<p><em>Moda digital, beleza real! A<span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">&nbsp;estilista I</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">ris van Herpen </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">e as fundadoras da DressX,&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">Daria Shapovalova </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">e </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">Natalia Modenova</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">, conversam sobre as infinitas possibilidades criativas no espaço virtual</span></em></p>

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      <p style="text-align: justify;"><span>O <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/met-gala-2023-fara-homenagem-a-karl-lagerfeld">Met Gala</a> deste ano foi o local perfeito para abrigar a est&eacute;tica original do trabalho de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/iris-van-herpen-vai-ganhar-retrospectiva-em-museu-em-paris"><strong>Iris van Herpen</strong></a>. Vista no tapete vermelho ao lado de vestidos de design tradicional, fica evidente que sua vis&atilde;o tem uma natureza incomum. Uma raz&atilde;o para isso &eacute; a tecnologia que a designer holandesa usa para criar suas roupas. Quinze anos ap&oacute;s ter fundado a marca hom&ocirc;nima, ela &eacute; considerada uma veterana da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/metaverse-fashion-week-saiba-tudo-sobre-nova-semana-de-moda-que-veio-com-tudo">moda digital</a>. Com foco exclusivo na alta-costura, Van Herpen foi,&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">ao lado de sua equipe, precursora do uso da impress&atilde;o em 3D na moda. E suas cria&ccedil;&otilde;es et&eacute;reas, futuristas e m&aacute;gicas consolidaram sua reputa&ccedil;&atilde;o como uma estilista que combina moda com tecnologia. A Maison abriu o caminho para que outros projetassem pe&ccedil;as com esses mesmos avan&ccedil;os, embora elas ainda sejam muito f&iacute;sicas e baseadas no mundo real. Praticamente o oposto &eacute; a DressX, o guarda-roupa virtual que voc&ecirc; nunca imaginou que precisasse. As fundadoras,&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">Daria Shapovalova e Natalia Modenova, s&atilde;o empreendedoras ucranianas com experi&ecirc;ncia em vendas, marketing e jornalismo de moda. A dupla p&ocirc;s a Ucr&acirc;nia no mapa internacional ao fundar o showroom de com&eacute;rcio Mercedes-Benz Kiev Fashion Days and More Dash. Shapovalova tamb&eacute;m fundou o Instituto de Moda de Kiev, onde Modenova organizou seu curso de neg&oacute;cios do setor. Juntas, elas ainda criaram a Fashion Tech Summit. Desde o seu lan&ccedil;amento, em 2020, a DressX chamou aten&ccedil;&atilde;o no mundo dos empreendedores que misturam moda e tecnologia. A plataforma levou Shapovalova e Modenova &agrave; mais nova fronteira, o Metaverso. Neste ano, elas organizaram um evento que reuniu desfile de moda, exposi&ccedil;&atilde;o e loja pop-up com a ag&ecirc;ncia de viagens do Metaverso durante a primeira Metaverse Fashion Week. Recentemente, tamb&eacute;m abocanharam uma indica&ccedil;&atilde;o para o Pr&ecirc;mio de Inova&ccedil;&atilde;o LVMH 2022.<br /><br /></span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;"><span>L&rsquo;Officiel&nbsp;</span><span>juntou Van Herpen, Shapovalova e Modenova no Zoom. As s&oacute;cias da DressX usavam brincos digitais, em estilo chandelier, nas cores da bandeira ucraniana &ndash; um item para a arrecada&ccedil;&atilde;o de fundos que a dupla lan&ccedil;ou na DressX depois que a Ucr&acirc;nia foi invadida, no in&iacute;cio do ano. &Eacute; em momentos como esse, em suas in&uacute;meras chamadas pelo Zoom, que todos lhes perguntam se o que est&atilde;o usando &eacute; &ldquo;de verdade&rdquo;. A resposta delas? Sim. &ldquo;&Eacute; digital, mas provoca sentimentos e emo&ccedil;&otilde;es de verdade&rdquo;, diz Modenova. Na DressX, elas percebem os consumidores deslumbrados com a nova realidade aumentada. Van Herpen e Shapolova cruzaram-se brevemente pelo circuito dos desfiles, e ambas