Rebecca Hall conta tudo sobre um dos filmes mais desafiadores de sua carreira, A Casa Sombria

A atriz Rebecca Hall estrela um dos <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/confira-os-filmes-e-livros-sobre-o-tragico-11-de-setembro" target="_blank">filmes</a> mais desafiadores de sua carreira, o thriller A Casa Sombria.

Rebecca ficou conhecida internacionalmente por <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/moda-cinema-os-filmes-mais-iconicos-para-inspirar-os-looks-de-verao" target="_blank">Vicky, Christina, Barcelona</a> em 2008 e desde ent&atilde;o j&aacute; fez de tudo e mais um pouco. Dos grandes filmes de super-her&oacute;is &agrave;s produ&ccedil;&otilde;es mais independentes. No entanto, esta &eacute; a primeira vez que esteve tanto tempo por conta pr&oacute;pria em frente &agrave;s c&acirc;meras. Isso &eacute; porque, A Casa Sombria &eacute; uma hist&oacute;ria de fantasmas desconstru&iacute;da, ent&atilde;o em grande parte, suas cenas s&atilde;o com um personagem que &eacute; vis&iacute;vel.

Sob a dire&ccedil;&atilde;o de David Bruckner, Rebecca interpreta Beth, uma professora abalada com o suic&iacute;dio de seu marido Owen, interpretado por Evan Jonigkeit. Buscando entender o que o levou &agrave; morte, ela se aprofunda em detalhes perturbadores da vida do marido, que desencadeiam diversos outros questionamentos e, claro, vis&otilde;es e presen&ccedil;as fantasmag&oacute;ricas. No centro de tudo est&aacute; a casa &agrave; beira do lago, constru&iacute;da por ele, onde ela mora.

Ao mesmo tempo que A Casa Sombria &eacute; um thriller no sentido cl&aacute;ssico, misterioso e angustiante, &eacute; tamb&eacute;m o retrato de um casamento conturbado e um grande estudo de personagem, o que exige da atriz principal uma performance &agrave; altura.&nbsp;

Para contar como foi encarar este novo desafio, Rebecca Hall conversou com a L&rsquo;Officiel:

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L&#39;OFFICIEL BRASIL: O que torna A Casa Sombria diferente dos outros filmes de terror?&nbsp;

REBECCA HALL: Eu tive muito medo quando li. Sempre h&aacute; um problema estereotipado em qualquer filme de terror, ou especificamente numa est&oacute;ria de fantasmas, que faz a gente pensar &ldquo;Por que a pessoa n&atilde;o sai de onde ela est&aacute;?&rdquo;. &Eacute; aquela ideia do post-it escrito &ldquo;saia da casa&rdquo;, sabe? E eu amo que Beth n&atilde;o sai porque ela n&atilde;o quer. Ela vai em dire&ccedil;&atilde;o ao fantasma e ainda fala &ldquo;vem e me pegar. Estou pronta para isso&rdquo;. Acho que isso &eacute; o que torna o filme particularmente assustador. Porque se h&aacute; algo que d&aacute; ainda mais medo do que ver algu&eacute;m sendo aterrorizado em uma casa, &eacute; que uma pessoa quer ser aterrorizada e disposta a encarar isso, por causa de onde ela est&aacute; psicologicamente. Amo esse aspecto. Acho que torna uma invers&atilde;o no g&ecirc;nero muito interessante.

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L&#39;OFF:&nbsp;A sua performance foi realmente um tour-de-force. O que foi mais desafiador nas grava&ccedil;&otilde;es?&nbsp;

RH: O desafio de filmar tanto deste filme sozinha foi uma das raz&otilde;es que me atraiu a faz&ecirc;-lo. Eu subestimei o qu&atilde;o dif&iacute;cil seria. N&atilde;o me entenda mal, eu amo trabalhar com outros atores, s&oacute; achei interessante tentar porque era algo que eu nunca tinha feito. Atuar &eacute; um trabalho em equipe, sabe? Um melhora a atua&ccedil;&atilde;o do outro. A gente pega muita energia, tem mais criatividade e brilho ao trabalhar com o outro. &Eacute; como uma festa ruim. A&iacute; uma pessoa que &eacute; incrivelmente carism&aacute;tica chega, anima os outros e fica tudo &oacute;timo. Essas cenas eram como estar numa festa sozinha, e ningu&eacute;m vai entrar pela porta, mas tinha que manter a festa viva.&nbsp;

