Tend&ecirc;ncias e est&eacute;ticas "Fashioncore" ganham novas perspectivas ap&oacute;s o caso "Court Core" de Gwyneth Paltrow, entenda

Viver com base em todas <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/conheca-o-cottagecore-o-estilo-que-esta-trazendo-leveza-para-o-verao">"Fashioncore"</a> que surgem com frequ&ecirc;ncia realmente &eacute; imposs&iacute;vel, mas muito al&eacute;m do questionamento do consumismo que surgiu com essas <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/praticos-e-bonitos-os-penteados-com-presilhas-voltaram-com-tudo">tend&ecirc;ncias</a>, estamos presenciando o despertar para outras problem&aacute;ticas que a romantiza&ccedil;&atilde;o de estilos podem conter.
Na moda, a palavra "Core" &eacute; usada para descrever um estilo espec&iacute;fico ou uma subcultura que &eacute; central para a identidade de uma pessoa. As tend&ecirc;ncias com a denomina&ccedil;&atilde;o "Core" geralmente apresentam um conjunto de elementos est&eacute;ticos e de estilo que definem o visual, criando uma sensa&ccedil;&atilde;o de coes&atilde;o e identidade em torno do estilo.

Por exemplo, a tend&ecirc;ncia "Cottagecore" que &eacute; baseada em uma est&eacute;tica buc&oacute;lica e campestre, com elementos como vestidos floridos, chap&eacute;us de palha, sapatos baixos, cestas de piquenique e padr&otilde;es florais. A ideia &eacute; criar um visual que remete a uma vida mais simples e conectada com a natureza.

Assim, a palavra "Core" &eacute; usada para indicar o n&uacute;cleo ou a ess&ecirc;ncia de um estilo ou subcultura, representando um conjunto espec&iacute;fico de elementos est&eacute;ticos e de estilo que definem a identidade e a coes&atilde;o do grupo.
Nos &uacute;ltimos meses o Tiktok, grande disseminador de est&eacute;ticas "Core", recebeu uma enxurrada de publica&ccedil;&otilde;es com rela&ccedil;&atilde;o a uma suposta nova vertente, o "Court Core". A trend n&atilde;o surgiu do nada, mas sim pela cobertura do caso do acidente de Ski de Gwyneth Paltrow, que inicialmente corria em segredo e acabou recebendo ampla cobertura da m&iacute;dia devido ao envolvimento de uma celebridade e ao uso de roupas e acess&oacute;rios caros pela atriz durante o julgamento.
A atriz, que estava sendo processada por um acidente com o instrutor, usou um conjunto de cal&ccedil;a e blazer da marca italiana Valentino, com um valor estimado em cerca de US $ 5.000 (cinco mil d&oacute;lares) na &eacute;poca. Al&eacute;m disso, ela tamb&eacute;m foi vista usando um rel&oacute;gio Cartier avaliado em cerca de US $ 15.000 (quinze mil d&oacute;lares).&nbsp;
O uso dessas roupas e acess&oacute;rios de luxo durante o julgamento, gerou curiosidade e reprodu&ccedil;&otilde;es como se fossem parte de um desfile nas m&iacute;dias sociais, mas diante do p&uacute;blico geral e m&iacute;dia jornal&iacute;stica o uso dessas pe&ccedil;as demonstrou uma m&aacute; atitude de Paltrow, como insens&iacute;vel e inadequada diante do processo jur&iacute;dico em quest&atilde;o.

Apesar do que se imagina, o distanciamento de Gwyneth Paltrow da realidade n&atilde;o aconteceu pelo alto valor de suas pe&ccedil;as, que segue uma linha minimalista de alto luxo, mas sim pela alta valoriza&ccedil;&atilde;o de uma est&eacute;tica completamente fora de uma atual conjuntura social, pol&iacute;tica e econ&ocirc;mica em que o mundo est&aacute; inserido. &Eacute; estimado que o patrim&ocirc;nio l&iacute;quido de Paltrow esteja por volta de 150 milh&otilde;es de d&oacute;lares, tornando a atriz e empres&aacute;ria parte de um grupo de elite que vive de sua imagem atrelada a grandes marcas de luxo.
O reflexo dessa romantiza&ccedil;&atilde;o em um ambiente neutro como um tribunal, fizeram com que&nbsp; reflex&otilde;es sobre o sistema de hipervaloriza&ccedil;&atilde;o de est&eacute;ticas fossem questionadas. Somente em 10 minutos de visualiza&ccedil;&atilde;o das &uacute;ltimas "Cores" mais acessadas no Tiktok &eacute; poss&iacute;vel perceber uma idealiza&ccedil;&atilde;o do luxo que entra em conflito com a avers&atilde;o de uma nova gera&ccedil;&atilde;o ao consumo de produtos de grandes empresas, criando uma subcultura de "dupes" (c&oacute;pias e falsifica&ccedil;&otilde;es) em prol de uma manifesta&ccedil;&atilde;o contra a padroniza&ccedil;&atilde;o.
O que mais uma vez banaliza o trabalho criativo em prol de uma ideologia ainda pouco estruturada, que deixa de lado temas como sustentabilidade, direitos trabalhistas e internacionais. Seria esse o momento de desacelerar? O fato &eacute; que a frenagem j&aacute; devia ter sido acionada, mas como acontece com qualquer outra evolu&ccedil;&atilde;o o aceleramento &eacute; um processo t&oacute;xico de entendimento de mercado, infelizmente ainda usado para transformar uma cadeia de consumo.

Fashioncore - Aonde fica o limite para a romantização de estéticas?

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