Com multitalentos e preparando novos projetos, a atriz transita entre suas habilidades de escrita e interpreta&ccedil;&atilde;o, tendo publicado seu primeiro livro de poesia &ldquo;Ch&atilde;o Vermelho&rdquo; e fala sobre fase vers&aacute;til e inspirada da carreira com exclusividade para a L&rsquo;Officiel

Com s&eacute;rie rec&eacute;m filmada para a Globoplay e primeira vil&atilde; no longa metragem &ldquo;Infinimundo&rdquo;, a atriz e escritora Juliane Ara&uacute;jo estreia como roteirista, produtora e diretora assistente do curta-metragem Travessia em <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/cannes-2023-as-tendencias-que-dominaram-o-tapete-vermelho">Cannes.</a>
Travessia ser&aacute; exibido no &lsquo;Short Film Corner&rsquo;, o grande mercado dos curtas do Festival que acontece na Fran&ccedil;a.&nbsp; &ldquo;Criar um projeto do zero requer coragem, paci&ecirc;ncia e dedica&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Estudo muito, pois sou apaixonada por curtas metragens e n&atilde;o temos um grande mercado no Brasil para este tipo de produ&ccedil;&atilde;o. Estrear com &ldquo;Travessia&rdquo; em um dos maiores festivais do mundo, &eacute; um sonho&rdquo;, celebra a atriz.&nbsp;
O filme tem como protagonista o premiado ator Caio Blat, com dura&ccedil;&atilde;o de 15 minutos, dire&ccedil;&atilde;o de Gabriel Lima, dire&ccedil;&atilde;o de fotografia de Andr&eacute; Hawk, trilha sonora original de Fabio Mondego e dire&ccedil;&atilde;o de arte de Miti.
Formada em Artes C&ecirc;nicas pela Casa de Artes de Laranjeiras, estreou na televis&atilde;o na novela Lado a Lado (2012), e atuou em seguida nas novelas Joia Rara (2014) e &Ecirc;ta Mundo Bom (2016) e da novela Al&eacute;m da ilus&atilde;o (2022). Ficou conhecida por sua personagem Ma&iacute;ra na novela O Outro Lado do Para&iacute;so (2017) e como Luana em Ver&atilde;o 90 (2019), todas da Rede Globo.
Com multitalentos e preparando <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/angela-brito-entrevista-exclusiva">novos projetos,</a> a atriz transita entre suas habilidades de escrita e interpreta&ccedil;&atilde;o, tendo publicado seu primeiro livro de poesia &ldquo;Ch&atilde;o Vermelho&rdquo; e fala sobre a fase vers&aacute;til da carreira com exclusividade para a L&rsquo;Officiel.
FOTOS: <a href="https://www.instagram.com/diegobaptista/">DIEGO BAPTISTA</a>&nbsp;

Como &eacute; estar em Cannes, em um dos Festivais mais prestigiados do mundo, com seu curta Travessia?
Tudo tem acontecido de uma maneira encantadora, o Festival de Cannes &eacute; um dos festivais de cinema mais importantes do mundo, estar aqui ampliou minha vis&atilde;o para muitas possibilidades, foram muitos encontros com cineastas, criativos, trabalhadores do cinema do mundo inteiro. Tenho assistido de 2 a 3 filmes por dia, fora o tempo que passo conhecendo os espa&ccedil;os de cada pa&iacute;s no Pavilh&atilde;o internacional.&nbsp; Existe essa magia que acontece em Cannes - os encontros. Foi o que me disseram desde o primeiro dia e eu estou presenciando-a. Cheguei com a expectativa de consumir cinema e apresentar meu filme, mas outras possibilidades tamb&eacute;m se abriram, novidades que conto mais para frente.&nbsp;

