Atriz levanta t&oacute;picos pouco abordados, como a limita&ccedil;&atilde;o de pap&eacute;is para mulheres gr&aacute;vidas e o quanto elas costumam ser resumidas &agrave; sua gesta&ccedil;&atilde;o, seja na TV, s&eacute;ries ou filmes

<a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/day-mesquita-fala-sobre-sororidade-sustentabilidade-e-suas-motivacoes">Day Mesquita</a>, 37, recentemente se tornou <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/maes-de-famosos-confira-as-homenageadas-do-dia">m&atilde;e de Dom</a>, seu primeiro filho com o produtor teatral Pedro Antunes, 28. A atriz, que fez sucesso em trabalhos como &ldquo;Amor Sem Igual&rdquo;, &ldquo;Jesus&rdquo; e &ldquo;Os Dez Mandamentos&rdquo;, sentiu a diferen&ccedil;a de ser uma atriz gr&aacute;vida e aproveitou para compartilhar um pouco de sua experi&ecirc;ncia.&nbsp;

Foto: Divulgação

No mundo do glamour da televis&atilde;o, onde a fama e o sucesso caminham de m&atilde;os dadas, pode parecer um pouco dif&iacute;cil abrir espa&ccedil;o para uma gravidez chegar. Essas d&uacute;vidas ocorrem, principalmente, por conta da percep&ccedil;&atilde;o de que o mercado n&atilde;o acolhe a nova m&atilde;e, e de que a partir daquele momento, a narrativa desta mulher gira em torno apenas do seu estado gestacional.
No despertar da maternidade, quando come&ccedil;ou a gerar o pequeno Dom, hoje com 8 meses de idade, ela se viu entregue de corpo e alma em uma jornada transformadora, que deixou evidente a pluralidade dos feminismos, e o quando criamos uma s&eacute;rie de quest&otilde;es internas gra&ccedil;as &agrave; normaliza&ccedil;&atilde;o de condutas patriarcais que nos reduzem. Uma delas, que &eacute; presente no subconsciente de cada representante do sexo feminino envolve o peso do compromisso com a perfei&ccedil;&atilde;o e a press&atilde;o para acertar, nas mais variadas profiss&otilde;es.
Mesmo com seus 15 anos de carreira, nos quais acumulou pr&ecirc;mios e boas atua&ccedil;&otilde;es em produ&ccedil;&otilde;es da Globo, SBT e Record TV, a atriz ganhou o Pr&ecirc;mio Contigo! de TV, concorrendo com nomes de peso como Ta&iacute;s Ara&uacute;jo, Gl&oacute;ria Pires e Adriana Esteves, n&atilde;o ficou ilesa &agrave;s incertezas que cercavam a sua jornada profissional.

&ldquo;Quando descobri minha gravidez, em meio &agrave; surpresa, alegria e ao misto de sentimentos que esse momento envolvia, tamb&eacute;m surgiu o pensamento: "E a minha carreira? Como vai ser?". A maternidade sempre foi um desejo meio reprimido para mim, mas, paradoxalmente, tamb&eacute;m vinha acompanhada de um receio de um dia me tornar m&atilde;e, sendo que o lado profissional influenciava muito nesse aspecto, assim como tudo o que estava envolvido nele. A busca pela independ&ecirc;ncia, pelo meu lugar e pelo meu espa&ccedil;o na minha profiss&atilde;o era algo pelo qual sempre lutei para conquistar, e isso n&atilde;o aconteceu de uma hora para outra. Portanto, um dos pensamentos em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; maternidade tamb&eacute;m era o receio de talvez deixar de ser a mulher que tanto batalhei para me tornar. Tudo o que &eacute; novo pode gerar inseguran&ccedil;as e receios, mas, na sociedade patriarcal em que vivemos, que ainda idealiza a mulher gr&aacute;vida e, muitas vezes, associa diretamente essa condi&ccedil;&atilde;o a certas limita&ccedil;&otilde;es no desempenho de algumas fun&ccedil;&otilde;es profissionais, isso &eacute; somatizado. Inclusive devido ao tempo de afastamento ap&oacute;s o nascimento e primeiros meses do beb&ecirc;.&rdquo;