queriam muito perguntar, uma &agrave; outra, sobre o seu mundo, desde o melhor lugar para vestir moda digital at&eacute; que tipos de software cada uma utiliza. A estilista &eacute; definitivamente uma &ldquo;curiosa digital&rdquo;, mas se mostrou preocupada com a perda de exclusividade de suas cria&ccedil;&otilde;es &uacute;nicas. A DressX acaba de abrir uma loja pop-up em Paris, na loja de departamentos Printemps, mergulhando na vers&atilde;o digital de um produto que existe no ambiente f&iacute;sico. As duas concordam que, prontas ou n&atilde;o, as personas virtuais est&atilde;o a caminho, e at&eacute; j&aacute; se formando na era do Zoom. Roupas digitais ajudar&atilde;o a moldar nossa personalidade no Metaverso e s&atilde;o um caminho para a sustentabilidade. Modenova deu conselhos aos criadores: &ldquo;&Eacute; melhor entrar na onda quando ela come&ccedil;a, e n&atilde;o quando termina&rdquo;, diz. Este &eacute; um &oacute;timo lugar para come&ccedil;ar.</span><br /></span></p>
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Daria Shapovalova e Natalia Modenova

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            <p style="text-align: justify;"><span></span><span><strong>Voc&ecirc;s t&ecirc;m perguntas sobre o trabalho umas das outras?</strong> <br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>Posso come&ccedil;ar? Eu entendo bem o processo de confec&ccedil;&atilde;o, porque a maior parte do que fa&ccedil;o come&ccedil;a no digital. Mas queria saber se voc&ecirc;s se concentram em artigos sob medida para os clientes, ou se os looks s&atilde;o criados em grande volume. </span><span>daria <br /><br />DS:&nbsp;</span><span>A moda digital &eacute; uma oportunidade de trabalhar no mercado de massa sem ser do mercado de massa. Assim que o arquivo &eacute; criado digitalmente, voc&ecirc; pode vestir muitas pessoas com a mesma roupa, mas ela pode ser t&atilde;o complexa quanto qualquer item de alta-costura.</span></p>
            <p style="text-align: justify;"><span>NM:&nbsp;</span><span>Alguns itens exigem esfor&ccedil;o e criatividade consider&aacute;veis por parte de v&aacute;rios t&eacute;cnicos, al&eacute;m de grande quantidade de pot&ecirc;ncia e energia. A ado&ccedil;&atilde;o do blockchain nos possibilita fazer tudo com exclusividade.&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">dS </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">Isso muda a concep&ccedil;&atilde;o sobre o que a moda pode ser.&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">O objetivo &eacute; democratizar a moda no espa&ccedil;o virtual sem prejudicar a criatividade, pois tudo &eacute; poss&iacute;vel sem as limita&ccedil;&otilde;es da vida real. A no&ccedil;&atilde;o de exclusividade ou raridade fica evidente com NFTs que 20 pessoas podem usar. &Eacute; diferente dos meus brincos, por exemplo, que podem ser usados por 100 milh&otilde;es de pessoas ao mesmo tempo.</span></p>
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Iris van Herpen, desfile de Alta-Costura Primavera 2020

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      <p style="text-align: justify;"><span><strong>Nem todas as pe&ccedil;as s&atilde;o NFTs &ndash; algumas s&atilde;o arquivos digitais? Voc&ecirc;s fazem NFTs &uacute;nicas?</strong><br /></span><span>DS:&nbsp;</span><span>&Agrave;s vezes fazemos, como em um leil&atilde;o e quando formamos parcerias. A DressX vende tanto NFTs &ndash; com a ajuda do blockchain &ndash; como arquivos digitais. N&oacute;s promovemos a moda digital como linguagem e ferramenta. Minha pergunta para a Iris: nos &uacute;ltimos cinco a sete anos, a moda se voltou para a tecnologia, e os designers cada vez mais se inspiram nela. Voc&ecirc; sentiu essa virada? Qual foi a mudan&ccedil;a mais significativa?<br /></span></p>
