Let&iacute;cia Colin abrilhanta a nova temporada da s&eacute;rie &lsquo;Os Outros&rsquo; ao lado de Adriana Esteves, e fala sobre a experi&ecirc;ncia em entrevista exclusiva

<a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/de-agatha-moreira-a-isabeli-fontana-cabelo-curto-e-hit-do-inverno">Let&iacute;cia Colin</a> cresceu diante do p&uacute;blico! A atriz, que come&ccedil;ou a sua <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/shakira-diz-que-colocou-carreira-de-lado-por-causa-de-ex">carreira</a> ainda muito nova, hoje acumula diferentes trabalhos de sucesso, que foram marcantes, &uacute;nicos e especiais n&atilde;o apenas para ela, como tamb&eacute;m para os seus espectadores.&nbsp;
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De &lsquo;Malha&ccedil;&atilde;o&rsquo; (2002) e &lsquo;Floribella&rsquo; (2005) a &lsquo;O Novo Mundo&rsquo; (2017) e &lsquo;Todas as Flores&rsquo; (2022), Let&iacute;cia deu um show de atua&ccedil;&atilde;o, desabrochando frente as c&acirc;meras e amadurecendo como atriz e mulher em cada um de seus projetos! Agora, brilhando em cima do palco ao lado de seu esposo, Michel Melamed &ndash; com quem tem um filho chamado Uri &ndash; Let&iacute;cia comenta quais s&atilde;o os desafios de seu novo papel, revela como foi gravar com Adriane Esteves em &lsquo;Os Outros&rsquo;, e entrega detalhes de sua vida &iacute;ntima e pessoal ao abordar temas como maternidade, relacionamento, sa&uacute;de f&iacute;sica e mental, al&eacute;m de moda e autoexpress&atilde;o! Confira:

Voc&ecirc; come&ccedil;ou a sua vida art&iacute;stica muito nova. Primeiro como modelo e depois migrou para a TV, com grandes sucessos como &lsquo;Sandy e Junior&rsquo;, &lsquo;Malha&ccedil;&atilde;o&rsquo; e &lsquo;Floribella&rsquo;. Como foi iniciar na televis&atilde;o t&atilde;o jovem? Voc&ecirc; estava preparada para o desafio ou aquele foi um processo totalmente novo a ser descoberto?
S&oacute; pra fazer uma retifica&ccedil;&atilde;o, eu n&atilde;o era modelo. Eu fui para uma ag&ecirc;ncia de atores quando tinha 8 anos e trabalhava fazendo publicidade, que &eacute; um come&ccedil;o bem comum pra muita gente. Era um trabalho que tinha um fluxo maior na &eacute;poca, com mais oportunidades do que os trabalhos dramat&uacute;rgicos. Muitos atores faziam comerciais, at&eacute; como porta de entrada pra profiss&atilde;o. Comecei a fazer testes com textos e desafios de interpreta&ccedil;&otilde;es que a dire&ccedil;&atilde;o dava e sempre me diverti muito nesse processo de estar de frente pra c&acirc;mera e fazer algo que deixava as pessoas surpresas. Acho que meu prazer em atuar &eacute; sempre provocar uma sensa&ccedil;&atilde;o de quem est&aacute; me vendo atr&aacute;s da lente, porque n&atilde;o &eacute; um olhar direto, &eacute; um pouco protegido, mas tamb&eacute;m &eacute; muito revelado, porque o olhar da lente &eacute; cir&uacute;rgico, v&ecirc; coisas que o olho humano n&atilde;o v&ecirc;.&nbsp;
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Desde pequena percebi que eu provocava sensa&ccedil;&otilde;es, um riso, um coment&aacute;rio, uma emo&ccedil;&atilde;o. E sempre foi desafiador. Eu sou de uma fam&iacute;lia que n&atilde;o tem uma tradi&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica, mas meus pais sempre me apoiaram muito. Minha m&atilde;e sempre esteve comigo, levando a todos os lugares. Ela se aposentou e conseguia acompanhar tudo, e era uma demanda de tempo, de energia, uma demanda ps&iacute;quica muito grande e eu gostava do ambiente de set, sempre me encantou. Eu nunca me acostumei, at&eacute; hoje, quando chego num teatro, numa coxia ou num est&uacute;dio, gosto de chegar antes e ver o lugar vazio. Quando vou