Jacqueline Sato comemora o Carnaval com editorial exclusivo para a L&rsquo;Officiel Brasil e exibe os melhores looks para curtir a folia nos bloquinhos

<a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/ativismo-fora-das-telas-a-trajetoria-da-atriz-jacqueline-sato">Jacqueline Sato</a> j&aacute; est&aacute; no clima do <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/maquiagens-de-carnaval-para-inspiracao-editorial-de-beleza">Carnaval</a>! Com editorial exclusivo para a L&rsquo;Officiel Brasil, a atriz e ativista exibe as suas melhores fantasias para curtir a t&atilde;o esperada festa em bloquinhos e conta como tem se preparado para cair na folia. Al&eacute;m dos perrengues vividos na festa e os melhores truques para sobreviver &agrave; intensa rotina carnavalesca, Sato aproveita para colocar o papo em dia sobre assuntos important&iacute;ssimos como sustentabilidade, amor animal e autoaceita&ccedil;&atilde;o de seu corpo. Confira agora, a entrevista na &iacute;ntegra:

Jacque, voc&ecirc; &eacute; uma artista super engajada nas causas sociais, ambientais e animais. De onde surgiu esse seu interesse em lutar por um bem maior?
Sempre fez parte de mim. Desde crian&ccedil;a j&aacute; queria fazer algo em rela&ccedil;&atilde;o a isto, para mim n&atilde;o fazia sentido usar meu tempo de vida sem dedicar parte dele a transformar situa&ccedil;&otilde;es que podiam e precisavam ser melhores. E o que, hoje, como adulta, reparo e me surpreendo &eacute; que foi desde muito cedo mesmo. Quando na escola, na aula de ci&ecirc;ncias, aprendi sobre o aquecimento global e suas consequ&ecirc;ncias, sobre o quanto a humanidade j&aacute; tinha destru&iacute;do o planeta ao longo dos s&eacute;culos e a tend&ecirc;ncia em vista do andamento das coisas &eacute; que isso piorasse ainda mais, eu j&aacute; fiquei preocupada e querendo agir &mdash; e com a grande esperan&ccedil;a de que a maioria das pessoas tamb&eacute;m estivesse preocupada assim. O mesmo em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; extin&ccedil;&atilde;o de alguns animais; lembro de ficar muito triste por termos perdido muitas esp&eacute;cies por conta da a&ccedil;&atilde;o humana e descobrir que muitas estavam &agrave; beira de extin&ccedil;&atilde;o. Isso tudo sempre ativou em mim um senso de urg&ecirc;ncia. Na &eacute;poca, eu s&oacute; ficava imaginando que &ldquo;quando eu crescesse&rdquo; eu faria algo em rela&ccedil;&atilde;o a isto. De fato, passei a fazer e quero fazer muito mais.&nbsp;

Ainda crian&ccedil;a, dentro do que estava ao meu alcance aos 9 anos, na realidade da escola pra casa, de casa pra escola, eu resgatei 7 gatinhos filhotes e os levei pra casa. Meus pais, anjos, toparam abrig&aacute;-los desde que eu ajudasse a cuidar e encontrar um lar respons&aacute;vel para cada um deles, afinal a gente j&aacute; tinha animais de estima&ccedil;&atilde;o. Fizemos isto desta vez, e repetimos algumas vezes ao longo da vida at&eacute; que nos tornamos refer&ecirc;ncia na regi&atilde;o. Hoje, somamos 2468 gatos resgatados, cuidados e encaminhados &agrave; ado&ccedil;&atilde;o. Por muito tempo do&aacute;vamos para amigos, e amigos de amigos e us&aacute;vamos nossas redes sociais particulares para fazer isso. Depois que fiz minha segunda novela na GLOBO, &ldquo;Sol Nascente&rdquo;, onde sabia que teria um papel de maior destaque entendemos que isso tamb&eacute;m traria mais visibilidade &agrave; causa e decidimos criar uma p&aacute;gina do Facebook e Instagram exclusivamente voltadas a isto. Assim nasceu a &ldquo;House of Cats&rdquo;, que mais tarde viemos a formalizar como Associa&ccedil;&atilde;o de Prote&ccedil;&atilde;o Animal sem fins lucrativos. Acho que tudo foi sempre num caminho muito natural no n&iacute;vel &ldquo;n&atilde;o sei ser diferente disso&rdquo;. Tanto com esse trabalho com os animais, quanto o trabalho em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; prote&ccedil;&atilde;o ao meio ambiente. Sempre fui apaixonada pela Natureza, &eacute; onde fica mais n&iacute;tida a magnitude da vida e, para mim, a presen&ccedil;a do Divino e interconectividade de tudo. Se eu amo, logo eu cuido. Em um dado momento fui tomando consci&ecirc;ncia do quanto algumas atitudes tinham impacto negativo e prejudicavam o meio ambiente, e passei a mud&aacute;-las.&nbsp;

