<p><em>Salve J&uacute;lia Petit!&nbsp;<span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">Ela já foi modelo, designer de joias, produtora. Hoje, à frente da marca de cosméticos </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">Sallve</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">, é empresária &ndash; e das visionárias</span></em></p>

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      <p style="text-align: justify;"><span>&ldquo;Eu nem acho que mudei tanto de carreira. Desde menina, as coisas que me chamaram a aten&ccedil;&atilde;o sempre tinham a ver com comunica&ccedil;&atilde;o, quis ir muito nova estagiar na ag&ecirc;ncia de publicidade, com meu pai [a DPZ, de Carlos Petit].&rdquo; Isso porque sempre quis entender aspectos diferentes &ndash; texto e imagem, foto, v&iacute;deo, m&uacute;sica, produto, como que a gente se comunica com as pessoas via internet e <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/zoe-kravitz-diz-que-redes-sociais-atrapalharam-sua-carreira">redes sociais</a>... &ldquo;Acho que sempre trabalhei em comunica&ccedil;&atilde;o, a vida inteira, ainda que dentro de aspectos diferentes.&rdquo; E como comunicadora 20.22, ela fala de beleza, da Sallve, de como se relaciona com <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/quais-sao-os-tratamentos-de-beleza-mais-buscados-pelos-millennials">Millenials</a> e <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/geracao-z-licoes-beleza">Gen Z</a>, de ser cringe...</span></p>
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Blazer e camisa ARIST, calça acervo Julia Petit. (Foto: Jorge Firmino)

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      <p style="text-align: justify;"><span><strong>Moda e beleza sempre foram suas paix&otilde;es?</strong><br /></span><span>Sempre. Elas s&atilde;o parte da lente pela qual adoro olhar o mundo. Eu acho que a moda e a beleza refletem o momento que a gente vive muito bem. E sempre<br />gostei muito de olhar o contexto sociopol&iacute;tico e entender como as coisas est&atilde;o acontecendo no mundo e por que elas se cristalizam na apar&ecirc;ncia das pessoas... Sempre foi a coisa que eu mais gostei de fazer. E a&iacute; tudo, n&eacute;: m&uacute;sica, cinema, pol&iacute;tica, tudo. Elas s&atilde;o a parte visual da minha paix&atilde;o, na verdade. Acho que &eacute; isso.</span></p>
      <p style="text-align: justify;"><strong>Como o &ldquo;bichinho da beleza&rdquo; mordeu voc&ecirc;?<br /></strong><span>Eu acho que me interessei por beleza quando comecei a estagiar na DPZ &ndash; porque comecei a conviver muito com cabeleireiros e maquiadores. Sempre gostei dessas coisas de maquiagem, mas n&atilde;o era um interesse profissional. Eu tinha 15 anos e trabalhava com gente de 19, 20 e poucos, de 40, 50. Foi a&iacute; que comecei a entender de fato esse universo da beleza&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">e, quando muito tempo depois fui trabalhar na internet, fazer conte&uacute;do e tudo mais, falar sobre beleza foi muito natural para mim porque eu tinha essa esp&eacute;cie de mala cheia de informa&ccedil;&otilde;es, quase 20 anos aprendendo como fazer, como as coisas s&atilde;o feitas, como as pessoas podem fazer cabelo e make sozinhas. Foi justamente ali conhecendo as pessoas e entendendo o trabalho delas que eu comecei de fato a me interessar na m&aacute;gica, sabe? O quanto a gente pode mudar as pessoas, a vida das pessoas. Foi uma daquelas gavetas muito cheias de informa&ccedil;&atilde;o que eu tinha e precisava repassar para a frente. Eu precisava comunicar isso.</span></p>
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    <div class="column">
      <p style="text-align: justify;"><strong>Como v&ecirc; a beleza 20.22? Limpa? Minimalista? Acess&iacute;vel? Colorida? Diversa? Tudo isso junto e misturado?<br /></strong><span>Acho que a beleza em 2022, ainda bem, n&atilde;o tem uma cara. Acho que os &uacute;ltimos foram muito legais, de tudo ao mesmo tempo agora. At&eacute; acho muito engra&ccedil;ado quando estou fazendo ronda de redes sociais. Ainda se v&ecirc; alguns ve&iacute;culos tentando falar X &eacute; a onda deste ver&atilde;o ou tal tend&ecirc;ncia todo mundo vai usar. N&atilde;o existem mais essas tentativas imperativas de voc&ecirc; dar uma cara, um tipo de beleza, um tipo de tend&ecirc;ncia de roupa (ou de qualquer coisa), afirmar que aquilo &eacute; o dessa esta&ccedil;&atilde;o. Tanto que a gente v&ecirc; tudo misturado e &eacute; muito legal! A pele limpa ou com um monte de maquiagem com cristal, ou maquiagem natural, ou um pouco de &ldquo;bonita&rdquo;. A cara de agora &eacute; todas as caras. A cara de agora s&atilde;o v&aacute;rias pessoas, inclusive no mesmo dia. N&atilde;o &eacute; mais quem a gente quer ser na vida. &Eacute; quem a gente quer ser naquele momento ou naquele dia, quem eu quero ser de manh&atilde;, ou quem eu quero ser de noite.</span></p>
