Confira os looks das estrelas que marcaram o tapete vermelho

&ldquo;Mrs. Dalloway disse que ela mesma iria comprar as flores&rdquo;. A frase inicial de um dos romances mais conhecidos de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/dior-nos-leva-aos-ensaios-feministas-de-virginia-woolf">Virginia Woolf</a>, publicado em 1925, faz refer&ecirc;ncia a um elemento que marca presen&ccedil;a em muitas produ&ccedil;&otilde;es de celebridades no radar das tend&ecirc;ncias. Mais do que flores, as rosas adornam e completam a roupa e a personalidade feminina desde sempre. Entre os flashes dos tapetes vermelhos, <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/sarah-jessica-parker-faz-revelacao-de-beleza-surpreendente">Sarah Jessica Parker</a>, <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/zendaya-improvisa-look-para-tapete-vermelho-apos-perder-vestido">Zendaya</a> e <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/rihanna-nasce-o-segundo-filho-da-cantora-com-a-ap-rocky">Rihanna</a> j&aacute; aderiram &agrave; rosa em produ&ccedil;&otilde;es ic&ocirc;nicas de Hollywood.

<h2>P&eacute;talas no tempo</h2>
Antes de ser um acess&oacute;rio de moda, a rosa tem sua origem na mitologia e na sua rela&ccedil;&atilde;o com o feminino sagrado. Para o pesquisador em Filosofia e Teoria da Moda da Universidade Federal de S&atilde;o Paulo (Unifesp), Brunno Almeida Maia, a rosa tem origem no mito de Afrodite. &ldquo;A deusa nasceu das espumas e do mar cujas ondas formaram rosas e conchas. A deusa da beleza possui uma esp&eacute;cie de aura que a diviniza e que a torna sagrada&rdquo;, afirmou ele. No contexto do Renascimento, no in&iacute;cio do s&eacute;culo 14, a rosa vai despontar como s&iacute;mbolo da feminilidade. &ldquo;A representa&ccedil;&atilde;o da concep&ccedil;&atilde;o de beleza cl&aacute;ssica de corpo em um per&iacute;odo que marca o surgimento do uso das rosas nas vestimentas&rdquo;, explicou o pesquisador.

Em uma linha hist&oacute;rica, Brunno Almeida Maia explica que a rosa, como ornamento, aparece nos sal&otilde;es de Versalhes do s&eacute;culo 18. Na Inglaterra vitoriana do s&eacute;culo seguinte, n&atilde;o foram usadas apenas como adornos, mas tamb&eacute;m como motivo gr&aacute;fico de tecidos. No s&eacute;culo 20, as cria&ccedil;&otilde;es de Paul Poiret - costureiro pioneiro do estilo feminino moderno -, Christian Dior, criador do New Look em 1947, al&eacute;m de Coco Chanel, v&atilde;o se valer das flores, e das rosas, em suas cria&ccedil;&otilde;es. Na d&eacute;cada de 1960, o pesquisador afirma que a rosa muda de significado devido ao contexto hist&oacute;rico e social. No movimento Flower Power ou Hippie, "o elemento aparece em um contexto pol&iacute;tico, de contracultura e de questionamento de uma sociedade burguesa capitalista&rdquo;, afirmou ele. &ldquo;Uma contesta&ccedil;&atilde;o da vida esvaziada, de po&eacute;tica, de beleza e se torna um s&iacute;mbolo de resist&ecirc;ncia pol&iacute;tica&rdquo;, explicou o pesquisador. Em seus contextos, a rosa adquire significados nos tapetes vermelhos de Hollywood.&nbsp;

Criação de Pierpaolo Piccioli (Foto: Reprodução/ Instagram @pppiccioli)

<h2>Sarah Jessica Parker</h2>
&Eacute; dif&iacute;cil n&atilde;o se lembrar de Carrie Bradshaw. A colunista vivida pela atriz Sarah Jessica Parker na s&eacute;rie Sex and The City tem a rosa na lapela do vestido como uma marca registrada e j&aacute; usou a pe&ccedil;a em v&aacute;rias vers&otilde;es na s&eacute;rie e em suas produ&ccedil;&otilde;es derivadas.