Como, por exemplo, parar com carne vermelha em 2014; depois tirei ingest&atilde;o de aves, parei com leite e etc. Passei a ter um h&aacute;bito de consumo mais consciente em todos os &acirc;mbitos da minha vida. Sendo a moda a segunda grande mudan&ccedil;a, ao descobrir que ela &eacute; a segunda ind&uacute;stria que mais polui. Ent&atilde;o passei a comprar muito menos e escolher pe&ccedil;as com alta durabilidade, vers&aacute;teis, de marcas que tenham a sustentabilidade e &eacute;tica como um dos seus valores. E fora as marcas, tamb&eacute;m incentivo e sou super adepta a second hand, brech&oacute; e acervos. J&aacute; fiz ensaios com looks inteiros de brech&oacute;s. E este ensaio de carnaval foi inteiro realizado com pe&ccedil;as de acervo de moda, o Acervo YK, um dos poucos abertos ao p&uacute;blico. &Eacute; incr&iacute;vel pois tem uma curadoria incr&iacute;vel da Yumi Kurita, stylist que admiro demais, e isso &eacute; um diferencial &iacute;mpar. Voc&ecirc; anda por l&aacute; e a maioria das pe&ccedil;as s&atilde;o interessantes. Mais um h&aacute;bito que &eacute; muito melhor do que encher seu guarda-roupa de roupas em excesso, e ter roupas que, certamente, usaria poucas vezes. Em casos assim, estas alternativas s&atilde;o as melhores, a meu ver.&nbsp; Ent&atilde;o assim foi indo.

Uma nova descoberta a respeito de um h&aacute;bito ou produto que eu saiba que causa danos ao planeta, uma nova mudan&ccedil;a de h&aacute;bitos pra mim. Minha entrada no Clean Beauty, por exemplo, foi ao descobrir que a maioria dos protetores solares vendidos s&atilde;o extremamente prejudiciais aos oceanos, matam os corais e desequilibram todo esse ecossistema extremamente importante. Depois do protetor, abriu-se o portal para todos os outros produtos que eu usava no meu corpo. E assim fui mudando, de novo, porque &ldquo;n&atilde;o conseguia ser diferente&rdquo;. Depois de descobrir as consequ&ecirc;ncias de determinado h&aacute;bito e saber que eu tenho a op&ccedil;&atilde;o de n&atilde;o compactuar com algo que eu n&atilde;o concorde e, ao inv&eacute;s disso, usar meu poder de consumo e energia para aquilo que quero ver crescer no mundo norteia minhas decis&otilde;es e pegadas que deixo na Terra. Longe de ser perfeita, mas a cada dia mais consciente e congruente com o futuro que eu desejo.