come&ccedil;ar um trabalho novo e vejo aqueles grids de luz, as c&acirc;meras, os cen&aacute;rios, o cheiro de tinta, sempre foi muito m&aacute;gico. Sinto que &eacute; um local de conex&atilde;o com o sagrado pra mim e falando dessa coisa de surpresa de provocar no outro, que descobri crian&ccedil;a que era poss&iacute;vel, anos depois eu li a biografia do Marlon Brando, ele disse que a partir de um momento da carreira dele, que ele deveria ser como um pugilista e que uma express&atilde;o, fala ou olhar, seria como um golpe surpresa que pega o advers&aacute;rio desprevenido. Isso &eacute; o que deixa a luta instigante, emocionante e especial. Li esse livro quando tinha uns vinte anos e pensei: caramba, era isso que eu sentia. N&atilde;o me comparando com o Marlon Brando, rs, mas &eacute; legal como os atores tem pontos de contato no seu of&iacute;cio.&nbsp;
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E destas produ&ccedil;&otilde;es, qual foi a sua favorita? Como uma f&atilde; assumida de &lsquo;Floribella&rsquo;, preciso dizer que voc&ecirc; trouxe muita alegria para a minha inf&acirc;ncia ao lado da Juliana Silveira! Quais as suas melhores lembran&ccedil;as dessa &eacute;poca?
A minha preferida foi a novela &ldquo;O Novo Mundo&rdquo;, minha personagem era a Leopoldina. Como era uma novela hist&oacute;rica, a gente contava fatos reais, mas ela tamb&eacute;m foi fant&aacute;stica, e eu adoro esse universo l&uacute;dico. A gente tinha sequ&ecirc;ncias num navio com piratas, eu podia andar a cavalo - que eu adoro! Ela tinha uma composi&ccedil;&atilde;o muito complexa de ter um sotaque, de ir atr&aacute;s da biografia dessa mulher, que tinha muitas pistas pelo caminho. Era uma responsabilidade grande fazer algu&eacute;m que existiu e mudou a hist&oacute;ria do nosso pa&iacute;s, e tamb&eacute;m desmistificar, fazer cair essa ilus&atilde;o da princesa, do castelo, do reino, dos bef&iacute;cios, do privil&eacute;gio, de mergulhar na tristeza e na solid&atilde;o dela, e tamb&eacute;m do Brasil Col&ocirc;nia,&nbsp; nesses processos de poder que circulavam na &eacute;poca. Foi muito importante e, ao mesmo tempo era muito l&uacute;dico e divertido, porque eram super caracteriza&ccedil;&otilde;es, de outro tempo, era muito fabular. Estar nessa fantasia com muita liberdade criativa, com dire&ccedil;&atilde;o do Vinicius Coimbra, foi uma novela que ficou no cora&ccedil;&atilde;o das pessoas e no meu tamb&eacute;m.&nbsp;
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Sobre Floribella, agrade&ccedil;o demais o carinho, admiro muito a Ju Silveira, lembro que na &eacute;poca eu nem acreditei que iria fazer essa novela e foi muito bom viver um momento de um sucesso t&atilde;o grande e em outra emissora. Foi muito saud&aacute;vel a gente ver isso acontecer. As grava&ccedil;&otilde;es tinham uma temperatura muito adolescente. Porque eu era adolescente, todo mundo era na verdade. O que foi muito bom nessa fase de encontrar seus pares, nesse momento, que &eacute; um processo muito desafiador, que pode ser traum&aacute;tico at&eacute;. Ent&atilde;o ter passado a adolesc&ecirc;ncia convivendo com aqueles artistas, trabalhando, criando, me ajudou a ancorar muitos sentimentos e sensa&ccedil;&otilde;es. &Eacute; muito legal saber que a gente fez pare tamb&eacute;m, das crian&ccedil;as e adolescentes que estavam crescendo e vibrando com a gente e acessando sentimentos atrav&eacute;s das cenas, da m&uacute;sica, a novela tinha essa coisa m&uacute;sica, que eu sempre amei, a galera gostava muito e de repente at&eacute; elaboravam seus sentimentos, porque a gente falava de namoro, fam&iacute;lia, de afetos. Tem um lugar de muito carinho e respeito por esse trabalho.