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            <p><span>IVH:&nbsp;</span><span>Quando eu comecei a imprimir em 3D, faz uns 11 anos, a tecnologia j&aacute; era boa parte do processo. N&atilde;o fazemos distin&ccedil;&atilde;o entre arquivos de computador, arquivos 3D e o trabalho feito &agrave; m&atilde;o no ateli&ecirc;. Tudo est&aacute; interconectado. S&atilde;o idas e vindas entre o f&iacute;sico e o digital em um s&oacute; look. Foi dif&iacute;cil explicar isso para os jornalistas alguns anos atr&aacute;s. Eles entendem a alta-costura, mas n&atilde;o entendem a integra&ccedil;&atilde;o da tecnologia com a alta-costura. Eu me senti uma alien&iacute;gena tentando explicar o que faz&iacute;amos. De modo geral, a moda est&aacute; abra&ccedil;ando mais a tecnologia, ent&atilde;o agora est&aacute; tudo mais f&aacute;cil, n&atilde;o s&oacute; para o marketing, mas tamb&eacute;m para entender a tecnologia dentro do processo criativo. Estou empolgada com a realidade mista. Ela expande nossa viagem emocional para o mundo da fantasia, onde as leis da f&iacute;sica n&atilde;o limitam a realidade f&iacute;sica, ampliando as possibilidades de narrativas. Essa realidade mista tamb&eacute;m &eacute; poss&iacute;vel em desfiles e exposi&ccedil;&otilde;es, como a hist&oacute;ria por tr&aacute;s do look digital ou f&iacute;sico. Existe um lindo di&aacute;logo a&iacute;.<br /></span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;"></span></p>
            <p><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;"><br /><strong>Ent&atilde;o voc&ecirc; pode usar a tecnologia para mostrar o look ganhando vida?<br /></strong></span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">IVH:&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">Exatamente.</span></p>
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            <p style="text-align: justify;"><span><strong>A arte &eacute; fundamental para o seu trabalho. Quais s&atilde;o as formas que voc&ecirc; procura para o pr&oacute;ximo choque entre arte e tecnologia?</strong><br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>H&aacute; muitas maneiras de colidir a arte com a tecnologia. Estamos trabalhando numa extens&atilde;o digital para passarelas e exibi&ccedil;&otilde;es, mas n&atilde;o posso entrar em detalhes. Uma quest&atilde;o a que n&atilde;o respondi diz respeito a arquivos digitais de certos looks f&iacute;sicos que n&oacute;s temos e que n&atilde;o foram exibidos digitalmente. Como casa de alta-costura, nos baseamos na exclusividade, e tudo o que fazemos &eacute; de propriedade &uacute;nica de um cliente ou de um museu. Queremos democratizar isso e oferecer digitalmente para mais clientes online?</span></p>
            <p style="text-align: justify;"><span><strong>Como na DressX?</strong><br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>Exatamente. &Eacute; uma pergunta intrigante a que ainda n&atilde;o consegui responder &ndash; considerando que valor isso tem ou vai ter no futuro e o que a exclusividade da alta-costura significa quando ela &eacute; ampliada ao mundo virtual. Adoraria saber o que voc&ecirc;s pensam disso.<br /></span></p>
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                  <p style="text-align: justify;"><span>NM:&nbsp;</span><span>&Eacute; inevit&aacute;vel a intersec&ccedil;&atilde;o entre a arte e a tecnologia. O mesmo acontece na moda e em outros setores: a tecnologia est&aacute; absorvendo tudo. O campo de tecn&oacute;logos criativos &eacute; composto de uma nova gera&ccedil;&atilde;o de artistas que encontra maneiras de aplicar a arte e a moda &agrave; tecnologia. Em termos de exclusividade no digital, a alta-costura f&iacute;sica ainda &eacute; mais exclusiva que sua presen&ccedil;a virtual. O mesmo para a presen&ccedil;a f&iacute;sica de uma pessoa. Mas existe espa&ccedil;o para uma outra dimens&atilde;o da moda, da arte e da criatividade. A alta-costura digital existe; n&atilde;o &eacute; s&oacute; produ&ccedil;&atilde;o em massa. Curiosamente, ainda n&atilde;o existem regras para esse universo.</span></p>
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look de Iris van Herpen, desfile de alta-Costura Primavera 2021