Falando em causas sociais, muito tem se falado do &lsquo;body positive&rsquo;! Como voc&ecirc; se relaciona com o seu pr&oacute;prio corpo e qual conselho daria para outras mulheres que est&atilde;o nesta jornada de autoaceita&ccedil;&atilde;o?
Nossa, gra&ccedil;as a Deus esse movimento chegou e est&aacute; em alta! Demorou ahhaha. Eu passei a maior parte da vida n&atilde;o tendo uma rela&ccedil;&atilde;o t&atilde;o &ldquo;positive&rdquo; com meu corpo. Durante maior parte da vida eu estive querendo mudar algo nele. Para al&eacute;m do padr&atilde;o exacerbado de magreza valorizado, praticamente imposto, pela ind&uacute;stria do entretenimento ao logo da minha vida, que moldou de um jeito ruim e limitante a ideia do que &eacute; &ldquo;belo&rdquo; na minha mente e na de muitas mulheres, eu ainda somava mudan&ccedil;as que desejava por ser uma pessoa racializada: queria mudar muitas destas caracter&iacute;sticas t&atilde;o &uacute;nicas para estar mais pr&oacute;xima do padr&atilde;o vigente.
Foi s&oacute; depois dos 30 que passei a aceitar mais essa minha &ldquo;casa&rdquo; sem me cobrar tanto. Lembro claramente de um ensaio que fiz, quando a pandemia tinha passado e em que eu estava &ldquo;acima do meu peso&rdquo; onde, pela primeira vez na vida, eu me vi bonita e fiquei feliz com o resultado, sem ficar olhando os &ldquo;defeitos&rdquo;. Agrade&ccedil;o enormemente a Kaka Lobo, Roger Mac, e Gui Orbea, que eram os profissionais envolvidos neste dia por colaborarem com este despertar. Principalmente a Kak&aacute;, com quem eu j&aacute; estava trabalhando h&aacute; algum tempo e me ajudou muito na desconstru&ccedil;&atilde;o deste olhar &ldquo;contaminado&rdquo; pela ind&uacute;stria da moda, que estava j&aacute; t&atilde;o introjetado em mim. Al&eacute;m dela, teve meu amadurecer, meu olhar pra dentro, e o tanto de desconstru&ccedil;&atilde;o e revis&atilde;o de prioridades que a pr&oacute;pria pandemia evocou em todos n&oacute;s. Sabe? Em meio a tudo aquilo que est&aacute;vamos vivendo passou a ser inconceb&iacute;vel pra mim sofrer, me incomodar, ou me cobrar por conta de um padr&atilde;o de beleza. E foi no dia 17 de dezembro de 2021 que eu fiz um post desabafo com uma foto de biquini, algo raro nas minhas redes sociais.
Neste dia foi muito louco. Senti como se fosse um acordamento repentino, mas obviamente era algo que j&aacute; vinha se desenvolvendo dentro de mim. Lembro direitinho. Pela manh&atilde;, meditei, como de costume. E ao levantar-se, olhei no espelho e pensei: voc&ecirc; &eacute; e sempre foi bonita. Por que sempre se coloca pra baixo, acha que n&atilde;o &eacute; suficiente? Para. Olha pra voc&ecirc;. E permiti me admirar e me amar exatamente do jeito que eu estava naquele momento. Tirei essas fotos s&oacute; pra mim mesmo, inicialmente. Para que, em algum momento em que meu padr&atilde;o antigo voltasse a pulsar, eu lembrasse deste dia. Enquanto eu estava l&aacute; me olhando e registrando isso, esses pensamentos que escrevi foram brotando na minha mente. Foi ficando n&iacute;tido o tanto de energia que gastei tentando atingir algo que me era cobrado externamente e invalidava quem eu era, tanto por dentro, quanto por fora. E se, tanto do meu tempo e energia estavam voltados para esse lado &ldquo;externo&rdquo;, muito pouco sobrava para desenvolver meu lado &ldquo;interno&rdquo;. Se eu n&atilde;o confiava e amava nem o corpo que eu tinha, o que dir&aacute; das minhas ideias, projetos&hellip;
(Colo o link e texto aqui, pois resume muito do que sinto em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; cobran&ccedil;a exagerada que eu exercia sobre mim mesma: &Eacute; raro me ver de biqu&iacute;ni por aqui. Assim como &eacute; raro eu me ver de biqu&iacute;ni e me sentir bem. Postar essas fotos &eacute; um marco na minha revolu&ccedil;&atilde;o pessoal de busca por menos perfeccionismo. Eu sempre soube que n&atilde;o existe perfei&ccedil;&atilde;o, mas me deixei afetar pelos ideais externos, e cheguei eu mesma a acreditar que eram meus. Por tantos e tantos anos n&atilde;o me achei bonita o suficiente, com a pele boa o suficiente, magra o suficiente (mesmo quando eu estava com 12kg a menos do que estou hoje)&hellip; E isso s&oacute; falando dessa casca de fora que &eacute; o nosso corpo. Casca pela qual eu n&atilde;o queria que fosse o motivo principal das minhas conquistas. Sempre quis e quero que me vejam para al&eacute;m da apar&ecirc;ncia. Mas essa &ldquo;casca&rdquo; &eacute; a nossa casa. E, meu Deus, como &eacute; importante a gente se sentir bem dentro da nossa pr&oacute;pria casa. Parece que cheguei numa fase em que essa parte est&eacute;tica e externa j&aacute; est&aacute; mais aceita e valorizada por mim mesma. Por isto, uma foto de biqu&iacute;ni, com cabelo arrepiado e sem maquiagem, exatamente ap&oacute;s acordar e meditar. Consegui calar a minha exig&ecirc;ncia desumana e me expor sem receio, sem olhar, antes de tudo, meus &ldquo;defeitos&rdquo; que me impediam de ficar satisfeita com quem eu j&aacute; sou.
Acho que ao se sentir minimamente suficiente, fica mais f&aacute;cil, mais natural, e mais prop&iacute;cio se tornar melhor. Por que parte de um lugar de amor e crescimento, e n&atilde;o da falta, da insatisfa&ccedil;&atilde;o e da cobran&ccedil;a. Paci&ecirc;ncia, fui assim, rude e dura comigo mesma. Tanto com esse meu &ldquo;eu&rdquo; externo, quanto pior ainda com o meu &ldquo;eu&rdquo; interno.
Agora, o pr&oacute;ximo passo &eacute; atingir um pouco mais de seguran&ccedil;a em quem eu sou por dentro, nas ideias que eu tenho, nas minhas capacidades, acreditar mais em mim, e ter menos medo de errar. Me permitir arriscar mais, me expor, criar e deixar que os outros vejam, mesmo que n&atilde;o esteja 100% bom. E assim vou (ou vamos?), um passo de cada vez. N&atilde;o permitindo que minha exig&ecirc;ncia exacerbada me paralise, ou n&atilde;o me deixe ser livre, espont&acirc;nea, errada, suficiente e satisfeita.
&nbsp;
Quem mais est&aacute; neste caminhar junto comigo?