Na trama de sucesso de Jo&atilde;o Emanuel Carneiro, Todas as Flores, voc&ecirc; foi muito elogiada pelo seu trabalho e todas as cenas intensas de Vanessa, sua personagem. Como se preparou para viver essa vil&atilde; e principalmente, como fazia para virar a chavinha depois de uma grava&ccedil;&atilde;o e voltar a ser a Let&iacute;cia, m&atilde;e e esposa dedicada?
Eu tenho a sensa&ccedil;&atilde;o que Todas as Flores ficou, existiu mais do que um trabalho, um per&iacute;odo, virou algo mais s&oacute;lido, na minha vida pelo menos. Eu acho que n&atilde;o sa&iacute;a totalmente do personagem, porque a jornada de trabalho &eacute; longa, desde o momento que vc acorda at&eacute; quando vai gravar 20 cenas, voc&ecirc; j&aacute; est&aacute; pensando naquilo. S&oacute; que antes voc&ecirc; escova os dentes, leva seu filho pra escola, passa o texto, depois p&aacute;ra pra fazer compras ou colocar gasolina, a&iacute; n&atilde;o est&aacute; mais no personagem. Chega pra gravar, se maquia, almo&ccedil;a com os amigos e esquece totalmente, a&iacute; voc&ecirc; lembra que &eacute; aniversario de algu&eacute;m, manda um presente, volta a gravar&hellip; rs&hellip; ent&atilde;o tem um atravessamento dessas vidas paralelas, que n&atilde;o deixam de acontecer.&nbsp;
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Mas o marco da Vanessa pra mim n&atilde;o foi a maldade - &eacute; claro que ela era uma pessoa que falava coisas horrorosas e totalmente cancelada, um ser humano desprez&iacute;vel, pat&eacute;tico e hil&aacute;rio, por conta disso, como a arte faz pra gente olhar pros vil&otilde;es e para as pessoas que tem muita mesquinharia no cora&ccedil;&atilde;o - mas a caracter&iacute;stica maior dela, pra mim era o pico de energia dela, pela velocidade que ela falava, andava, se movia, pela monta&ccedil;&atilde;o dela, usava muitas joias, sempre maquiada, impec&aacute;vel, em cima de um salto. Ent&atilde;o essa vibe, essa personalidade dela, manter esse ambiente para ela acontecer, no meu corpo, na minha voz, na minha atua&ccedil;&atilde;o era bastante desgastante, ent&atilde;o eu sentia fisicamente esse cansa&ccedil;o, mas valeu cada gota e cada segundo, rs.
