A atriz é capa da L'Officiel Brasil #71 e  traduz o momento em turbilhão na entrevista exclusiva e no poema, escrito de próprio punho, inspirada no ensaio que fez para a revista. Confira spoilers aqui! 

Isis Valverde &eacute; assim, doce e forte, suave e intensa. M&atilde;e de Rael, assumiu as dores e as del&iacute;cias da maternidade real. Entre elas, a crise entre retomar o trabalho que ama e deixar a cria em casa &ndash; ou com o pai, como foi o caso quando ela viajou a Paris para acompanhar a semana de moda a convite de Dior.

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Isis enfrentou com a coragem de uma mulher de seu tempo as cr&iacute;ticas dos internautas e segue livre, linda, m&atilde;e e atriz. Ela traduz o momento em turbilh&atilde;o na entrevista exclusiva. Confira um preview a seguir:

Isis Valverde

L&rsquo;OFFICIEL Como o feminismo faz parte da sua rotina?&nbsp; 
ISIS VALVERDE Fui criada numa fam&iacute;lia de mulheres muito fortes. Minha av&oacute; e minha m&atilde;e sempre foram &agrave; frente do tempo delas e me ensinaram desde pequena a ser independente, lutar por direitos iguais e a n&atilde;o aceitar calada nenhum tipo de opress&atilde;o vindo da estrutura machista em que sempre vivemos. Tenho um filho homem que pretendo educar, ao lado do Andr&eacute; (Resende), da melhor forma poss&iacute;vel, ensinando desde pequeno o que &eacute; a equidade entre homens e mulheres e a respeitar as diferen&ccedil;as. Vou dar o melhor de mim.

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L&rsquo;OFFICIEL Como voc&ecirc; v&ecirc; esse discurso de sororidade, com menos julgamentos?&nbsp; 
IV Eu acho maravilhoso. Mulheres parando de se julgar e se unindo. &Eacute; um movimento muito poderoso e potente. Acho lindo e fico contente em fazer parte desse tempo e espa&ccedil;o de transforma&ccedil;&atilde;o.&nbsp;

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L&rsquo;OFFICIEL Fale um pouco da nova maternidade, mais real, menos idealizada&hellip;&nbsp; 
IV Olha, eu acho fundamental a gente falar disso. Porque eu mesma fui uma v&iacute;tima dessa romantiza&ccedil;&atilde;o da maternidade. Ter meu filho foi a coisa mais maravilhosa e transformadora que j&aacute; vivi, mas nada prepara voc&ecirc; para isso. Voc&ecirc; sente inseguran&ccedil;a, medo de n&atilde;o dar conta, de n&atilde;o estar fazendo o melhor ou o certo. Ficamos com medo &agrave;s vezes at&eacute; de pedir ajuda para n&atilde;o sermos julgadas. Porque nessa idealiza&ccedil;&atilde;o de maternidade voc&ecirc; vira v&iacute;tima de um julgamento constante e a gente tem que desconstruir isso. Eu gosto de contar minha experi&ecirc;ncia e minha forma de maternar sem pular os perrengues. Porque acho que isso pode ajudar muita gente.&nbsp;

L&rsquo;OFFICIEL &nbsp;Como ela mudou a sua vida, emocional e profissionalmente?&nbsp; 
IV Acho que depois de ter um filho nada mais volta para o mesmo lugar. Voc&ecirc; se transforma de uma maneira... N&atilde;o tem mais como voltar a ser o que era. Eu me sinto mais forte, mas tamb&eacute;m mais sens&iacute;vel. Mais atenta ao outro e ao meu redor. Porque filho nos ensina muito isso: se doar, ser menos ego&iacute;sta, se preocupar constantemente com o bem-estar daquele serzinho. E isso muda nossa rela&ccedil;&atilde;o com o mundo. Isso n&atilde;o quer dizer que temos que perder nossa identidade, mas nos redescobrirmos incluindo a maternidade e equilibrando todo o resto: profissional, relacionamento (casamento), vida social e autocuidado.

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L&rsquo;OFFICIEL &nbsp;Como foi voltar a trabalhar depois de Rael?&nbsp; 
IV Eu nunca pensei em parar de trabalhar, mas fiz tudo respeitando o nosso tempo. Eu me entreguei de corpo e&nbsp; 
alma &agrave; maternidade, mas j&aacute; me sentia pronta para voltar ao batente. Eu me nutro muito do meu trabalho, e preciso atuar para me sentir completa e plena. Ele est&aacute; maior, tem um pai incr&iacute;vel que divide comigo essa tarefa e temos uma rede de apoio. Eu converso muito com o Rael mesmo sendo t&atilde;o pequeno. Acho que em algum n&iacute;vel ele entende quando eu digo que vou trabalhar, mas volto logo.&nbsp;

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L&rsquo;OFFICIEL &nbsp;A maternidade mudou sua forma de aceita&ccedil;&atilde;o do corpo?&nbsp; 
IV Eu acho que voc&ecirc; fica impressionada como corpo pode ser t&atilde;o potente e perfeito. Gerar uma vida me fez descobrir uma for&ccedil;a que eu nem sabia que tinha. Isso muda a forma como passei a me enxergar e tamb&eacute;m meu corpo.

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L&rsquo;OFFICIEL Voc&ecirc; foi viajar e deixou o beb&ecirc; com o pai. Recebeu cr&iacute;ticas nas redes sociais? 

IV &nbsp;Eu recebi muito apoio na verdade. Porque isso virou uma manchete e nem deveria ser, j&aacute; que dizer que um pai est&aacute; cuidando do pr&oacute;prio filho n&atilde;o pode ser uma novidade em 2019. E muitas, muitas pessoas, especialmente mulheres, se indignaram por isso ter virado uma not&iacute;cia. Mas achei bom ter ocorrido porque abriu espa&ccedil;o para um debate amplo e acho que fez muita gente refletir e repensar conceitos machistas. Andr&eacute; &eacute; meu s&oacute;cio na nossa fam&iacute;lia, meu parceiro na cria&ccedil;&atilde;o do nosso filho e a responsabilidade de cuidar dele &eacute; de n&oacute;s dois.

"Pai cuidar do filho não pode ser uma novidade em 2019", conta Isis Valverde

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