuais, mas a ainda falta muito! Na sua opini&atilde;o, como est&aacute; esse processo no nosso pa&iacute;s e como funciona na pr&aacute;tica a garantia legal dos direitos?

N&oacute;s temos leis que garantem os direitos de pessoas trans no Brasil, por&eacute;m, na pr&aacute;tica, isso n&atilde;o &eacute; uma realidade. Como exemplo, em 2021 o Congresso Nacional tinha aproximadamente 40 projetos que citavam diretamente a popula&ccedil;&atilde;o trans, mas a aprova&ccedil;&atilde;o por meio da C&acirc;mara de Deputados em Bras&iacute;lia negou a necessidade da exist&ecirc;ncia dessas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas. De toda forma, precisamos reconhecer que vivemos um momento &uacute;nico, historicamente dizendo. Em 2022 temos pela primeira vez duas deputadas federais que s&atilde;o travestis, minha amiga Erika Hilton e Duda Salabert. Juntas elas assumem o papel de transformar este cen&aacute;rio dentro da C&acirc;mara dos Deputados, garantindo que os crimes de lgbtfobia no Brasil sejam devidamente penalizados, bem como que os direitos que j&aacute; garantimos h&aacute; anos atr&aacute;s n&atilde;o sejam retrocedidos. &Eacute; importante lembrar tamb&eacute;m de Symmy Larrat a primeira travesti secret&aacute;ria nacional do governo brasileiro.&nbsp;

O que voc&ecirc; tem para dizer para aqueles que se sentem discriminados e com dificuldades de se inserirem no mercado de trabalho? A quem recorrer? O que fazer?

D&eacute;cadas atr&aacute;s muitas travestis e transexuais nem sequer tinham uma oportunidade de estar dando uma entrevista como eu neste momento. Muita coisa mudou de l&aacute; para c&aacute;, hoje podemos n&atilde;o ser aceitas em algum espa&ccedil;o, mas mesmo assim subvertemos muitas realidades que nem antes eram poss&iacute;veis. Por isso nunca se esque&ccedil;a que sua exist&ecirc;ncia &eacute; poss&iacute;vel, gra&ccedil;as &agrave;s muitas que nos antecederam na luta. Seja voc&ecirc; e busque por redes de acolhimento trans, pois juntas somos mais

Ainda existe segrega&ccedil;&atilde;o e preconceito nos relacionamentos amorosos e amizades?

Bom, &eacute; importante ressaltar antes de mais nada que sou uma travesti noiva, e a minha realidade &eacute; extremamente distante da maioria das minhas irm&atilde;s. O afeto n&atilde;o &eacute; uma realidade para nossa comunidade, sempre somos colocadas no lugar do fetiche e da hipersexualiza&ccedil;&atilde;o dos nossos corpos. Voc&ecirc; que est&aacute; lendo essa entrevista j&aacute; se questionou sobre quantas pessoas trans fazem parte da sua vida? Essa pergunta &eacute; fundamental para compreender que pessoas trans n&atilde;o fazem parte do conv&iacute;vio social da maioria das pessoas e mudar essa realidade &eacute; necess&aacute;rio.&nbsp;

Voc&ecirc; acredita que existe uma contribui&ccedil;&atilde;o efetiva da moda com a causa trans? O que poderia ser feito?

Eu sou completamente fan&aacute;tica pelo universo da moda, acompanho muitas marcas e designers brasileiros que vem revolucionando a ind&uacute;stria. Em 2020 eu tive a oportunidade de desfilar pela primeira vez no S&atilde;o Paulo Fashion Week e essa experi&ecirc;ncia foi fundamental para reconhecer outras pessoas trans que j&aacute; estavam acessando este espa&ccedil;o. No Brasil temos in&uacute;meras stylists trans, travestis nas passarelas, equipe t&eacute;cnicas transmasculinas e ou n&atilde;o binarie, por&eacute;m as oportunidades s&atilde;o poucas. Todos deveriam conhecer Isaac Silva, Lea T, Sam Porto, Giulia Dias, Aretha Sadick, Dandara Queiroz, Valentina Sampaio, Jari Jones.

O que voc&ecirc; gostaria que o mundo soubesse sobre as pessoas trans?

Lembre-se de que para al&eacute;m do m&ecirc;s da visibilidade trans, queremos mais oportunidades.&nbsp;

O ano ainda est&aacute; come&ccedil;ando, mas com certeza promete muitos sucessos! Nos conte um pouco sobre seus planos, projetos e sonhos para 2023?

Sonho com o dia que eu irei ser convidada para falar de minhas realiza&ccedil;&otilde;es e n&atilde;o simplesmente sobre ser uma pessoa trans. Por isso essa pergunta me humaniza, e antes de mais nada gostaria de agradecer.
Afinal este ano &eacute; um momento &uacute;nico na minha carreira, junto com Bielo Pereira, irei apresentar no Brasil o primeiro pr&ecirc;mio voltado e pensado para comunidade Trans e Travesti. Juntas iremos criar muito mais do que um evento, mas sim uma plataforma de conex&atilde;o e acolhimento para nossa comunidade e pessoa cis aliadas.
Quantos artistas trans que voc&ecirc; conhece foram premiados em grandes eventos da ind&uacute;stria? N&atilde;o consegue lembrar? Ser&aacute; que n&atilde;o existem? Ou s&oacute; n&atilde;o recebem o protagonismo que merecem? Se existimos desde que o mundo &eacute; mundo e se desempenhamos pap&eacute;is nas mais variadas camadas da sociedade, como na m&uacute;sica, no cinema, no teatro, porque n&atilde;o somos premiadas? Esse ano iremos mudar essa realidade.

Visibilidade Trans: Confira entrevista exclusiva com Giovanna Heliodoro

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