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Agora, dividir&aacute; o protagonismo com Adriana Esteves na segunda temporada de &ldquo;Os Outros&rdquo;, s&eacute;rie de sucesso do Globoplay prevista para o segundo semestre. Voc&ecirc; ser&aacute; a Raquel, uma corretora de im&oacute;veis evang&eacute;lica que se envolve em conflitos com vizinhos do novo condom&iacute;nio onde se passar&aacute; a trama. Como se preparou para o personagem? Falando em religi&atilde;o, voc&ecirc; &eacute; budista, n&atilde;o &eacute;? Como voc&ecirc; se conectou com a religi&atilde;o?&nbsp;
Eu tive esse chamado para fazer uma das s&eacute;ries que mais amei assistir na minha vida, que foi &ldquo;Os Outros&rdquo;. Achei bem desafiador fazer algo que eu queria tanto, que eu sou t&atilde;o f&atilde; e retomar minha parceria com a Luisa Lima, que foi diretora de &ldquo;Onde Est&aacute; meu Cora&ccedil;&atilde;o&rdquo; e que sempre eleva meu trabalho e me desafia a chegar em lugares que d&atilde;o sentido para continuar me provocando, me dedicando como atriz.&nbsp;
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Trabalhar com a Adriana Esteves &eacute; um luxo, ela &eacute; uma unanimidade, ela &eacute; muito amorosa, profissional, engra&ccedil;ada, muito talentosa, &iacute;ntegra, leve ao mesmo tempo que pode ser muito densa e intensa, acessa as emo&ccedil;&otilde;es de uma maneira muito r&aacute;pida e com muita eleg&acirc;ncia, eu sou muito f&atilde; da Adriana. Essa personagem tamb&eacute;m vai ter um desenrolar da hist&oacute;ria bem pr&oacute;ximo do Edu Sterblitch, que &eacute; padrinho do meu filho, n&oacute;s somos compadres porque tamb&eacute;m sou madrinha do filho dele, Caetano. A gente queria trabalhar junto h&aacute; muito tempo e ele faz um personagem ic&ocirc;nico na s&eacute;rie. A gente tem um ponto de conflito entre esses dois personagens, ent&atilde;o as pessoas podem esperar grandes reviravoltas, grandes emo&ccedil;&otilde;es, porque o texto &eacute; do Lucas Para&iacute;so que deixa a gente sempre desnorteado com os rumos da hist&oacute;ria. Que eu acho que &eacute; uma das partes das experi&ecirc;ncias incr&iacute;veis da s&eacute;rie, a maneira como a hist&oacute;ria tem viradas surpreendentes.&nbsp;&nbsp;&nbsp;

Qual tipo de personagem seria um desafio para interpretar e com quem sonha dividir um palco ou uma cena?
Fazer alguma coisa com a Renata Sorah seria um sonho, uma grande diva! Gostaria de trabalhar novamente com a Viviane Pasmanter e queria fazer algo com a Isabel Filardes tamb&eacute;m. Tenho muitos sonhos ainda, muitas coisas a serem feitas. Fazer um texto cl&aacute;ssico, talvez um Strindberg - Srta Julia. Sempre tive vontade de fazer algo de realismo fant&aacute;stico, l&uacute;dico e exc&ecirc;ntrico.&nbsp;&nbsp;
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Hoje, ao lado de Michel Melamed, voc&ecirc; retorna aos teatros para fazer sucesso na pele de Claudia. Como tem sido a experi&ecirc;ncia de dividir o palco com o seu marido? &Eacute; algo f&aacute;cil para voc&ecirc;? Existe alguma t&eacute;cnica para separar o marido do personagem?&nbsp;
Nesse trabalho especificamente, a gente est&aacute; usando tudo, a nossa vida privada, nossa vida real e a experi&ecirc;ncia individual de cada um como artista, da nossa trajet&oacute;ria e tamb&eacute;m o que a gente tem de viv&ecirc;ncia do casamento, da nossa rela&ccedil;&atilde;o, do amor, da passagem de tempo juntos, das demandas, das dificuldades, das crises e contratempos. O tema da pe&ccedil;a &eacute; exatamente esse, a imperman&ecirc;ncia, a mudan&ccedil;a dos momentos individuais de cada um e esse desafio de se reinventar para continuar junto. Nesse caso a gente n&atilde;o tinha que separar, n&atilde;o, mas a gente queria fazer alguma coisa que divertisse, tocasse as pessoas, tudo junto para que tivesse uma complexidade de sentimentos. A pe&ccedil;a tem isso, um olhar po&eacute;tico - que &eacute; muito caracter&iacute;stico do trabalho do Michel, da maneira po&eacute;tica de contar a hist&oacute;ria, com muito humor e acaba tocando fundo no p&uacute;blico.&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;
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Junto ao Michel, voc&ecirc; &eacute; m&atilde;e do Uri, de 4 anos. Como tem sido essa jornada na maternidade? Existe algum desafio que voc&ecirc; achou que n&atilde;o conseguiria superar e por fim, o superou lindamente?
