Do outro lado! M&ocirc;nica Salgado fala&nbsp;sobre as suas transforma&ccedil;&otilde;es de carreira e a vida 24 horas online. Confira!

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 <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/l-officiel-93-monica-salgado-e-valentina-sampaio-sao-capas-do-mes">M&ocirc;nica Salgado</a> &mdash; ou Moni, para os n&atilde;o t&atilde;o &iacute;ntimos &mdash; foi uma&nbsp;das primeiras editoras de moda brasileiras a saber evoluir com sucesso do seu papel das reda&ccedil;&otilde;es para o pr&oacute;prio show como <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/uma-nova-era-influencers-sao-banidos-de-usar-filtros-enganosos-em-campanhas-de-beleza">influencer</a>. Cinco anos depois, posando de cara (quase) lavada pela primeira vez como personagem de capa, ela fala sobre as suas transforma&ccedil;&otilde;es de carreira e a <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/influencers-russas-desafiam-pais-politicos-e-sao-contra-guerra">vida 24 horas </a><a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/influencers-russas-desafiam-pais-politicos-e-sao-contra-guerra">online.</a>
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Jaqueta, top e pantalona MOB, joias TURETA.

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 Vem c&aacute;, Moni &eacute; seu apelido desde sempre? Pensei aqui que n&atilde;o &eacute; exatamente uma abrevia&ccedil;&atilde;o paulistana. Nada paulistana! A gente sabe que a galera de S&atilde;o Paulo gosta de chamar por uma s&iacute;laba s&oacute;, n&eacute;? Na verdade, sempre foi M&ocirc;, para meus amigos, para o meu marido, ainda &eacute; assim. Na minha fam&iacute;lia, meus pais, me chamam de Mu, nem sei o porqu&ecirc;. Moni veio das reda&ccedil;&otilde;es, &eacute; um apelido profissional que acabou ficando. Talvez n&atilde;o seja uma coisa t&atilde;o &iacute;ntima, t&atilde;o invasiva, como M&ocirc;. Mas &eacute; simp&aacute;tico, d&aacute; para desconstruir, virei Moni para sempre.
 Esta &eacute; sua primeira vez como garota da capa, como foi essa sensa&ccedil;&atilde;o? Sim, primeira capa da vida. J&aacute; fiz outras, de revistas que n&atilde;o tinham circula&ccedil;&atilde;o nacional. Esta &eacute; a primeira com C mai&uacute;sculo, ent&atilde;o tem um sabor especial. &Eacute; muito engra&ccedil;ado se ver do outro lado, sobretudo porque voc&ecirc; precisa perder o controle do processo. Eu sempre estive dando as cartas de como deveria ser o shooting, o que dever&iacute;amos extrair da pessoa. Nos &uacute;ltimos anos, desde que sa&iacute; desse mercado, trabalhando como influencer, tenho total controle da minha imagem. As selfies s&atilde;o o clique e o &acirc;ngulo exatos, o momento que a gente gosta. Mesmo quando chamamos um profissional para fazer uma publi, passa tudo pelo nosso crivo.
 &Eacute; um universo de seguran&ccedil;a. Totalmente! Posar para uma capa foi um exerc&iacute;cio de desapego. Come&ccedil;ou logo quando recebi o moodboard, com "cara lavada" e cabelo preso... precisei digerir essa informa&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o vou mentir que tinha um pouco de medo da "cara lavada", n&atilde;o &eacute; a imagem que estou acostumada. Mas &eacute; um exerc&iacute;cio interessante, de me ver por outro &acirc;ngulo. E, no meu caso, passa um filme na cabe&ccedil;a, n&eacute;? Estar ali no meio de uma equipe, abrir m&atilde;o do processo e confiar, &eacute; no m&iacute;nimo muito curioso. Foi mais tranquilo do que eu imaginava. &Eacute; raro terminar um trabalho com essa sensa&ccedil;&atilde;o de &ldquo;quero celebrar&rdquo;.&nbsp;Tanto que depois fui para o bar do hotel sozinha! Pedi o meu Cosmopolitan e fiquei ali, celebrando a vida comigo mesma.
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 Voc&ecirc; faz um milh&atilde;o de coisas atualmente, nessa carreira solo, e &eacute; de uma &eacute;poca profissional que as pessoas tinham um t&iacute;tulo s&oacute;. Como se classifica, hoje em dia? Apesar de tudo o que fa&ccedil;o, sigo sendo jornalista. Quando a gente sai do mercado formal, como fiz em 2017, h&aacute; uma crise de identidade s&eacute;ria, &eacute; dif&iacute;cil escapar. Voc&ecirc; passa tanto tempo se preparando para chegar ao &aacute;pice e, quando sai, tem um baque ao se ver por conta pr&oacute;pria. Ent&atilde;o esse escudo do &ldquo;M&ocirc;nica jornalista&rdquo; acaba sendo meu conforto, minha certeza. S&atilde;o t&atilde;o poucas certezas ao trabalhar como criadora de conte&uacute;do, as regras mudam toda hora. Ser jornalista me d&aacute; um lastro. Sigo contando hist&oacute;rias, fazendo uma curadoria de assuntos para quem se interessa em me seguir. Tanto que, na minha bio do Instagram, escrevi &ldquo;eu conto hist&oacute;rias&rdquo; &mdash; foi o jeito mais fiel que achei de dizer o que eu fa&ccedil;o.
 Nesses cinco anos como influencer, o que veio primeiro &mdash; a reconstru&ccedil;&atilde;o ou a desconstru&ccedil;&atilde;o? Penso que tudo aconteceu meio paralelamente, enquanto ainda estava no ambiente de reda&ccedil;&atilde;o. O mercado estava em franca mudan&ccedil;a, eu j&aacute; entendia que a imprensa escrita n&atilde;o tinha mais o mesmo peso. Sentia a necessidade de abrir meu leque, vontade de experimentar outras coisas. Ent&atilde;o essa constru&ccedil;&atilde;o, reconstru&ccedil;&atilde;o e desconstru&ccedil;&atilde;o, tudo aconteceu ao mesmo tempo.
 Havia um planejamento a longo prazo? Olha, eu sou libra com aqu&aacute;rio, ar com ar. Ent&atilde;o n&atilde;o planejo nada, vou vivendo e pegando uma coisa aqui, outra ali e mudando de ideia no caminho. Tenho mil ideias o tempo todo, mas sou pouco realizadora. Tudo acontece na minha cabe&ccedil;a e &agrave;s vezes me satisfa&ccedil;o ali. O meu desafio maior, na vida profissional, ainda &eacute; ir at&eacute; o fim nos meus planos.
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Blazer smoking e camisa VITOR ZERBINATO, joias TURETA.