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      <p style="text-align: justify;"><span><strong>Exemplo interessante do papel do blockchain. Pr&oacute;xima pergunta: a tecnologia tem permitido que voc&ecirc;s levem a moda para outro patamar. At&eacute; onde isso pode ir?</strong><br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>Meu amor pela moda vem principalmente do conceito, da inspira&ccedil;&atilde;o e da narrativa por tr&aacute;s da cria&ccedil;&atilde;o. Mais que ser um produto, ela proporciona identidade. Estou animada com a expans&atilde;o sem limites no universo digital, no qual j&aacute; estou trabalhando. No futuro, eu adoraria criar todo o ambiente em volta do look, conectando totalmente as pessoas a uma arquitetura cin&eacute;tica baseada no vestu&aacute;rio. O c&eacute;u &eacute; o limite. Essa narrativa &eacute; linda porque a alta-costura, no come&ccedil;o, tinha a ver com contar uma hist&oacute;ria. Mas, nos &uacute;ltimos 50 anos, tem sido mais sobre industrializa&ccedil;&atilde;o e sofistica&ccedil;&atilde;o. A revolu&ccedil;&atilde;o da moda digital interfere nisso.</span></p>
      <p style="text-align: justify;"><span><strong>Voc&ecirc; joga algum videogame, Iris?</strong><br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>Jogo o novo Horizon. Estou explorando o mundo digital, mas n&atilde;o estou com pressa. Vou fazer quando isso agregar valor. N&atilde;o quero perder o amor pelo entretenimento f&iacute;sico. Algu&eacute;m pode usar o guarda-roupa da DressX no jogo Horizon?<br /><br /></span><span>DS:&nbsp;</span><span>Nesse jogo, n&atilde;o. Foi uma colabora&ccedil;&atilde;o pontual. Atualmente, voc&ecirc; n&atilde;o pode simplesmente apertar um bot&atilde;o e a roupa aparecer em todas as plataformas. Mas, um dia, todo gamer vai poder us&aacute;-la em qualquer jogo.<br /></span><span><br />IVH:&nbsp;</span><span>Como acontece com a m&uacute;sica, que posso ouvir em qualquer plataforma. &Eacute; a mesma coisa, certo?<br /></span><span><br />DS:&nbsp;</span><span>Tecnologias futuras v&atilde;o permitir um guarda-roupa virtual em diversos jogos. &Eacute; algo que vislumbramos como poss&iacute;vel.<br /></span><span><br />IVH:&nbsp;</span><span>N&atilde;o podemos falar da ind&uacute;stria da moda por inteiro, mas sei de uma por&ccedil;&atilde;o de m&uacute;sicos que tiveram dificuldades com a digitaliza&ccedil;&atilde;o da m&uacute;sica. N&atilde;o &eacute; que eles n&atilde;o vivam online, mas grandes empresas como o Spotify ficam com todo o dinheiro. Os artistas t&ecirc;m sido desprestigiados. Espero que a moda n&atilde;o cometa o mesmo erro. Sou totalmente a favor da moda digital, mas o conte&uacute;do criativo deve ser lucrativo, para que os artistas possam ganhar a vida.<br /><br /></span><span>NM:&nbsp;</span><span>Agora que a economia digital est&aacute; se formando, designers e criadores devem fazer parte desse processo, estabelecendo novas regras para que os interesses de todos os envolvidos sejam contemplados. Por exemplo, mesmo que voc&ecirc; saiba como vestir as roupas, n&atilde;o pode us&aacute;-las em todos os jogos, porque eles t&ecirc;m um </span><span>gatekeeper</span><span>; o desenvolvedor de um jogo &eacute; dono do p&uacute;blico que ele formou, e merece uma remunera&ccedil;&atilde;o por isso. Criadores da moda e da tecnologia devem participar na forma&ccedil;&atilde;o desse novo mercado. Por que esperar at&eacute; que as regras desse novo universo j&aacute; estejam definidas?</span></p>
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Antes e depois de um look da DressX ser aplicado

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      <p style="text-align: justify;"><span><strong>A ind&uacute;stria musical, ironicamente, agora precisa estar sempre em turn&ecirc; no mundo f&iacute;sico para fazer dinheiro. Qual foi o maior impacto da tecnologia sobre os seus consumidores?</strong><br /></span><span>NM:&nbsp;</span><span>Do ponto de vista dos consumidores, eu vejo interesse, euforia e uma variedade de emo&ccedil;&otilde;es e rea&ccedil;&otilde;es quando eles usam moda digital pela primeira vez. Ela os surpreende e provoca sentimentos reais.</span></p>