No ramo do entretenimento audiovisual, o tratamento discriminat&oacute;rio para com as gestantes come&ccedil;a antes mesmo da obra chegar &agrave;s telas: &ldquo;As mulheres gr&aacute;vidas geralmente continuam com seus trabalhos e atividades normais durante a gesta&ccedil;&atilde;o, a menos que haja uma indica&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica em contr&aacute;rio. No entanto, a representa&ccedil;&atilde;o audiovisual nem sempre retrata essa realidade das mulheres. Exceto pelas personagens principais que t&ecirc;m hist&oacute;rias al&eacute;m da gesta&ccedil;&atilde;o, a percep&ccedil;&atilde;o predominante &eacute; que o papel da mulher gr&aacute;vida se limita apenas &agrave; sua gravidez. Isso pode ser considerado uma lacuna na representatividade do audiovisual. No contexto art&iacute;stico, especialmente para artistas e atrizes, a falta de abordagens mais realistas sobre o tema dificulta a cria&ccedil;&atilde;o de refer&ecirc;ncias e pode, sim, gerar inseguran&ccedil;a ao engravidar, sem falar na canoniza&ccedil;&atilde;o que muitas vezes &eacute; perpetuada de forma sutil. Isso abrange desde o motivo pelo qual algumas optam por n&atilde;o revelar a gravidez durante os testes de elenco at&eacute; a limitada variedade de pap&eacute;is que as mulheres gr&aacute;vidas podem interpretar. Muitas vezes, as produ&ccedil;&otilde;es preferem contratar uma atriz n&atilde;o gr&aacute;vida para interpretar uma personagem gestante, mesmo quando uma atriz gr&aacute;vida est&aacute; dispon&iacute;vel.&rdquo;

Gerar uma vida &eacute; um cap&iacute;tulo &uacute;nico e marcante na vida de uma mulher, um per&iacute;odo de descobertas, transforma&ccedil;&otilde;es e desafios. Em meio a essa caminhada t&atilde;o intensa, &eacute; comum surgirem questionamentos sobre a pr&oacute;pria identidade, Day ressalta a import&acirc;ncia de reconhecer a for&ccedil;a e a pot&ecirc;ncia que se manifestam nesse novo papel, sem perder de vista a ess&ecirc;ncia que a torna &uacute;nica.
"A maternidade &eacute; uma fase transformadora na vida da mulher, independentemente da profiss&atilde;o que ela exerce. Embora seja um evento de grande import&acirc;ncia pessoal, isso n&atilde;o significa que a mulher v&aacute; perder a sua identidade pr&eacute;via &agrave; gravidez. Claro que sinto que houve uma mudan&ccedil;a em v&aacute;rios aspectos de quem eu era e de quem eu sou hoje, agora como m&atilde;e, mas a ess&ecirc;ncia prevalece e o que sinto &eacute; que ela ganhou mais for&ccedil;a em intensidade e entrega.&rdquo;, completa.&nbsp;
J&aacute; pronta para retornar aos holofotes, Day Mesquita tem uma agenda movimentada para o segundo semestre de 2023. Entre seus pr&oacute;ximos lan&ccedil;amentos, j&aacute; gravados, est&aacute; a s&eacute;rie dirigida por Ajax Camacho, "Tudo de Bom", que se passa na d&eacute;cada de 80 e traz a atriz no papel da ex-vedete Simone Mantovani, e tamb&eacute;m "How To Be A Carioca", do Star+, s&eacute;rie protagonizada por Seu Jorge e dirigida por Carlos Saldanha, conhecido por grandes sucessos como "Rio" e "A Era do Gelo".

Day Mesquita defende a valorização da mulher grávida na televisão

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