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 Como foi esse processo de quarentena pra voc&ecirc;? Acho que foi um per&iacute;odo de intensa renova&ccedil;&atilde;o. Tenho uma fam&iacute;lia pequena, ent&atilde;o houve esse momento de conex&atilde;o profunda com a casa, com a rotina das minhas cachorras, do meu filho. Eu nunca participei t&atilde;o ativamente dos estudos dele. Todos criamos la&ccedil;os muito positivos. E foi um per&iacute;odo de intensa produ&ccedil;&atilde;o intelectual, fiz muitas lives com pessoas interessantes, n&atilde;o parei de produzir.
 Falou-se muito que todos sair&iacute;amos melhores da pandemia. Isso aconteceu com voc&ecirc;, &eacute; uma pessoa mais evolu&iacute;da? N&atilde;o acho que a pandemia me balan&ccedil;ou muito, pois eu j&aacute; sou naturalmente ca&oacute;tica no modo de pensar. Mas realmente n&atilde;o acho que a pandemia contribuiu para deixar as pessoas melhores. Essa epifania aconteceu muito mais num campo de vontade do que gostar&iacute;amos que fosse. O mundo segue muito intolerante, as pessoas est&atilde;o de saco cheio, continuam grosseiras. Infelizmente, essa evolu&ccedil;&atilde;o coletiva n&atilde;o aconteceu. T&atilde;o logo retomamos as atividades, o mundo voltou rapidinho a ser o que era.
 Voc&ecirc; passa a impress&atilde;o de que est&aacute; 24 horas conectada. Desliga em algum momento? &Eacute; dif&iacute;cil desligar, viu? &Eacute; um exerc&iacute;cio que eu deveria fazer. Quem trabalha comigo, sabe que estou sempre na ativa. Acho que h&aacute; tamb&eacute;m uma pira&ccedil;&atilde;o de mercado, que passa por uma inseguran&ccedil;a de estar dispon&iacute;vel o tempo todo. E tem o lado da minha natureza: gosto de tirar as coisas da frente, sou &aacute;gil nas minhas decis&otilde;es, sempre fui. N&atilde;o gosto de deixar as pessoas sem resposta. Desligo s&oacute; para dormir, mas a primeira coisa que fa&ccedil;o ao acordar &eacute; checar o WhatsApp. N&atilde;o me orgulho, mas &eacute; um fato!
 Mas voc&ecirc; consegue separar o storytelling das m&iacute;dias sociais da vida real, de alguma maneira? Nunca consegui, acho dific&iacute;limo. Sobretudo agora, que n&atilde;o tenho uma reda&ccedil;&atilde;o para diferenciar a vida pessoal da profissional, sinto que sou uma coisa s&oacute;. Mesmo quando estou de f&eacute;rias, de alguma forma estou gerando conte&uacute;do ou pagando alguma permuta. &Eacute; dif&iacute;cil o momento em que falo &ldquo;agora vou me entregar 100% e viver&rdquo;. At&eacute; em viagens pessoais, que nada t&ecirc;m a ver com trabalho. No meio da pandemia, por exemplo, visitamos o Egito, que era um sonho antigo. Queria tanto con- tar para as pessoas o que estava vendo, era imposs&iacute;vel relaxar. O tr&acirc;mite de mostrar tudo em tempo real &eacute; prazeroso, n&atilde;o &eacute; um peso. N&atilde;o quero romantizar, mandar o clich&ecirc; do &ldquo;trabalhe com o que voc&ecirc; ama que nunca vai trabalhar na vida&rdquo;. Sou totalmente contra essa ideia. Mas contar hist&oacute;rias resvala no prazer, para mim &mdash; e a&iacute; perde-se um pouco o limite.