      <p style="text-align: justify;"><span>DS:&nbsp;</span><span>N&oacute;s percebemos a necessidade que os consumidores t&ecirc;m de aderir &agrave; moda numa nova dimens&atilde;o, al&eacute;m da roupa f&iacute;sica. Ainda n&atilde;o chegamos l&aacute;, mas a moda digital vai se difundir no mundo virtual como j&aacute; acontece no f&iacute;sico. Pois, como seres humanos, n&oacute;s desejamos e precisamos de roupas.</span></p>
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      <p style="text-align: justify;"><span><strong>Qual &eacute; o impacto que a moda digital provoca na sustentabilidade?</strong><br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>Estou ansiosa para ver como a moda digital gera impacto na sustentabilidade. A moda tem muito com o que lidar nos pr&oacute;ximos anos; &eacute; quase imprevis&iacute;vel. Uma quest&atilde;o &eacute; a superprodu&ccedil;&atilde;o. Digitalizar a moda pode significar produzir uma cole&ccedil;&atilde;o digital primeiro, obter retorno dos compradores e, ent&atilde;o, produzir o que eles encomendam. &Eacute; assim que a alta-costura funciona. &Eacute; algo l&oacute;gico, mas mesmo assim ficamos perdidos nesse sistema simples. A moda digital preencheria o v&aacute;cuo entre os consumidores e a marca. <br /><br /></span><span>NM:&nbsp;</span><span>Experimentamos essa abordagem na nossa parceria com a Farfetch, exibindo pe&ccedil;as de Balenciaga, Dolce &amp; Gabbana, Off-White e outras. Em vez de produzir com anteced&ecirc;ncia, eles recebiam pr&eacute;-encomendas e s&oacute; fabricavam para elas. No marketing e no consumo, a narrativa da moda pode acontecer sem que haja produ&ccedil;&atilde;o f&iacute;sica. Por exemplo, a divulga&ccedil;&atilde;o de novas cole&ccedil;&otilde;es pode envolver a produ&ccedil;&atilde;o de 100 unidades, para que sejam enviadas a 50 influenciadores; mas, em vez disso, esses itens podem ser digitalizados, diminuindo a pegada de carbono. A moda digital &eacute; uma solu&ccedil;&atilde;o muito mais sustent&aacute;vel.</span></p>
      <p style="text-align: justify;"><span><strong>A Iris &eacute; pioneira em tecnologia aplicada ao vestu&aacute;rio da alta- costura f&iacute;sica, e a DressX &eacute; pioneira no guarda-roupa virtual. Como os dois se complementam?</strong><br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>&Eacute; da nossa natureza ter coisas bonitas. Se temos um guarda- roupa virtual cheio, podemos nos tornar mais seletivos e conscientes daquilo que possu&iacute;mos no mundo f&iacute;sico. Quando eu compro alguma coisa, uso aquilo por 10 ou 20 anos, apenas escolhendo as pe&ccedil;as que amo. Um guarda-roupa digital, com o qual voc&ecirc; pode se expressar mais, vai ajudar em um aspecto da sustentabilidade.</span></p>
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Björk se apresentando com um vestido personalizado por Iris van Herpen; Winnie Harlow vestindo Iris van Herpen no Met Gala 2022; Bailarina do Balé Nacional da Holanda vestindo Iris van Herpen para o curta-metragem Biomimicry

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        <p style="text-align: justify;"><span><strong>Ent&atilde;o voc&ecirc; acha que o digital vai suprir esse &iacute;mpeto de ter algo novo?</strong><br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>Vai permitir que troquemos nossa identidade com mais frequ&ecirc;ncia &ndash; algo de que muita gente precisa. &Eacute; uma grande necessidade sem preju&iacute;zo. Falando de maneira mais cr&iacute;tica, n&oacute;s ainda precisamos ter consci&ecirc;ncia do mundo virtual, porque tudo o que &eacute; criado usa energia e poder criativo; n&atilde;o devemos comprar 20 looks digitais por dia. &Eacute; ilimitado, mas n&atilde;o sem limites.</span></p>
        <p style="text-align: justify;"><span><strong>Tamb&eacute;m penso sobre isso. De onde vem toda a energia necess&aacute;ria para alimentar um mundo totalmente digital?</strong><br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>Basicamente, precisamos de equil&iacute;brio. Mesmo no caso de uma roupa digital, eu a usaria mais vezes. O objetivo &eacute; us&aacute;-la com mais frequ&ecirc;ncia, certo? O que voc&ecirc; acha, Daria?</span></p>
