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        <p><em>Com os pés no norte da África, enveredei pelas tradições e pela amabilidade dos marroquinos, criadores de um território de formas, cores e sabores fascinantes. Conhe&ccedil;a Marrocos:</em></p>
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        <p style="text-align: justify;"><span>Inaugurado h&aacute; dez anos, o Royal Mansour abriu as portas de um universo fant&aacute;stico que s&oacute; mesmo o Marrocos poderia apresentar em meu primeiro dia no pa&iacute;s. O complexo foi constru&iacute;do a pedido do rei Mohammed VI, pr&oacute;ximo da pra&ccedil;a Jemaa el-Fna, no <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/gastronomia/menu-extraordinario-chef-onildo-rocha">centro hist&oacute;rico</a> da cidade de Marrakesh, e encanta pela suntuosidade do jardim desenhado pelo arquiteto espanhol Luis Vallejo, pelos detalhes dos <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/cultura/tapetes-de-luxo-tendencia-para-decorar-os-ambientes">tapetes</a>, dos lustres e dos mosaicos que cobrem pisos e paredes feitos por 1.500 <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/fashion-week/chanel-apresenta-escolhe-dakar-para-o-seu-metiers-d-art">artes&atilde;os locais</a> e, claro, pelas acomoda&ccedil;&otilde;es &ndash; um dos maiores diferenciais do hotel. Esque&ccedil;a as su&iacute;tes tradicionais; nessa medina de propor&ccedil;&otilde;es &uacute;nicas, os turistas descansam em um dos 53 palacetes independentes chamados de </span><span>riads</span><span>, cada um deles com p&aacute;tio de entrada, edifica&ccedil;&atilde;o com tr&ecirc;s andares, piscina, jardim de inverno e terra&ccedil;o com vista para a cidade e para as montanhas do Atlas. Al&eacute;m dos quatro restaurantes, tr&ecirc;s deles comandados por H&eacute;l&egrave;ne Darroze, conta-se o spa de 2.500 metros quadrados de estilo arquitet&ocirc;nico mourisco, onde s&atilde;o oferecidos servi&ccedil;os de bem-estar exclusivos, a exemplo da cerim&ocirc;nia do </span><span>hammam</span><span>, um banho com vapor, ervas, massagens e pasta esfoliante.</span></p>
        <p style="text-align: justify;"><span>Sem deixar de lado parte da paisagem da cordilheira do Atlas, formada por maci&ccedil;os que se estendem por 2.400 quil&ocirc;metros, passando pela Tun&iacute;sia, pela Arg&eacute;lia e pelo Marrocos, segui para o Kasbah Tamadot, localizado a uma hora do centro de Marrakesh, no topo de um vale com vista para o monte Jbel Toubkal, cujo acesso se d&aacute; por estradas sinuosas que circundam aldeias berberes. Kasbah, ou Casb&aacute;, s&atilde;o pal&aacute;cios cercados por muros, vistos em regra no norte da &Aacute;frica. Nesse caso, a propriedade pertencia ao antiqu&aacute;rio e designer Luciano Tempo, que a mantinha como resid&ecirc;ncia particular, compondo seus interiores com pe&ccedil;as de decora&ccedil;&atilde;o, obras de arte e documentos hist&oacute;ricos. Por volta de 1998, enquanto o brit&acirc;nico Richard Branson,&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">propriet&aacute;rio da Virgin Group, estava na regi&atilde;o para acertar os pormenores de uma viagem de bal&atilde;o, seus pais decidiram conhecer a vizinhan&ccedil;a e se depararam com a constru&ccedil;&atilde;o. Horas depois, conta o empres&aacute;rio, eles o convenceram a visitar o local e a propor a compra da morada com o antiqu&aacute;rio. A inaugura&ccedil;&atilde;o, ap&oacute;s a reforma, aconteceu em 2005, oferecendo aos h&oacute;spedes o ref&uacute;gio ideal para quem deseja descansar da agita&ccedil;&atilde;o da Cidade Vermelha. Ao lado dos 28 quartos, incluindo dez tendas berberes de luxo, algumas com piscinas privativas, essa