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L&#39;OFF: Nas intera&ccedil;&otilde;es de Beth com o fantasma de Owen, na mesma cena &agrave;s vezes voc&ecirc; est&aacute; sozinha ou est&aacute; com Evan. Como foi para voc&ecirc; jogar com este contraste?&nbsp;

RH: As cenas com o esp&iacute;rito foram muito engra&ccedil;adas. Eu amei elas. O filme foi gravado em um per&iacute;odo muito curto de tempo, com recursos muito limitados. Eu fui ing&ecirc;nua e parti do pressuposto que as cenas seriam coreografadas e organizadas. E na verdade foi muito intuitivo. Eu e David percebemos que o melhor a fazer com Beth era eu me surpreender, essencialmente. Entrar em uma cena sem nenhuma ideia do que faria e deixar acontecer. H&aacute; uma cena no banheiro, que tem um momento quase rom&acirc;ntico. David me falou: &#39;vai, v&ecirc; o que pode acontecer.&#39; N&atilde;o tinha ningu&eacute;m para tocar, nem nada. Foi quase que uma m&iacute;mica, ou uma dan&ccedil;a. Foi realmente libertador. E sim, tosco tamb&eacute;m. Tenho certeza que h&aacute; muitas coisas vergonhosas no ch&atilde;o da sala de cortes.

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L'OFF: O que voc&ecirc; pensou sobre Beth a primeira vez que leu o roteiro?&nbsp;
RH: O que me prendeu foi na p&aacute;gina 30, ou algo, h&aacute; aquela cena na escola, que uma m&atilde;e reclama da nota da crian&ccedil;a. Eu fiquei realmente tocada com aquela cena. Porque a Beth me pareceu extremamente intrigante e misteriosa. Ela tinha um jeito fr&aacute;gil, mas, ao mesmo tempo, uma energia brava e era engra&ccedil;ada. Hist&oacute;rias de fantasmas tradicionalmente t&ecirc;m mulheres no papel central, por algum motivo. Mas na maioria s&atilde;o donzelas que apuros. Ent&atilde;o havia algo muito intrigante sobre brincar com isso, em fazer uma hist&oacute;ria quase cl&aacute;ssica de fantasma, onde a personagem central &eacute; uma hero&iacute;na completamente irrespons&aacute;vel, disposta de ir em dire&ccedil;&atilde;o ao perigo e encar&aacute;-lo.&nbsp;&nbsp;

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L&#39;OFF: Deve ter sido muito interessante tamb&eacute;m trabalhar as diferentes emo&ccedil;&otilde;es que Beth passa na hist&oacute;ria?

RH: Sim, mesmo na estrutura do filme de um poss&iacute;vel evento sobrenatural - porque depende de como voc&ecirc; quer interpret&aacute;-lo - a jornada dela &eacute; muito verdadeira, ent&atilde;o eu tentava enraizar nessa realidade psicol&oacute;gica. E sempre me tocou como um processo de aceita&ccedil;&atilde;o. Ela descobre que o marido cometeu um suic&iacute;dio, sem ter qualquer sinal ou no&ccedil;&atilde;o que ele poderia de fazer isso. Acho que ela fica com a d&uacute;vida de &ldquo;o que mais ele era capaz de fazer que eu n&atilde;o sabia?&rdquo;. Ela imagina a vers&atilde;o mais extrema e lida com isso. A jornada do filme &eacute; para que ela possa lidar com a realidade do que est&aacute; acontecendo, e de fato aceitar e ter sua paz. Ela tem muita raiva, ela tem muita culpa, ela sente todas essas coisas. E isso era muito real para mim.&nbsp;

&nbsp;

A Casa Sombria estreia no dia 23 de Setembro nos cinemas.&nbsp;

Trailer:&nbsp;<a href="https://www.youtube.com/watch?v=M4y8HayUSio">https://www.youtube.com/watch?v=M4y8HayUSio</a>

Rebecca Hall revela os desafios de filmar A Casa Sombria

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