De onde veio a inspira&ccedil;&atilde;o para o curta Travessia?
O &lsquo;Travessia, surgiu da minha enorme vontade de falar sobre os processos humanos que implodiram principalmente durante a pandemia. Os questionamentos humanos primordiais que nos acompanham desde que o mundo &eacute; mundo, o desconforto, o imenso medo da vulnerabilidade, o medo da morte, o medo do amor, o medo de ser a gente.
&nbsp;O mar &eacute; o pano de fundo do filme. As teorias cientificas mais recentes apontam que todas as formas de vida do planeta v&ecirc;m do mar, que tudo surgiu do fundo do nosso oceano, e eu acho isso lindo.&nbsp;
Mais de 80% do oceano permanece inexplorado, &eacute; mist&eacute;rio puro, como a gente. O ser humano tamb&eacute;m &eacute; isso, cada dia a gente descobre outras capacidades, outros est&iacute;mulos, outros traumas.&nbsp;
O filme conta sobre dois personagens: Elis (Juliane Ara&uacute;jo) e Vicente (Caio Blat), que tem suas hist&oacute;rias de dor e seus questionamentos sobre a vida entrela&ccedil;adas, quando compartilham o mesmo espa&ccedil;o em tempos diferentes.

Como foi trabalhar pela primeira vez cumprindo os diferentes pap&eacute;is (roteiro, diretora-assistente, interpreta&ccedil;&atilde;o) na produ&ccedil;&atilde;o do Travessia?&nbsp;
Entendi que tenho bra&ccedil;os maiores e que andam juntos com a minha carreira de atriz, isso foi meu maior ensinamento na constru&ccedil;&atilde;o do curta. Primeiro gera a d&uacute;vida, depois entendi que posso sim ser mais de uma coisa e que isso &eacute; me torna mais criativa.&nbsp;
Fui entendendo tamb&eacute;m que os artistas que eu mais admiro ocupam sempre mais de uma fun&ccedil;&atilde;o, t&ecirc;m h&aacute;bitos diversos e mut&aacute;veis - e uma capacidade enorme de criar possibilidades de trabalhos pra si (acho isso incr&iacute;vel e &eacute; um aprendizado).

Como foi a constru&ccedil;&atilde;o da personagem para o filme Infinimundo? Ansiosa para a estreia?
&Eacute; uma das personagens mais complexas que fiz, estamos fazendo um filme que flerta com o realismo fant&aacute;stico e eu sou apaixonada por filmes assim. O cinema tamb&eacute;m tem a fun&ccedil;&atilde;o de ampliar a imagina&ccedil;&atilde;o, propor novas formas de olhar para o mundo. A Coroa de Flores, minha personagem, definitivamente &eacute; um ser &uacute;nico, forte, irreverente, que atravessa um percurso importante, &eacute; um Filme muito bonito.&nbsp;
A gente filmou no Sul do Pa&iacute;s, minha primeira vez l&aacute; e foi muito especial, uma equipe muito alinhada e talentosa, fiquei realmente muito movimentada com aquele set. animad&iacute;ssima e ansiosa pela estreia.&nbsp;

Conte mais sobre a personagem da s&eacute;rie Veronika? Como foi as filmagens da produ&ccedil;&atilde;o que tem estreia prevista para 2024?
Eu interpreto a personagem Renata, uma mulher intensa que tem uma enorme atra&ccedil;&atilde;o pelo poder e tamb&eacute;m vive uma paix&atilde;o perigosa com Rod (D&eacute;rio Chagas) que leva ela a percorrer uma trajet&oacute;ria digna de uma trag&eacute;dia grega.
Terminamos as filmagens em abril, mas estava envolvida com esse projeto desde o ano passado, nas prepara&ccedil;&otilde;es, leituras e viv&ecirc;ncias da produ&ccedil;&atilde;o da AfroReggae audiovisual.
Contamos uma hist&oacute;ria que &eacute; muito pr&oacute;xima da gente que mora no Rio de Janeiro, uma favela, um territ&oacute;rio que moramos, frequentamos ou que j&aacute; est&aacute; bem estabelecido no imagin&aacute;rio do carioca, do brasileiro. Por isso foi imensa responsabilidade nossa e uma preocupa&ccedil;&atilde;o do afroreggae audiovisual n&atilde;o cair em estere&oacute;tipos, ent&atilde;o esse per&iacute;odo pr&eacute; set de filmagem foi indispens&aacute;vel.
A Renata &Eacute; uma personagem que exigiu de mim um profundo acesso a lugares dif&iacute;ceis, como a raiva, a ira, o &oacute;dio. Do mais, foi divertido fazer cenas que nunca tinha feito, trabalhar com pessoas que ainda n&atilde;o tinha trabalhado, como: Roberta Rodrigues, Thiago Hypolito, D&eacute;rio Chagas, nosso diretor Silvio Guindane. Foi intenso e maravilhoso. Ansiosa pra ver o resultado.