Eu achei a maternidade desafiadora desde o in&iacute;cio e acho diariamente. Cada momento tem uma transforma&ccedil;&atilde;o muito importante acontecendo que deixa a gente muito vivo, muito conectado com a ess&ecirc;ncia da vida que &eacute; se transformar, tentar lidar com as nossas imperfei&ccedil;&otilde;es, com as nossas frustra&ccedil;&otilde;es e se surpreender, se comover, se emocionar. O filho deixa isso muito vivo na gente, esse potencial da vida fica vibrando na nossa cara. Tem sido uma jornada muito prazerosa e muito desafiadora, tudo junto.&nbsp;&nbsp;

Como &eacute; a Let&iacute;cia fora das telas?
Ah eu adoro dormir, meditar, passear com meu filho, ler pra ele em casa. Gosto de pedir pizza e comer com a minha fam&iacute;lia, com os amigos e ir na casa deles tamb&eacute;m. Gosto de ter um tempo s&oacute; pra mim, sem barulho, sem ru&iacute;do, que &agrave;s vezes chamo de medita&ccedil;&atilde;o e &agrave;s vezes &eacute; s&oacute; cultivar um vazio. Preciso muito disso para me sentir inteira, funcionando e poder voltar pro trabalho e tamb&eacute;m seguir a vida. As fun&ccedil;&otilde;es s&atilde;o v&aacute;rias, materna, em casa, como cidad&atilde;, amiga, como companheira.&nbsp;
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J&aacute; sofreu com machismo ou algum ass&eacute;dio?
N&atilde;o tem como ser mulher e n&atilde;o passar por algum epis&oacute;dio em algum momento da vida ou diariamente, que costuma ser o mais comum. Ent&atilde;o sim, j&aacute; passei. Mas &eacute; importante tamb&eacute;m reconhecer o meu privil&eacute;gio, a minha passabilidade por ser uma mulher branca, com olhos claros, estou atenta a isso tamb&eacute;m e reconhe&ccedil;o que a minha trajet&oacute;ria n&atilde;o &eacute; fruto s&oacute; de muito trabalho, talento e dedica&ccedil;&atilde;o, mas tamb&eacute;m de privil&eacute;gios.
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Voc&ecirc; se considera uma mulher de opini&otilde;es fortes? O que &eacute; inegoci&aacute;vel para voc&ecirc;?
Eu acho que toda opini&atilde;o &eacute; forte, n&eacute;? Defender o que se acredita, seja contrariando a massa ou afirmando, &eacute; a sua voz, seja dizendo o que todo mundo diz ou uma coisa que ningu&eacute;m diz nunca, ela &eacute; extremamente poderosa. A opini&atilde;o j&aacute; nasce forte, j&aacute; se constitui em ser revolucion&aacute;ria. S&oacute; quando ela &eacute; criminosa &eacute; que tem que ser detida, mas de resto &eacute; tudo muito poderoso. E inegoci&aacute;vel eu acho que &eacute; a &eacute;tica, car&aacute;ter, jamais fazer mal ao outro e n&atilde;o pensar no todo, jamais.&nbsp;&nbsp;&nbsp;

Agora depois dos trinta, como voc&ecirc; definiria a beleza nesta fase da sua vida e como isso &eacute; diferente de como voc&ecirc; definiria a beleza quando era mais jovem?