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Foto: Reprodução/Instagram @petisco

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      <div class="column">
        <p style="text-align: justify;"><span><strong>Voc&ecirc; tem 50 anos &ndash; mas rostinho, corpinho e vibe de Millenial (ou at&eacute; de Gera&ccedil;&atilde;o Z). Como lida com o passar dos anos? </strong><br /></span><span>Fiz 50 anos esse ano e foi engra&ccedil;ado porque quando come&ccedil;ou a pandemia, pensei: ser&aacute; que quando a gente sair de tudo isso eu j&aacute; vou ter feito 50? Para mim &eacute; quase um descolamento de personalidade. Os anos v&atilde;o passando e eu continuo muito igual ou ainda mais criativa e hiperativa, e querendo fazer um milh&atilde;o de coisas ao mesmo tempo, e tendo um um milh&atilde;o de ideias ao mesmo tempo. Ent&atilde;o para mim a vida n&atilde;o mudou. S&oacute; o n&uacute;mero. E esse, sim, aumenta e aumenta r&aacute;pido. Aquela coisa que parece que o tempo come&ccedil;a a passar mais r&aacute;pido. E come&ccedil;a a ficar engra&ccedil;ado. Porque eu n&atilde;o consigo me reconhecer no n&uacute;mero. E ao mesmo tempo eu consigo reconhecer toda a experi&ecirc;ncia e o aprendizado e as muitas vidas &ndash; porque eu sempre falo &ldquo;j&aacute; n&atilde;o parece mais uma vida. Parece algumas encarna&ccedil;&otilde;es&rdquo;. Isso que voc&ecirc; me perguntou no come&ccedil;o, de eu ter feito tantas coisas... Quando vai juntando tudo, parece que s&atilde;o vidas diferentes! Toda vez que eu vou falar, eu fa&ccedil;o isso a X anos sempre d&aacute; tipo 20 anos, sei l&aacute;, 15 anos. Nunca d&aacute; pouco tempo, ent&atilde;o &eacute; engra&ccedil;ado. Eu acho que eu trato com leveza. E ao mesmo tempo, pensei assim: ser&aacute; que eu j&aacute; vivi a maior parte da minha vida? Ent&atilde;o, acho que talvez agora comece a ficar com aquela vontade de fazer mais coisas (risos).</span></p>
        <strong> </strong>
        <p style="text-align: justify;"><span><strong>Voc&ecirc; j&aacute; se achou cringe em algum momento &ndash; ou &eacute; sempre descolada?</strong><br /></span><span>Sobre me achar cringe. Eu me acho cringe o tempo inteiro &ndash; at&eacute; por ser essa pessoa hiperativa que eu sou. Eu fico muito pensando assim: imagina como as pessoas me enxergam, meu pai do c&eacute;u. Imaginou? Tipo, voc&ecirc; &eacute; doida? Que que ela est&aacute; falando, meu Deus? Eu vivi como jovem adolescente e adolescente at&eacute; a vida adulta nos anos 1980 e nos anos 1990. Ent&atilde;o, voc&ecirc; pode ter certeza que vergonha eu passei na vida. O fato &eacute; que a gente passa vergonha o tempo todo na vida. O que &eacute; muito legal porque deixa a gente muito desapegada das coisas, n&eacute;? Sempre tem algu&eacute;m passando vergonha. Inclusive n&oacute;s mesmos. Ent&atilde;o, acho que se tratar com leveza e achar que est&aacute; tudo bem &eacute; o caminho.</span></p>
        <strong> </strong>
        <p style="text-align: justify;"><span><strong>Agora, falando s&eacute;rio: voc&ecirc; convive, na Sallve e no Petiscos, com Millenials, Gera&ccedil;&atilde;o Z... A troca enriquece, mas conf litos s&atilde;o inevit&aacute;veis?</strong><br /></span><span>O Petiscos &eacute; muito mais Millenial e a Sallve tamb&eacute;m. Hoje trabalho com mais pessoas Gen Z, mas acho que o embate &eacute; real e &oacute;timo &ndash; o choque de gera&ccedil;&otilde;es, o atrito &eacute; que faz o mundo andar pra frente. Eu sempre tive turmas muito diversas, para todos os lados e para todas as idades. Tenho amigos muito mais velhos, muito mais jovens. &Eacute; isso que traz essa energia de parecer de v&aacute;rias &eacute;pocas. Eu pego um pouquinho de cada pessoa. E gosto da discuss&atilde;o de ideias. Sou feliz na confus&atilde;o assim, quanto mais tiver confus&atilde;o para mim, melhor.</span></p>
