Leia na &iacute;ntegra a entrevista exclusiva de Bruna Marquezine para a L'Officiel Brasil #63

Foi no in&iacute;cio da tarde de uma quarta-feira que encontramos <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/bruna-marquezine-usa-looks-milionarios-no-festival-de-veneza-e-e-criticada">Bruna Marquezine</a> no lobby do hotel Brighton, na rue de Rivoli, em Paris. Ela vestia camiseta branca, cal&ccedil;a jeans, casaco verde clarinho de pelos (fake) e t&ecirc;nis Gucci. Com uma serenidade que se op&otilde;e &agrave; efervesc&ecirc;ncia da capital francesa durante essa &eacute;poca do ano.&nbsp;
&Eacute; a semana de &nbsp;moda de Paris e a leonina est&aacute; &nbsp;l&aacute; para acompanhar alguns desfiles - entre eles Off-White, de Virgil Abloh, e, nos pr&oacute;ximos dias, <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/conheca-a-nova-campanha-miu-miu-primavera-verao-2021">Miu Miu</a>. &ldquo;Vou usar este vestido bordado com uma pochete de couro com franjas de brilhos&rdquo;, diz ela, empolgada com o look assinado por Miuccia Prada para a sua primeira apresenta&ccedil;&atilde;o.
Ela e a criadora italiana t&ecirc;m algo em comum. Apesar de a senhora Prada n&atilde;o ter um perfil no Instagram com mais de 30 milh&otilde;es de seguidores, caso da atriz brasileira, elas comunicam um tom de poder e inspira&ccedil;&atilde;o para mulheres de v&aacute;rias gera&ccedil;&otilde;es. Miuccia &eacute; conhecida por costurar suas cole&ccedil;&otilde;es por um vi&eacute;s feminista. S&atilde;o in&uacute;meras temporadas nas quais a estilista apresenta seus temas envolvendo mulheres fortes, visando uma vida independente, de autoconfian&ccedil;a e liberdade.

Bruna Marquezine

Recentemente, Bruna fez seu posicionamento p&uacute;blico em rela&ccedil;&atilde;o ao tema. Em suas redes sociais, ela trouxe um discurso de sororidade, com menos julgamentos, principalmente em rela&ccedil;&atilde;o ao corpo. Com maturidade, ela debateu sobre a forma com que as pessoas - na maioria das vezes, outras mulheres - declaram sua opini&atilde;o de forma irrespons&aacute;vel em uma era de busca pela aceita&ccedil;&atilde;o.&nbsp;

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&ldquo;Se voc&ecirc; est&aacute; magra demais ou gordinha, isso &eacute; uma quest&atilde;o sua. Se estiver saud&aacute;vel, &eacute; isso que importa&rdquo;, comenta Bruna em um de seus v&iacute;deos. &ldquo;Eu acho importante a gente estar satisfeita com o nosso corpo. Eu gosto de me olhar no espelho e me sentir bem. E eu estou!&rdquo;, completa.&nbsp;

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O impacto foi imediato. Toda essa fala serve para se desvencilhar de rela&ccedil;&otilde;es antiquadas e comportamentos desconstrutivos na internet, um ambiente em que, erroneamente, se pode &ldquo;tudo&rdquo;. &ldquo;E eu n&atilde;o digo que n&atilde;o devem fazer cr&iacute;ticas &agrave;s minhas fotos, mas &agrave;s de qualquer pessoa&rdquo;, diz. Aqui, com exclusividade para a L&rsquo;Officiel Brasil, a atriz abre mais sobre seus pensamentos, sinceros e inspiradores.

L&rsquo;OFFICIEL: Um v&iacute;deo no qual voc&ecirc; cita que est&aacute; aprendendo cada dia mais sobre o feminismo viralizou nas redes sociais, alcan&ccedil;ando milh&otilde;es de visualiza&ccedil;&otilde;es. Como mergulhou no assunto?

BRUNA MARQUEZINE: Eu busco esse aprendizado conversando com outras mulheres, lendo sobre o tema, refletindo sobre as atitudes que eu tenho e que fui ensinada a ter. Acho que a mudan&ccedil;a vem da autoan&aacute;lise tamb&eacute;m: estar aberta a olhar ao redor, aprender e se transformar. Recentemente assisti Nanette (2018), um stand-up da comediante Hanna Gadsby, que me mostrou novos pontos de vista, questionamentos e reflex&otilde;es. E tem uma s&eacute;rie que eu adoro: The Handmaid&rsquo;s Tale - O Conto da Aia (2017). &Eacute; muito impactante e tamb&eacute;m provoca &nbsp;muitas reflex&otilde;es. 
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L&rsquo;OFF: Voc&ecirc; tamb&eacute;m fez uma s&eacute;rie de postagens sobre a aceita&ccedil;&atilde;o do corpo. Essa abertura sobre temas de poder feminino que acontece globalmente tem influenciado voc&ecirc;?