Al&eacute;m de roteirista, voc&ecirc; tamb&eacute;m tem aspira&ccedil;&otilde;es liter&aacute;rias. - Quais as suas refer&ecirc;ncias e 3 escritores brasileiros que voc&ecirc; indica?
S&oacute; 3? Muito dif&iacute;cil! Mas cito algumas inspira&ccedil;&otilde;es: Hilda Hilst, Concei&ccedil;&atilde;o Evaristo, Clarisse Lispector, Carla Madeira, Carola Saveedra.&nbsp;

Como voc&ecirc; define a cena de produ&ccedil;&otilde;es independentes no Brasil? Quais os desafios?&nbsp;
A gente teve um grande desmonte na cultura nos &uacute;ltimos anos, ent&atilde;o ainda vamos engatinhar por mais um tempo para recuperar um pa&iacute;s que est&aacute; disposto a realmente a investir no cinema. Eu sou uma grande otimista, se n&atilde;o fosse por isso nem artista seria, eu venho de um lugar onde incentivos a cultura &eacute; quase inexistente, ent&atilde;o acredito sim na nossa capacidade de cria&ccedil;&atilde;o. Os desafios s&atilde;o muitos, produzir um filme de baixo or&ccedil;amento, sem nenhum aux&iacute;lio p&uacute;blico requer tempo, insist&ecirc;ncia, muito trabalho e grandes parceiros.&nbsp;

Como voc&ecirc; lida com as transforma&ccedil;&otilde;es de visual para composi&ccedil;&atilde;o dos personagens?&nbsp;
Para a s&eacute;rie Veronika usei aplique, pois a personagem Renata tinha que ter cabel&atilde;o e eu tinha acabado de cortar bastante o cabelo.&nbsp;
Na pandemia ele cresceu muito e foi a primeira vez que tive os cabelos t&atilde;o grandes, desde a adolesc&ecirc;ncia. Eu amei, mas cabelos m&eacute;dios um pouco abaixo dos ombros, combinam mais comigo. Terminei de filmar Veronika e no dia seguinte j&aacute; estava platinada e com o cabelo mais curto que j&aacute; tive. O Fabio Oliveira me acompanha h&aacute; uns oito anos, e faz as mudan&ccedil;as de todos os meus projetos.&nbsp; Se tornou meu grande amigo e tenho total confian&ccedil;a no trabalho dele, platinar o cabelo n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil.
Eu amei o resultado, h&aacute; tempos que quero fazer uma mudan&ccedil;a dr&aacute;stica nos cabelos, mas sempre aguardo a personagem que vai propor isso.

Qual sua rela&ccedil;&atilde;o com a moda? Como voc&ecirc; define seu estilo?
Eu quando tinha 15 anos, transformava as roupas do meu pai para usar, gostava de me sentir diferente, acho que a moda reafirma nossa identidade. Hoje eu consigo perceber e resgatar essa caracter&iacute;stica genu&iacute;na minha, tenho optado por sair um pouco do comum. Eu sou extremamente b&aacute;sica e adoro conforto, experimentar novas pe&ccedil;as, sem perder o que eu dou valor, tem sido um exerc&iacute;cio.

Juliane Araújo e sua incrível versatilidade como artista

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