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      <div class="column">
        <p style="text-align: justify;"><strong>Como lida com a exposi&ccedil;&atilde;o exigida pelas redes sociais?<br /></strong><span>Eu nunca me expus em rede social na real, n&eacute;? Eu tenho perfil, mas nunca trabalhei muito para os meus perfis crescerem. Eles cresceram numa &eacute;poca em que os perfis cresciam muito por interesse real das pessoas, mas n&atilde;o na vida pessoal. Foi uma &eacute;poca ainda muito pura das redes sociais. Mantenho minha privacidade, eu tenho minha vida. Primeiro porque eu acho que as pessoas iam achar minha rotina muito sem gra&ccedil;a &ndash; ela &eacute; provavelmente muito parecida com a sua ou com a de qualquer outra pessoa. Eu n&atilde;o tenho essa loucura de saber a intimidade, o dia a dia das pessoas. Gosto muito de manter uma vida discreta. N&atilde;o sei se porque eu fui criada por pais muito discretos. Eu gosto de mostrar o meu trabalho, as coisas que eu fa&ccedil;o. At&eacute; porque, meu dia a dia n&atilde;o &eacute; s&oacute; meu. &Eacute; meu, do meu marido, da minha filha. Gosto de manter essa divis&atilde;o bem marcada. S&atilde;o escolhas. Redes sociais para mim s&atilde;o trabalho. O meu trabalho &eacute; comunicar, dar informa&ccedil;&atilde;o ou mostrar produtos. E por isso acho que eu tenho uma conviv&ecirc;ncia muito tranquila nas redes sociais.</span></p>
        <p style="text-align: justify;"><strong>Qual o segredo dessa pele boa?<br /></strong><span>Eu acho que o que faz mais diferen&ccedil;a na minha pele foi ter aprendido com a minha m&atilde;e que aprendeu com a minha av&oacute; (a m&atilde;e do meu pai, na verdade): lavar a pele sempre, estar com a pele limpa. E usar a hist&oacute;ria da toalhinha que a gente d&aacute; de presente na Sallve. Usar a toalha para limpar o rosto faz uma esfolia&ccedil;&atilde;o bem levinha, diariamente. E usar protetor solar no rosto diariamente. Eu acho que &eacute; isso. &Eacute; ter aprendido com a minha m&atilde;e que n&atilde;o &eacute; para dormir maquiada jamais. Vai lavar o rosto com sabonetinho de lavar o rosto e n&atilde;o esquece de passar um t&ocirc;nico com uma toalhinha. S&atilde;o cuidados para a vida toda. A&iacute;, eles fazem muita diferen&ccedil;a. Aprendi a usar vitamina C, sei l&aacute;, 20 anos atr&aacute;s &ndash; meu Deus do c&eacute;u, estou ficando velha. E a&iacute; voc&ecirc; vai aprendendo a incluir ativos na sua rotina e tudo come&ccedil;a a funcionar melhor.</span></p>
        <strong> </strong>
        <p style="text-align: justify;"><span><strong>Quais os pr&oacute;ximos passos da Julia empres&aacute;ria? O que vem por a&iacute;?</strong><br /></span><span>N&atilde;o fala em pr&oacute;ximos passos que o c&eacute;rebro j&aacute; ferve. Eu tenho esse bicho carpinteiro &ndash; fico querendo fazer coisas novas o tempo todo. Mas a Sallve j&aacute; &eacute; uma novidade por dia &ndash; a gente lan&ccedil;a um produto por m&ecirc;s. Todo dia a gente est&aacute; falando de uma embalagem, de uma melhora, seja de entrega dos produtos, seja de... seja de qualquer coisa desse tipo. A marca &eacute; uma fonte inesgot&aacute;vel de novidades para mim, o que me mant&eacute;m muito nutrida. Acho que encontrei no formato de neg&oacute;cio da Sallve, no jeito que a gente tem de produzir as coisas, na forma de falar com a comunidade o tempo inteiro. Ent&atilde;o &eacute; como se eu tivesse trabalhando em muitos lugares e fazendo muitos trabalhos diferentes ao mesmo tempo. E isso me deixa calma!</span></p>
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      <div class="column">
        <p><span><em><strong>Cr&eacute;ditos<br /></strong></em></span><span>STYLING E PRODU&Ccedil;&Atilde;O EXECUTIVA: </span><span>Ana Luiza Neves. <br /></span><span>ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA</span><span>: Omalito.<br /></span><span>ASSISTENTE DE STYLING: </span><span>Camille Mando. <br /></span><span>BEAUTY: </span><span>Higor Piccoli. <br /></span><span>ASSISTENTE DE BEAUTY: </span><span>Nicole dos Anjos. <br /></span><span>RETOUCH: </span><span>Evandro Santos.</span></p>
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Júlia Petit em entrevista exclusiva para a L'Officiel Brasil

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