 N&atilde;o acha que h&aacute; um risco de parar de viver para si e viver para contar essas hist&oacute;rias? Tem, e muito. Claro que estou falando de um jeito bonito, mas as redes sociais s&atilde;o uma m&aacute;quina de alimentar isso na gente. &Eacute; um mecanismo viciante. A partir do momento que a primeira pessoa comenta &ldquo;quero saber tudo&rdquo;, j&aacute; encarno a M&ocirc;nica jornalista, a M&ocirc;nica que n&atilde;o quer decepcionar ningu&eacute;m... e vou contar do melhor jeito, com riqueza de detalhes.
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 Voc&ecirc; assinou uma cole&ccedil;&atilde;o de roupas. O que mais est&aacute; nos planos? Fiz agora essa collab com a MOB. &Eacute; algo muito importante para mim, n&atilde;o s&oacute; por ser uma marca com trajet&oacute;ria s&oacute;lida e que respeito, mas &eacute; um gancho que fa&ccedil;o com o mundo da moda. &Eacute; de onde vim, onde constru&iacute; minha hist&oacute;ria, e que andava um pouco esquecida. Gosto quando consigo abra&ccedil;ar um trabalho que me leve para esses prim&oacute;rdios e me lembre o quanto amo a moda. Em paralelo, trabalho na segunda edi&ccedil;&atilde;o do Talk com Moni, que aconteceu em 2019 e estamos fechando a segunda edi&ccedil;&atilde;o para agosto. &Eacute; um evento de carreira para discutir mercado, falar sobre como voc&ecirc; pode se tornar um profissional melhor para o futuro, n&atilde;o importa em que &aacute;rea atue. Outra coisa &eacute; um document&aacute;rio sobre as semanas de moda internacionais, contando os behind the scenes pelos olhares de v&aacute;rias pessoas. &Eacute; um conte&uacute;do que, do jeito que queremos fazer, ainda n&atilde;o existe. Gosto de tocar projetos grandes, me d&aacute; um &acirc;nimo especial. Adoro fazer publis, claro, respeito muito os meus parceiros. Mas quando vejo que estou tocando algo maior, que envolve tanta gente, tenho esse prazer de fazer tudo acontecer.
 Com esse tanto de holofote de influencer, voc&ecirc; j&aacute; se sentiu uma celebridade? Nunca me senti, jamais. Lembro que quando fiz V&iacute;deo Show, em 2017, havia um jarg&atilde;o interno na Globo de chamar os contratados de &ldquo;talentos&rdquo; &mdash; e eu pensava, mas que jeito mais sui generis de chamar algu&eacute;m. Me incomodava um pouco, pois sempre vivi muito nos bastidores. Ali foi uma mudan&ccedil;a de paradigma, pois as pessoas n&atilde;o vinham mais falar comigo por algo que fiz nas revistas, pelo que escrevi. Encontrava pessoas no supermercado, um p&uacute;blico que at&eacute; ent&atilde;o n&atilde;o atingia, e elas me acessavam como a pessoa que est&aacute; na televis&atilde;o na hora do almo&ccedil;o. Isso me deixava um pouco desconfort&aacute;vel, n&atilde;o &eacute; por isso que quero ser conhecida. Hoje, gosto muito de quem vem falar dos meus v&iacute;deos. Ano passado, me pararam na praia para contar que um deles foi muito especial, algu&eacute;m que tinha acabado de se separar, nos abra&ccedil;amos e choramos juntas. Isso &eacute; o que mais me d&aacute; tes&atilde;o: quando tenho retorno por alguma pensata, alguma reflex&atilde;o que as pessoas viram no Instagram e tocou de uma maneira particular, sabe? A&iacute; sim, &eacute; algo que me deixa confort&aacute;vel e tudo passa a fazer sentido na minha cabe&ccedil;a.
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Blazer smoking e camisa VITOR ZERBINATO e joias TURETA.