Finalizei o post com &ldquo;Quem mais est&aacute; neste caminhar junto comigo?&rdquo;&nbsp; e descobri que somos muitas. J&aacute; &ldquo;sabia&rdquo; de alguma forma, mas &eacute; sempre chocante quando voc&ecirc; l&ecirc; nos coment&aacute;rios ou Direct o relato de outras mulheres e percebe o quanto isso &eacute; coletivo e maior do que imaginava.
O &ldquo;como&rdquo; eu me relaciono com o meu corpo mudou, tem mudado e continuar&aacute; mudando ao longo dos anos e, desde este &ldquo;acordar&rdquo;, a dire&ccedil;&atilde;o se tornou a da liberdade em rela&ccedil;&atilde;o a todos os padr&otilde;es, a da leveza, ao autoamor antes de qualquer coisa, antes de qualquer movimento. Aceitar e valorizar quem a gente j&aacute; foi e quem a gente &eacute;, hoje, em sua inteireza para dar passos firmes em dire&ccedil;&atilde;o a quem a gente quer ser no futuro; mas partindo desde dentro, desde valores pr&oacute;prios, desde a desconstru&ccedil;&atilde;o daquilo que &eacute; externo (mas a gente acreditou por muito tempo ser nosso), para que a gente construa o que &eacute; aut&ecirc;ntico, importante, e real pra cada uma de n&oacute;s. E ser&aacute; diferente pra cada uma. Ainda bem!
&Eacute; sempre estranho dar conselho, mas se tem algo que pode soar como conselho e que escrevi no tal post &eacute;: exercitar o relacionamento consigo mesma e &ldquo;realizar qualquer mudan&ccedil;a que se queira partindo de um lugar de amor e crescimento, e n&atilde;o da falta, da insatisfa&ccedil;&atilde;o e da cobran&ccedil;a.&ldquo; Muitas vezes somos rudes conosco, muito mais do que seriamos com qualquer pessoa. J&aacute; &eacute; clich&ecirc;, mas ajuda: voc&ecirc; falaria com uma amiga do jeito que voc&ecirc; fala com voc&ecirc; mesma?
Se acolher do jeito que se &eacute;, &eacute; revolucion&aacute;rio.
E pensando no que eu vejo na m&iacute;dia, hoje em dia, melhorou muito se comparado &agrave; realidade onde eu cresci. Amo quando vejo diversidade nas telas e nas p&aacute;ginas. Tanto diversidade de corpos, quanto &eacute;tnico-raciais, e de g&ecirc;nero. Isto &eacute; extremamente importante e &eacute; n&iacute;tido o quanto j&aacute; influenciou na vis&atilde;o do que &eacute; &ldquo;belo&rdquo; nas gera&ccedil;&otilde;es mais novas. Conversar com minha afilhada, que tem 12 anos, &eacute; lindo demais, por exemplo. A vis&atilde;o dela &eacute; t&atilde;o mais ampla do que era a minha nesta idade.