casa marroquina de escadarias, p&aacute;tios e jardins que se encontram em transversalidades bel&iacute;ssimas re&uacute;ne piscinas coberta, recreativa e com borda infinita pr&oacute;xima das montanhas, terra&ccedil;o, academia, quadras de t&ecirc;nis, bar, restaurantes, sal&atilde;o de jogos e os tratamentos do&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">spa Asounfou. Aqui vale uma nota &ndash; in&uacute;meros artefatos da cole&ccedil;&atilde;o de Luciano Tempo, adquiridos por Branson, foram utilizados na decora&ccedil;&atilde;o dos ambientes, sobretudo nos dormit&oacute;rios, refor&ccedil;ando a identidade cultural e as refer&ecirc;ncias est&eacute;ticas do lugar. Desde o in&iacute;cio das atividades, a m&atilde;e de Richard assumiu a organiza&ccedil;&atilde;o das aulas de ingl&ecirc;s abertas para a popula&ccedil;&atilde;o, sendo ela mesma a professora algumas vezes. Esse foi o ponto de partida para o desenvolvimento da The Eve Branson Foundation, cujas metas principais envolvem a constru&ccedil;&atilde;o de comunidades fortes e independentes por meio da sa&uacute;de, do meio ambiente e da educa&ccedil;&atilde;o. Os centros de forma&ccedil;&atilde;o artesanal ensinam tecelagem, marcenaria, alfaiataria e bordado, enquanto o Tansghart Woodwork Centre combate o abandono escolar e o desemprego juvenil.</span></p>
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Jantar no terraço

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        <p style="text-align: justify;"><span>Quinta-ess&ecirc;ncia da beleza marroquina, o centro de Marrakesh &eacute; um ponto efervescente onde cerca de 40 mil artes&atilde;os se dividem pelos </span><span>souks</span><span>, ou mercados, de acordo com o tipo de produto comercializado, dos itens feitos de fibras naturais &agrave;s especiarias, metais, tecidos e joias, entre outros. Ao desbravar um desses locais recomenda-se disposi&ccedil;&atilde;o, alguma paci&ecirc;ncia e a companhia de um guia profissional para percorrer as vias repletas de pessoas que frequentam, trabalham ou vivem nas imedia&ccedil;&otilde;es. Em meu caso fui sempre amparada pelo receptivo Experience Morocco que me conduziu por toda a viagem me apresentando a cultura e organizando experi&ecirc;ncias &uacute;nicas e inesquec&iacute;veis. Por mais excitante que fosse passear pelos </span><span>souks </span><span>e garimpar todo tipo de coisa, curtir as atividades do Kasbah Tamadot por dias&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">seguidos era igualmente divertido. Para come&ccedil;ar, h&aacute; um tipo de tranquilidade que deriva de tudo por ali, das montanhas aos quase 150 colaboradores que trabalham no hotel, que residem nas aldeias berberes locais e que me acolheram entre p&aacute;tios, escadarias intrigantes, jardins paisag&iacute;sticos e vistas de tirar o f&ocirc;lego. E ent&atilde;o, temos os animais. Era comum, ao sair do quarto, encontrar com um dos pav&otilde;es circulando por l&aacute; ou com a fam&iacute;lia de patos que atravessava de um lago para outro. Em alguns hor&aacute;rios podia ir ao est&aacute;bulo, onde havia burricos, mulas e camelos para visitar ou mesmo ajudar a aliment&aacute;-los, sem esquecer das ovelhas e das cabras. Falando nisso, os passeios de mulas pelas montanhas estavam entre as atividades mais divertidas. Os cursos de culin&aacute;ria continham dicas valiosas para os interessados em saber o passo a passo de pratos da gastronomia&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">regional, dos quais, saladas, sopas e sobremesas, em aulas de quase tr&ecirc;s horas que aconteciam de manh&atilde; e &agrave; tarde. Aprendi a fazer p&atilde;o e tamb&eacute;m participei de uma aula sobre