Para a consultora de imagem Fran Galv&atilde;o, em se tratando de personagens, as roupas possuem um papel espec&iacute;fico. &ldquo;A elabora&ccedil;&atilde;o de um figurino visa estabelecer um di&aacute;logo mais claro com o espectador e garantir que ele &lsquo;leia&rsquo; o personagem&rdquo;, explicou ela. As experi&ecirc;ncias de Carrie - os drinks e os momentos c&ocirc;micos vividos ao lado das amigas - foram regadas pelo envolvimento amoroso da personagem. Neste sentido, Brunno Almeida Maia sugere que a rosa pode enfatizar esse aspecto de personalidade. &ldquo;Por mais que a personagem tenha toda uma quest&atilde;o amorosa muito forte, at&eacute; porque era um dos focos da s&eacute;rie, a ideia do exagero, das propor&ccedil;&otilde;es exageradas e a teatralidade nos permite ler como uma s&aacute;tira do pr&oacute;prio uso da rosa&rdquo;, detalhou o estudioso. Fran Galv&atilde;o afirma que Sarah Jessica Parker pode ser considerada um &iacute;cone fashion por n&atilde;o seguir regras, mas, sim, por cri&aacute;-las. Assim como outras mulheres, &ldquo;cada uma delas com uma no&ccedil;&atilde;o de estilo, o impacto de suas escolhas em sua imagem e um visual inconfund&iacute;vel&rdquo;, afirmou a consultora.&nbsp;

<h2>Zendaya</h2>
Aos 27 anos, Zendaya tamb&eacute;m aderiu &agrave;s rosas no &uacute;ltimo tapete vermelho do SAG Awards 2023. Realizada em fevereiro, a premia&ccedil;&atilde;o &eacute; considerada o prel&uacute;dio do Oscar e a jovem atriz marcou presen&ccedil;a com um modelo concebido por Pierpaolo Piccioli, diretor criativo da Valentino desde 2018, para a noite de gala.&nbsp;

Batizado de Roses, Roses, o vestido da estrela da s&eacute;rie Euphoria levou mais de 1.230 horas para ser feito e contou com o trabalho de 42 profissionais desde a cria&ccedil;&atilde;o &agrave; prova final. A pe&ccedil;a &eacute; cl&aacute;ssica com espartilho em tomara que caia e saia em modelagem sereia. As 190 rosas da pe&ccedil;a foram bordadas &agrave; m&atilde;o e aplicadas desde o quadril at&eacute; a cauda. Os flashes da noite n&atilde;o deixaram mentir que se tratou de uma produ&ccedil;&atilde;o ic&ocirc;nica. Analisando a pe&ccedil;a, Bruno Almeida Maia afirma que a mensagem traduz a concep&ccedil;&atilde;o criativa da marca e de seu criador. &ldquo;Uma feminilidade ligada ao luxo, n&atilde;o ing&ecirc;nua e que se diferencia dos outros criadores&rdquo;, afirmou ele.

Bastidores de criação do vestido de Zendaya (Foto: Reprodução/ Instagram @pppiccioli)

<h2>Rihanna</h2>
N&atilde;o era de se espantar que a cantora fosse uma das estrelas mais aguardadas na noite do Metropolitan Museum of New York. O tradicional Baile do Met, ocorrido em maio, reuniu celebridades escolhidas a dedo para a noite mais quente da moda. Quando retirou o seu casaco da cole&ccedil;&atilde;o outono-inverno 1997 da Fendi, Rihanna chamou a aten&ccedil;&atilde;o com o look branco da marca Valentino com cauda de cinco metros e um casaco de 30 cam&eacute;lias feitas de 500 p&eacute;talas. O tema do baile foi o lend&aacute;rio designer Karl Lagerfeld, diretor criativo da Chanel por d&eacute;cadas, al&eacute;m de tamb&eacute;m atuar na marca italiana Fendi.&nbsp;

O look emblem&aacute;tico atraiu os flashes pelos detalhes. O branco e as cam&eacute;lias como representa&ccedil;&atilde;o da flor investem originalidade na produ&ccedil;&atilde;o monocrom&aacute;tica completada pelo &oacute;culos de c&iacute;lios inusitado. &ldquo;Al&eacute;m da homenagem ao estilista, o look de Rihanna, apesar de exc&ecirc;ntrico, traz uma imagem dram&aacute;tica, mas, ao mesmo tempo, leve, harmoniosa, sublime - perfeito para uma gr&aacute;vida superstar&rdquo;, explicou a consultora de imagem Fran Galv&atilde;o.&nbsp;

Bastidores do vestido de Rihanna (Foto: Reprodução/ Instagram @pppiccioli)

Investigando os sentidos da produ&ccedil;&atilde;o, Brunno Almeida Maia analisa o look pela &oacute;tica de sua simbologia e o prop&oacute;sito da roupa em si. &ldquo;&Eacute; muito mais uma obra de arte, uma especialidade do trabalho manual, um cuidado com a feitura da vestimenta e que foi pensado para realmente ser fotografado e se tornar um s&iacute;mbolo, um elemento para transformar o corpo&rdquo;, finalizou o pesquisador.&nbsp;

Sarah Jessica Parker, Zendaya e Rihanna: todas vestem rosas

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