E j&aacute; que &eacute; para colocar o corpo pra jogo, o Carnaval est&aacute; a&iacute;! Como tem se preparado para curtir a folia? Costuma praticar algum exerc&iacute;cio que te ajude no quesito resist&ecirc;ncia f&iacute;sica?
N&atilde;o. Rsrs&nbsp; Prossigo na minha rotina de exerc&iacute;cio normal. Que, confesso, j&aacute; foi muito melhor. Mas tenho feito o que d&aacute; e com consci&ecirc;ncia de que estou fazendo meu melhor para o momento de vida que estou vivendo, por&eacute;m, almejando cuidar um pouco mais de mim em termos de exerc&iacute;cio f&iacute;sico num futuro n&atilde;o muito distante. Atualmente, fa&ccedil;o Yoga sozinha em casa de manh&atilde;zinha&hellip; &agrave;s vezes 15 min, &agrave;s vezes meia hora, &agrave;s vezes um pouco mais, depois fa&ccedil;o treinamento funcional. Tem semana que consigo todos os dias. Tem semana que consigo 3x por semana. Outras somente 2x. Quero voltar a mover meu corpo todos os dias. E botei como meta retomar isto pra 2024 rsrs.
Eu sei que tenho alta resist&ecirc;ncia. Sempre senti isso quando treinava mais. E depois, por conta de um exame gen&eacute;tico que fiz para uma consulta m&eacute;dica, isto tamb&eacute;m saiu, comprovando minha intui&ccedil;&atilde;o. Ent&atilde;o eu sou do tipo que aguenta exerc&iacute;cio repetitivo por um tempo maior do que a m&eacute;dia. Sou boa em exerc&iacute;cios cardiovasculares, por exemplo. Ent&atilde;o, pular carnaval pra mim &eacute; algo que fa&ccedil;o sem sofrer hahah. Claro, desde que com cal&ccedil;ado confort&aacute;vel.
O que fa&ccedil;o antes, durante e depois, e me hidratar bem. Mas isso j&aacute; &eacute; um h&aacute;bito da vida, que refor&ccedil;o ainda mais neste per&iacute;odo.