        <p style="text-align: justify;"><span><strong>Boa pergunta. Pode-se saber como a sustentabilidade se tornou a base do seu neg&oacute;cio?</strong><br /></span><span>DS:&nbsp;</span><span>Nossa empresa &eacute; carbono neutra. Por isso, definimos as emiss&otilde;es de CO</span><span>2 </span><span>para criar os itens e vestir as pessoas neles. Mesmo que a produ&ccedil;&atilde;o seja menos prejudicial ao meio ambiente, &eacute; preciso considerar quantas pe&ccedil;as n&oacute;s compramos e usamos.</span></p>
        <p style="text-align: justify;"><span>NM:&nbsp;</span><span>Tamb&eacute;m &eacute; preciso educar o consumidor e mostrar que a moda digital tem custos. A sociedade depende do consumo de energia e dos recursos para tudo, mas a eletricidade tem seu pre&ccedil;o. O pay-per-use &eacute; um modelo; a moda digital deve trazer novas formas de consumo.<br /></span></p>
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                <p><span>IVH:&nbsp;</span><span>Fico curiosa sobre a necessidade de propriedade, como &eacute; o caso da Netflix e do Spotify, que cobram uma taxa mensal pelo acesso &agrave; cultura.</span></p>
                <p><span><strong>Tipo um modelo de assinatura?</strong><br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>Sim. Voc&ecirc; escolhe algo que quer usar de acordo com suas prefer&ecirc;ncias pessoais. Alguns querem ser donos, mas, se pensarmos no que vai ali, podemos compartilhar o conte&uacute;do, e isso pode ser positivo. Eu uso o mesmo processo de design tanto para um look digital como para um f&iacute;sico, ent&atilde;o minha conex&atilde;o com a pe&ccedil;a &eacute; similar. Seria uma pena que algu&eacute;m a usasse s&oacute; uma vez.</span></p>
                <p><span><strong>&ldquo;Fora deste mundo&rdquo; &eacute; uma express&atilde;o que pode descrever o trabalho de todas voc&ecirc;s. Como definem isso?</strong><br /></span><span>DS:&nbsp;</span><span>A oportunidade de estar em diversos mundos virtuais e criar roupas que quebram a regra da fisicalidade fez a DressX ser de fora deste mundo. E tamb&eacute;m o fato de que trabalhamos com o maior n&uacute;mero poss&iacute;vel de criadores. Na moda tradicional, colabora&ccedil;&otilde;es s&atilde;o dif&iacute;ceis, mas na digital elas ficam mais f&aacute;ceis. Com as NFTs, os lucros podem ser distribu&iacute;dos por meio de vendas secund&aacute;rias. Isso n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel na moda. E se Christian Lacroix recebesse dinheiro pelas vendas secund&aacute;rias ou terci&aacute;rias de seus trajes? Talvez ele n&atilde;o tivesse ido &agrave; fal&ecirc;ncia.</span></p>
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                <p style="text-align: justify;"><span>IVH:&nbsp;</span><span>Em &uacute;ltima inst&acirc;ncia, a beleza de criar algo fora deste mundo &eacute; o fato de algu&eacute;m explorar isso dentro de si mesmo. Por exemplo, quando algu&eacute;m veste pela primeira vez um look que criamos, &eacute; poss&iacute;vel ver a transforma&ccedil;&atilde;o em seus olhos e rosto, descobrindo algo novo e desconhecido l&aacute; dentro. A moda digital nos permite mudar a maneira como nos expressamos. Isso vai inspirar muita gente a ser mais fluida e experimental em rela&ccedil;&atilde;o a sua identidade, porque &eacute; poss&iacute;vel mud&aacute;-la no dia seguinte.</span></p>
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DressX no Spin Metaverso, da plataforma de moda circular Lablaco; Look da DressX inspirado em Matrix; Vestido digital em forma de coração

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        <p style="text-align: justify;"><span><strong>Como se voc&ecirc; n&atilde;o precisasse se comprometer com uma ideia?</strong>&nbsp;<br />I</span><span>VH:&nbsp;</span><span>Voc&ecirc; pode experimentar coisas diferentes e conhecer comunidades diferentes quando o Metaverso faz parte&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">do cotidiano. Acho que as pessoas v&atilde;o abra&ccedil;ar seu &ldquo;foradestemundismo&rdquo;. Espero que elas tamb&eacute;m abracem outras comunidades. &Eacute; mais f&aacute;cil entrar nesse universo para descobrir os outros.</span></p>
        <div class="page" title="Page 3">