a cerim&ocirc;nia do ch&aacute; conduzida pelo doce senhor Mohamed. Eu me sentei sob uma &aacute;rvore gigantesca e passei praticamente a tarde inteira ouvindo-o falar a respeito da hist&oacute;ria do ch&aacute;, dos rituais, das ervas utilizadas e do modo de preparo, uma verdadeira imers&atilde;o na cultura marroquina. Me encantei tanto, que toda vez que passava por aquele p&aacute;tio no final da tarde, parava alguns minutos para conversar e tomar uma das infus&otilde;es feitas por ele, como o delicioso ch&aacute; de hortel&atilde;, sem pressa nenhuma. Fechando o ciclo de sabores marcantes, depois de uma manh&atilde; de </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">trekking</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">, a convite&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">da Experience Morocco, tive o privil&eacute;gio de visitar a casa de uma fam&iacute;lia berbere e cozinhar meu almo&ccedil;o com eles, duas vers&otilde;es de tajine &ndash; tradicional ensopado consumido nessa regi&atilde;o &ndash;, um de legumes e um de frango. &Eacute; prov&aacute;vel que a experi&ecirc;ncia aos p&eacute;s de uma lua cheia generosa tenha sido a mais marcante de minha estada no Tamadot. O jantar foi servido na cobertura, no restaurante Kanoudn, que me presenteou com a sofisticada combina&ccedil;&atilde;o da cozinha marroquina, africana e internacional, confeccionada com produtos locais e acompanhada por uma caprichada carta de vinhos. Logo ap&oacute;s fui convidada para a &aacute;rea da piscina, e depois de devidamente acomodada em uma grande almofada, ao lado de tendas coloridas, assisti abastecida de&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">drinques e pipoca o cl&aacute;ssico Casablanca projetado em um tel&atilde;o. Embalada em um dos mais rom&acirc;nticos filmes dos &uacute;ltimos tempos, sob um c&eacute;u estrelado, terminei o dia da melhor forma poss&iacute;vel.</span></p>
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        <p style="text-align: justify;"><span>Levando as mem&oacute;rias desse ref&uacute;gio comigo, desembarquei na &uacute;ltima parada antes do final da viagem, no Scarabeo Camp, e suas tendas africanas com su&iacute;tes espa&ccedil;osas. A cerca de 40 quil&ocirc;metros de Marrakesh, no pequeno deserto de pedra de Agafay (que muito se assemelha &agrave;s paisagens lunares), foi o cen&aacute;rio escolhido pelo Scarabeo Camp para plantar suas tendas brancas que se destacam nas impressionantes montanhas do Atlas. A decora&ccedil;&atilde;o d&aacute; a impress&atilde;o de fazer parte de uma expedi&ccedil;&atilde;o da era de ouro dos exploradores,&nbsp;</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">uma viagem aos tempos mais simples.Das fogueiras noturnas ao nascer do sol no in&iacute;cio da manh&atilde;, o acampamento me fez mergulhar na serenidade e na magia, uma alquimia prop&iacute;cia ao devaneio errante. Verdadeiro cen&aacute;rio de filme. Durante o dia, novamente acompanhada pelos montes do Atlas, senti as emo&ccedil;&otilde;es de um passeio de buggy &agrave; tarde e contemplei os sons do vento que transformaram o cen&aacute;rio no cair da noite. Com ares nost&aacute;lgicos que remeteram &agrave; &eacute;poca das expedi&ccedil;&otilde;es, me vi enredada pelo mist&eacute;rio da madrugada enquanto apreciava uma refei&ccedil;&atilde;o leve &agrave; luz de velas e p&atilde;es assados na hora. Por aqui passei meu &uacute;ltimo dia em Marrocos, fechando assim minha viagem. Sem d&uacute;vida, um lugar onde os sonhos s&atilde;o reais.</span></p>
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Marrocos: um universo fantástico

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