Quando falamos de Carnaval, tamb&eacute;m amamos pensar nos lookinhos da folia! Como costuma elaborar as suas fantasias?
Em rela&ccedil;&atilde;o ao que mais amo nos looks de carnaval &eacute; que ningu&eacute;m nunca est&aacute; overdressed, n&atilde;o h&aacute; limites para a ousadia e criatividade. T&aacute; tudo certo quem quer mega se produzir, t&aacute; tudo certo quem quer expor mais o corpo, t&aacute; tudo certo quem n&atilde;o quer. O que baliza tudo &eacute; a alegria em sair por a&iacute; nesses dias transpirando esse sentimento acima de tudo. Eu amo cores, tanto no carnaval quanto fora dele, mas nessa &eacute;poca d&aacute; ainda mais vontade disso. E brilho, n&eacute;? Pra mim, acaba sendo inevit&aacute;vel n&atilde;o usar deles tamb&eacute;m. &Eacute; a ocasi&atilde;o em que a gente usa e abusa deles como em quase nenhum outro momento ao longo do ano. &Eacute; muito gostoso. &Eacute; muito bonito. &Eacute; muito Brasil.
&nbsp; &nbsp;
Voc&ecirc; fez esse ensaio lind&iacute;ssimo com fantasias arrasadoras, qual a sua favorita? Pretende usar alguma delas para se jogar na folia esse ano?
Vix, a&iacute; voc&ecirc; me pegou! Acho que cada uma d&aacute; pra usar num momento diferente do carnaval. Hahaha Acho que o macac&atilde;o todo prata &eacute; uma das minhas preferidas, e a uni&atilde;o dele com a make clean e aquele detalhe da corda de strass no rabo de cavalo me ganhou. A outra que eu apaixonei foi a pink que me trouxe uma vibe &ldquo;Barbie&rdquo; junto com algo relacionado a felinos, acho que por conta dos &oacute;culos de pelinhos e as luvas. Pode ser s&oacute; uma viagem minha, mas foi esse o mood que me veio quando me vi no espelho. As duas s&atilde;o fantasias que t&ecirc;m impacto, mas n&atilde;o estou propriamente fantasiada de nada em espec&iacute;fico, e estou mais &ldquo;vestida&rdquo; do que a maioria das roupas carnavalescas. Acho legal ter essa op&ccedil;&atilde;o de um look nem t&atilde;o nu, mas que tamb&eacute;m cont&eacute;m a alma do carnaval.

Existe alguma pe&ccedil;a que voc&ecirc; ama e nunca deixa de adicionar em suas produ&ccedil;&otilde;es? Algo com muito brilho, paet&ecirc;, babados&hellip;
N&atilde;o. Me permito me aventurar por algo diferente a cada ocasi&atilde;o. Mas pro carnaval, especificamente, como disse, cor e brilho s&atilde;o presentes. A&iacute; pode ser qualquer cor, e brilho pode ser no tecido, no acess&oacute;rio, no que for.
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Al&eacute;m da beleza, o conforto! Qual pe&ccedil;a voc&ecirc; n&atilde;o abre m&atilde;o na hora de trazer conforto para o seu look? Afinal, para pular Carnaval &eacute; preciso estar bem! (risos)
Ah, o cal&ccedil;ado. Tem que ser muito confort&aacute;vel. Algo que eu tenha certeza de que n&atilde;o vai diminuir minha alegria ao longo do dia. J&aacute; pulei carnaval de coturno, de t&ecirc;nis. E dependendo do lugar, at&eacute; topo um salto, desde que seja um mais confort&aacute;vel. Mas no geral, cal&ccedil;ado flat &eacute; o que opto, porque eu quero dan&ccedil;ar o m&aacute;ximo que eu puder.