Capa e camisa GLORIA COELHO, sandália VALENTINO, joias TURETA.

Casaco, body e saia MOB e joias TURETA.

Vestido KALINA BOURGEOIS.

Blazer e calça LINZZI, camisa LABOISSIERE.

Jaqueta e top KALINA BOURGEOIS, bermuda GLORIA COELHO, joias TURETA.

Full look GIORGIO ARMANI, joias TURETA.

Blazer MOB, joias TURETA.

Cr&eacute;ditos 
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 FOTOS: Bruna Lucena. DIRE&Ccedil;&Atilde;O DE MODA: Alexandra von Bismarck. STYLING E PRODU&Ccedil;&Atilde;O DE MODA: Cinthia Arnoni. PRODU&Ccedil;&Atilde;O EXECUTIVA: Ana Luiza Neves. PERSONAGEM: M&ocirc;nica Salgado. ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: Fernando Lima e Laura Guimar&atilde;es. BELEZA: Kak&aacute; Oliveira. ASSISTENTE DE BELEZA: Beatriz Cardozzo. NAILS: Sonia Lima. RETOUCH: Marcos Nascimento e Jessica Oliveira. AGRADECIMENTOS: JW MARRIOTT HOTEL SAO PAULO, SHOPPING PARQUE DA CIDADE e SALE &amp; PEPE CUCINA ITALIANA
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Mônica Salgado em entrevista exclusiva para a L'Officiel

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