BM: Sim. Acho que n&atilde;o s&oacute; passei a entender melhor o que meu corpo significa para mim como tamb&eacute;m o que representa ser mulher hoje no Brasil e no mundo. Todas n&oacute;s somos v&iacute;timas de cobran&ccedil;as para estarmos dentro de padr&otilde;es inating&iacute;veis. Somos julgadas. Quem est&aacute; mais exposta, como eu, por causa do trabalho, &eacute; ainda mais um alvo constante dessa crueldade virtual. O v&iacute;deo n&atilde;o foi algo planejado, mas senti muita vontade de me expressar e tentar fazer as pessoas repensarem tudo isso. Tanto os que fazem as cr&iacute;ticas e n&atilde;o t&ecirc;m no&ccedil;&atilde;o das poss&iacute;veis consequ&ecirc;ncias horr&iacute;veis disso como as v&iacute;timas, que n&atilde;o devem aceitar essa cobran&ccedil;a. &Eacute; urgente que o mundo tenha mais empatia. Queria de algum jeito contribuir para essa voz feminista, que j&aacute; ecoa cada vez mais forte. Ainda bem. Sim, n&oacute;s, mulheres, temos que cada &nbsp;vez mais nos amar, nos aceitar e entender que &nbsp;somos &uacute;nicas.&nbsp;

L&rsquo;OFF: Dentro desse cen&aacute;rio, como voc&ecirc; encara a beleza e suas ferramentas?

BM: Acima de tudo, gosto de me sentir bem, &nbsp;saud&aacute;vel e em equil&iacute;brio. N&atilde;o quero parecer perfeita, e nem &nbsp;busco isso. Especialmente porque eu falo para um p&uacute;blico muito jovem, garotas mais novas do que eu, que est&atilde;o passando por uma fase na qual querem ser aceitas e acabam se comparando muito. Eu quero o contr&aacute;rio, na verdade. Quero estimular as mulheres a n&atilde;o competir entre si, a se aceitar e a buscar o que seja melhor e mais confort&aacute;vel para elas.&nbsp;

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L&rsquo;OFF: Al&eacute;m desses relatos p&uacute;blicos em v&iacute;deos, como voc&ecirc; age no seu c&iacute;rculo de amizades e de fam&iacute;lia para empoderar as mulheres ao redor?

BM: Converso muito com amigas e amigos e tamb&eacute;m em fam&iacute;lia. Acho importante debater. E tem uma coisa que busco fazer - e acho importante tamb&eacute;m - que &eacute; elogiar outra mulher, falar sobre as caracter&iacute;sticas que me inspiram em outras mulheres, enaltecer o que h&aacute; de positivo nelas. Acho que isso tamb&eacute;m faz a gente criar for&ccedil;as.

L&rsquo;OFF: Voc&ecirc; tem medo de falar publicamente sobre o feminismo?

BM: N&atilde;o tenho medo. Acho um assunto fundamental e vejo que a for&ccedil;a s&oacute; cresce. Cada vez mais as pessoas v&atilde;o se informando e repensando. S&oacute; vamos empoderar mulheres e mudar as estat&iacute;sticas tristes, como as taxas de feminic&iacute;dio e a enorme desigualdade salarial entre homens e mulheres, dialogando muito.

 
L&rsquo;OFF: Nas redes sociais, terreno em que voc&ecirc; &eacute; muito forte (com mais de 30 milh&otilde;es de seguidores no Instagram ), quais s&atilde;o as cinco figuras p&uacute;blicas que voc&ecirc; segue e se inspira?

BM: Eu escolheria seis pessoas que me inspiram a seguir em frente, a ver o mundo de outra forma:&nbsp; 
ASHLEY GRAHAM - @ASHLEYGRAHAM, AMY SCHUMER - @AMYSCHUMER, RIHANNA - @BADGALRIRI, YARA SHAHIDI - @YARASHAHIDI, ZENDAYA - @ZENDAYA e GISELE - @GISELE 
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Bruna Marquezine fala sobre feminismo, moda e inspirações

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