Quais s&atilde;o as suas principais inspira&ccedil;&otilde;es para criar seus looks? Seja no Carnaval ou fora dele?
N&atilde;o &eacute; bem inspira&ccedil;&atilde;o, mas &eacute; pr&eacute;-requisito: conforto. E a&iacute; n&atilde;o estou dizendo que n&atilde;o vou usar uma roupa justa, por exemplo. Mas quer dizer que ela n&atilde;o estar&aacute; me incomodando de nenhuma forma, nem porque algo est&aacute; me apertando de um jeito ruim, ou por que eu me vejo dentro dela e n&atilde;o me reconhe&ccedil;o, ou como dizem, n&atilde;o banco, &ldquo;n&atilde;o seguro o look&rdquo;.
Acho que sou sim bastante influenciada pelo que vejo acontecer no mundo em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; moda. Tanto de marcas, quanto de mulheres que admiro, quanto de algumas que eu nem conhe&ccedil;o, simplesmente vi passando na rua e gostei do que ela me transmitiu atrav&eacute;s de sua vestimenta. Afinal, o que a gente veste carrega muito de quem a gente &eacute;.&nbsp; &Eacute; um blend entre o que vejo fora e que me encanta, com o como eu me sinto ou quero me sentir naquele dia ou ocasi&atilde;o espec&iacute;fica. Pois o como eu me visto est&aacute; extremamente relacionado ao meu estado de esp&iacute;rito. Quando mais nova, eu achava que isso me fazia &ldquo;sem estilo&rdquo;; hoje eu percebo que n&atilde;o. Na verdade, &eacute; porque sou m&uacute;ltipla. Todas n&oacute;s somos muitas, temos muitas vers&otilde;es de n&oacute;s mesmas. E dar espa&ccedil;o e vaz&atilde;o a todas estas &ldquo;mulheres&rdquo; que moram dentro da gente &eacute; extremamente necess&aacute;rio. Pra quem n&atilde;o est&aacute; entendendo nada do que falei sobre sermos muitas, bora pensar nos arqu&eacute;tipos. Alguns s&atilde;o mais fortes do que outros dependendo da fase da vida, da personalidade. E a gente pode passear por entre eles com toda a liberdade que nos couber e que quisermos.

E quando o Carnaval passa, como voc&ecirc; se prepara para encarar um ano de muito trabalho e produ&ccedil;&atilde;o? Costuma tirar umas &lsquo;f&eacute;rias r&aacute;pidas&rsquo;?
Nossa, amo f&eacute;rias r&aacute;pidas ou longas. Rsrs. Mas nem sempre &eacute; poss&iacute;vel. Ent&atilde;o procuro balancear os momentos de alta produtividade com momentos de alto descanso ao longo do ano como um todo. Me obrigo a parar. Me obrigo a ficar longe de celular e eletr&ocirc;nicos em geral durante um dia, ou um per&iacute;odo inteiro do dia, pelo menos uma vez por semana. Tem vezes que n&atilde;o d&aacute;, mas vou compensando. E procuro n&atilde;o pegar no celular de manh&atilde; sem antes ter meditado, escrito o que sonhei, escrito minhas &ldquo;morning pages&rdquo;, feito Yoga, feito exerc&iacute;cio, e tomado caf&eacute; da manh&atilde;. S&oacute; depois do caf&eacute; e que me permito me conectar com as demandas que vem de &ldquo;fora&rdquo;. Esse per&iacute;odo da manh&atilde; &eacute; s&oacute; meu e fa&ccedil;o de tudo pra nada nem ningu&eacute;m me tirar isto. E no per&iacute;odo da noite, antes de dormir tamb&eacute;m evito telas. Leio, escrevo, fa&ccedil;o atividades que me desliguem do trabalho, que me fa&ccedil;am ir relaxando e desligando a alta frequ&ecirc;ncia mental. Geralmente, tamb&eacute;m medito antes de adormecer. Nem sempre. Mas sempre que poss&iacute;vel.&nbsp;
Contato com a Natureza, mesmo que seja s&oacute; colocar o p&eacute; na grama, ou s&oacute; olhar pro c&eacute;u e respirar fundo, s&atilde;o coisas que tento praticar o mais frequentemente poss&iacute;vel, pois me descomprimem, relaxam e renovam a energia.
Ent&atilde;o, se para o conceito de mini-f&eacute;rias, valer 24h, sim, eu realizo v&aacute;rias ao longo do ano. E muitas vezes que viajo a trabalho tento ter 2 ou 3 dias livres para tamb&eacute;m poder aproveitar o lugar. &Agrave;s vezes, n&atilde;o d&aacute;. A&iacute; trabalho hiper focada por algumas horas e depois me desligo e vou aproveitar. Mas a&iacute; vou mesmo. Esse exerc&iacute;cio de estar 100% presente no que se est&aacute; fazendo &eacute; algo que eu exercito h&aacute; muito tempo, desde que comecei a estudar para ser atriz, afinal, pra se fazer uma cena isto &eacute; imprescind&iacute;vel, e eu carreguei pra vida; e a pr&aacute;tica da medita&ccedil;&atilde;o fez se tornar ainda melhor.
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O que podemos esperar de seu lado atriz em 2024?
Falei do quanto n&oacute;s em nossas vidas, mesmo sem sermos atrizes, somos m&uacute;ltiplas. E para 2024 esse lado atriz pretende ser ainda mais m&uacute;ltiplo do que j&aacute; foi at&eacute; agora. Pap&eacute;is n&atilde;o &oacute;bvios que revelem a mim e a quem assiste uma surpresa. E com isto, colabore para a quebra de estere&oacute;tipos tantas vezes vinculados a n&oacute;s mulheres em geral, e a n&oacute;s mulheres amarelas especificamente. Sempre tive isto como norte nas minhas escolhas de carreira, mas parece que a cada dia isso tem se tornado mais urgente, por isto, este meu movimento de deixar de ser&nbsp; &ldquo;s&oacute;&rdquo; atriz, e passar a criar e produzir tamb&eacute;m.