Tem menos ansiedade, tanto pra se vestir quanto para n&atilde;o se vestir. Na real, aumentou, alargou o espectro do que &eacute; considerado beleza e de como se vive a beleza, de como se ter um experi&ecirc;ncia bela, de escuta, de prazer, no trabalho, no amanhecer, numa boa noite de sono, numa comida, no sil&ecirc;ncio. Tem uma explos&atilde;o no significado de beleza, a gente se d&aacute; conta do quanto ele est&aacute; em toda parte e que por isso ele &eacute; tamb&eacute;m muito poderoso, s&oacute; que mais leve. &Agrave;s vezes ele est&aacute; na maquiagem e &agrave;s vezes est&aacute; no jeito de uma pessoa.&nbsp;&nbsp;
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Como voc&ecirc; define o bem-estar f&iacute;sico? O que voc&ecirc; faz para se exercitar?
Bem-estar f&iacute;sico tem a ver com dormir bem, conseguir tirar os alimentos inflamat&oacute;rios do dia a dia, comer menos gl&uacute;ten, ter uma rotina. Eu tenho muita dificuldade em estabelecer uma rotina, me comprometer. Como cada projeto que a gente faz, cada personagem leva para uma rotina diferente, um hor&aacute;rio, uma demanda, uma energia diferente, depois &eacute; muito dif&iacute;cil retomar. Quando voc&ecirc; se despede do personagem, sua vida &eacute; que fica, sua pr&oacute;pria energia. Ent&atilde;o tenho tentado ir muito nessa dire&ccedil;&atilde;o, tenho aprendido muito isso por causa do meu filho. A gente v&ecirc; na pr&aacute;tica como a rotina muda a rela&ccedil;&atilde;o deles com a vida com os compromissos, com tudo. Ele tem me ensinado muito sobre isso. E a rotina do filho tamb&eacute;m ajuda muito a gente a se organizar.
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Para me exercitar eu fa&ccedil;o uma yoga nova, chamada Kaiut, que &eacute; voltada para recuperar os movimentos das articula&ccedil;&otilde;es que a gente perde na nossa vida moderna. De tornozelo, quadril, ombro, e isso acaba causando dores, indisposi&ccedil;&atilde;o, cansa&ccedil;o, enxaqueca e ela tamb&eacute;m regula o sistema nervoso central. Eu fa&ccedil;o tamb&eacute;m pilates, na Stella Torre&atilde;o, sou aluna de carteirinha, amo muito trabalhar a for&ccedil;a com alongamento.&nbsp;&nbsp;&nbsp;
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Que carater&iacute;stica deve ter uma roupa para fazer voc&ecirc; se apaixonar?
Ser criativa, ter cara de &uacute;nica, ser uma pe&ccedil;a que tenha presen&ccedil;a, energia e hist&oacute;ria tamb&eacute;m, porque eu gosto muito de pe&ccedil;a de brech&oacute;, ent&atilde;o se ela tiver uma cara de roupa que passou pelo tempo, pelo guarda-roupa de outras pessoas, uma pe&ccedil;a tem que ter personalidade e profundidade.&nbsp;&nbsp;
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Como v&ecirc; a queda dos padr&otilde;es de beleza femininos?
Ainda temos muito caminho pela frente, ainda tem muitos adolescentes com quest&otilde;es psicol&oacute;gicas e desdobramentos tr&aacute;gicos, por conta dessa compara&ccedil;&atilde;o do corpo, a dismorfia, crian&ccedil;as tamb&eacute;m sofrendo por conta da apar&ecirc;ncia, cabelo, cor da pele, tem muito caminho ainda pela frente.&nbsp;
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Seu mantra para a vida &eacute;&hellip;
&ldquo;Uma coisa de cada vez."

Letícia Colin promete muita emoção e reviravolta em ‘Os Outros’

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