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              <div class="column" style="text-align: justify;">
                <p><span><strong>Voc&ecirc;s est&atilde;o todas acostumadas com colabora&ccedil;&otilde;es. De que outra forma seu neg&oacute;cio pode colaborar?</strong><br /></span><span>IVH:&nbsp;</span><span>Tenho colabora&ccedil;&otilde;es f&iacute;sicas que mostrei para o mundo, mas tamb&eacute;m algumas pessoais. Estou colaborando com um fil&oacute;sofo num n&iacute;vel pessoal e mental que me inspira por meio de conversas. Geralmente, tem a ver com materialidade &ndash; arquitetos, artistas, bailarinos, m&uacute;sicos e companhias &ndash;, mas eu encaro isso de maneira pessoal. Eu n&atilde;o sinto necessidade de expor isso, mas aprecio muito esse &acirc;ngulo diferente.</span></p>
                <p><span>NM:&nbsp;</span><span>Tudo o que acontece no universo da moda digital nasceu de colabora&ccedil;&otilde;es entre pessoas com diferentes habilidades e experi&ecirc;ncias mas com mentalidade parecida.</span></p>
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              <div class="column">
                <p style="text-align: justify;"><span>IVH:&nbsp;</span><span>Esse universo est&aacute; conectado com o ateli&ecirc; tradicional, no qual artes&atilde;os colaboram entre si. Acontece o mesmo no mundo virtual, como uma for&ccedil;a coletiva de conhecimento.</span></p>
                <p style="text-align: justify;"><span><strong>O que voc&ecirc;s diriam &agrave;queles que s&atilde;o c&eacute;ticos em rela&ccedil;&atilde;o ao Metaverso ou &agrave; moda digital?</strong><br /></span><span>NM:&nbsp;</span><span>Quando algu&eacute;m critica o Metaverso, digo: &ldquo;Lembra do primeiro iPhone? Agora, d&ecirc; uma olhada no que voc&ecirc; tem hoje&rdquo;. A tecnologia vai chegar l&aacute;. Quanto mais cedo voc&ecirc; a adota, mais cedo ela fica melhor.</span></p>
                <p style="text-align: justify;"><span>IVH:&nbsp;</span><span>Exatamente. Eu diria o mesmo que a Natalia. &Eacute; preciso imagina&ccedil;&atilde;o para entender como interagir no Metaverso e visualizar o progresso, que vai se tornar cada vez mais humano e intuitivo. As pessoas podem escolher o que lhes cai bem, como um jogo, uma exposi&ccedil;&atilde;o ou uma &oacute;tima experi&ecirc;ncia de compra. Quem critica o Metaverso n&atilde;o entende a intera&ccedil;&atilde;o que vai existir nos pr&oacute;ximos anos.</span></p>
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Showroom“extéreo”da DressX

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      <div class="column">
        <p style="text-align: justify;"><span>A L</span><span>&rsquo;Officiel</span><span>, que no ano passado celebrou seu cent&eacute;simo anivers&aacute;rio, n&atilde;o &eacute; uma novata na cobertura dos principais estilistas de cada &eacute;poca. de Jean Patou, em 1921, a Christian Dior, em 1947, as p&aacute;ginas da L</span><span>&rsquo;Officiel </span><span>celebraram a estreia de grandes costureiros mesmo antes, antes da ado&ccedil;&atilde;o mundial do pr&ecirc;t-a-porter. Muitos desses designers tiveram o poder de desafiar o status quo ao criar novos contornos, como fizeram Poiret, nos anos 1920, e o &ldquo;New look&rdquo; de Christian dior, no fim dos anos 1940.</span></p>
        <p style="text-align: justify;"><span>Hoje, pode-se dizer que a DressX &eacute; a estilista do espa&ccedil;o virtual, usando tecnologia n&atilde;o apenas para chocar, mas tamb&eacute;m para criar artigos sustent&aacute;veis que nunca ser&atilde;o produzidos no sentido tradicional. enquanto a L'O</span><span>fficiel </span><span>embarca nos pr&oacute;ximos cem anos e faz uma incurs&atilde;o na mais recente fronteira da moda &ndash; o Metaverso &ndash;, criamos uma cole&ccedil;&atilde;o-c&aacute;psula em colabora&ccedil;&atilde;o com a DressX, olhando para nosso ilustre passado a fim de criar um design para o futuro.</span></p>
      </div>
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Moda digital: novas possibilidades criativas no espaço virtual

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