Uma lembran&ccedil;a de um Carnaval inesquec&iacute;vel:
Ah, o do ano passado. Depois de tanto tempo com o medo pulsante da pandemia, me permitir pular carnaval, aglomerar, e dan&ccedil;ar muito, foi extremamente prazeroso e libertados. Foi uma celebra&ccedil;&atilde;o &agrave; vida. Nunca vou esquecer de dan&ccedil;ar na chuva feliz da vida num dos bloquinhos que fui. Foi uma sensa&ccedil;&atilde;o &uacute;nica de renova&ccedil;&atilde;o, limpeza, alegria, mentalizando deixar pra tr&aacute;s tudo o que n&atilde;o era mais parte do momento presente e tudo o que eu n&atilde;o queria mais para o ano de 2023.
&nbsp;&nbsp;
Um perrengue que j&aacute; passou enquanto curtia a folia:
Ah, sempre rola perrengue, seja por algu&eacute;m do grupo que se sente mal, seja por algu&eacute;m inconveniente que se aproxima (ainda bem que isto tem diminu&iacute;do muito), ou por aquela vontade imensa de fazer xixi, e isto ser dif&iacute;cil dependendo do lugar onde se est&aacute;, a press&atilde;o baixar com o calor. Odeio quando isso acontece, mas calor e muita gente fazem isso comigo. Ainda bem que sempre estou bem acompanhada e rapidamente me recupero. &Agrave;s vezes &eacute; sentar, &agrave;s vezes um sal, &agrave;s vezes &eacute; isso tudo e baixar a cabe&ccedil;a ou levantar as pernas.
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Uma diquinha de sobreviv&ecirc;ncia para quem vai se divertir em bloquinho, risos:
Olha, talvez eu seja repetitiva rsrs, mas &aacute;gua, muita &aacute;gua, pausinhas pra comer algo, estar em boa companhia, gente querida que voc&ecirc; sabe que n&atilde;o vai te deixar na m&atilde;o diante de um perrengue, marcar sempre um ponto de encontro, caso algu&eacute;m se perca do grupo, n&atilde;o usar aparelho de celular caro demais que possa chamar muita aten&ccedil;&atilde;o, pois, infelizmente, furtos e arrast&otilde;es fazem parte dessa nossa realidade atual. Ent&atilde;o, se for poss&iacute;vel usar um aparelho antigo, melhor.
&nbsp; &nbsp;
Tr&ecirc;s coisas que n&atilde;o podem faltar em seu look de Carnaval:
Conforto, cor e brilho.
&nbsp;&nbsp;
Cr&eacute;ditos Styling: Yumi Kurita / @yumikurita.stylist&nbsp; Assist&ecirc;ncia de Styling: Larissa Yumi / @_lariyumi&nbsp; Looks: acervo da Yumi Kurita / @acervoyk&nbsp; Foto e v&iacute;deo: Murilo Yamanaka / @muriloyamanaka&nbsp; Beauty: Ziel Moura / @ziel_moura

Jacqueline Sato e suas diferentes versões para o Carnaval de 2024

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