Veja como incorporar a ancestralidade e o afeto no preparo de pratos e receitas sinta o verdadeiro poder da cozinha!

Para se realizar uma <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/conexao-paris-a-cidade-luz-volta-a-brilhar">viagem</a>, n&atilde;o &eacute; necess&aacute;rio sair de dentro de casa. N&atilde;o s&atilde;o s&oacute; as fotos e v&iacute;deos na internet, filmes ou at&eacute; mesmo a troca de experi&ecirc;ncias entre os viajantes que faz com que seja poss&iacute;vel conhecer novas culturas sem ir de fato ao local. A comida &eacute; uma grande respons&aacute;vel por <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/islandia-um-roteiro-alem-da-aurora-boreal">aflorar viv&ecirc;ncias, despertar mem&oacute;rias e ser uma condutora para os mais diversos pontos do mundo.</a>
A afei&ccedil;&atilde;o por cozinhar abre espa&ccedil;o para o <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/gastronomia/paris-em-10-enderecos-classicos-para-comer-que-nunca-saem-de-moda">conhecimento de novas culin&aacute;rias e gastronomias</a>, que segundo o chef e professor universit&aacute;rio Danilo Galhardo, podem ser diferenciadas por conta da abrang&ecirc;ncia. &ldquo;A culin&aacute;ria &eacute; mais segmentada, ela utiliza ingredientes e t&eacute;cnicas espec&iacute;ficas de cada preparo. J&aacute; a gastronomia &eacute; mais ampla, ou seja, a gastronomia &eacute; uma s&oacute; e dentro dela tem v&aacute;rias culin&aacute;rias&rdquo;, comenta o chef.
Com a pandemia, essa sensa&ccedil;&atilde;o de afetividade alimentar foi sendo trabalhada dentro e fora dos restaurantes. E com isso, a reabertura dos estabelecimentos trouxe uma nova tend&ecirc;ncia: o comfort food.

Foto: Instagram @localhaven

Viv&ecirc;ncias dentro do prato

Caracterizada como uma comida capaz de aflorar as experi&ecirc;ncias pessoais, diferentes culturas e o sentimento de carinho desde o preparo at&eacute; o empratamento, a comfort food fez com que v&aacute;rios restaurantes se tornassem adeptos a essa modalidade. &nbsp;
&ldquo;O arroz da minha m&atilde;e &eacute; o melhor do mundo pra mim. Sempre que eu como, eu lembro da minha fam&iacute;lia em v&aacute;rias situa&ccedil;&otilde;es, viagens na praia, o natal com os entes queridos e amigos secretos com a fam&iacute;lia toda. E tudo isso vem com apenas uma colher de arroz. &Eacute; esse o objetivo do comfort food, levar as pessoas para mem&oacute;rias e momentos bons atrav&eacute;s da afetividade. A experi&ecirc;ncia de uma ida ao restaurante, por exemplo, fica muito maior do que apenas um almo&ccedil;o ou jantar&rdquo;, conta Danilo.

Vivências dentro do prato

Atrelar a nostalgia na experi&ecirc;ncia alimentar n&atilde;o se restringe apenas a uma pessoa ou a um n&uacute;cleo familiar. A pr&aacute;tica do comfort food tamb&eacute;m evoca culturas inteiras, mesmo que seja trazendo apenas um elemento daquela gastronomia para uma receita do dia a dia ou incorporando h&aacute;bitos e costumes na mesa.
Um exemplo, foi o choque cultural que o chef sofreu durante um curso que realizou na It&aacute;lia. &ldquo;A rela&ccedil;&atilde;o do italiano com a comida, por exemplo, &eacute; diferente da nossa. Eles vivem pra comer e a gente come pra viver. A refei&ccedil;&atilde;o &eacute; o principal momento do dia para eles. Eu senti muito essa quebra quando voltei pro Brasil&rdquo;, conta Danilo.&nbsp;
Nesse sentido, o ato de comer n&atilde;o deve ser entendido apenas como degustar os sabores. &Eacute; importante criar uma experi&ecirc;ncia sinest&eacute;sica, trabalhando os cinco sentidos para transportar as pessoas para suas pr&oacute;prias mem&oacute;rias.

Muito al&eacute;m da receita

Dentro de casa, a ancestralidade e a delicadeza foram os principais objetivos dos cozinheiros. Desde pratos que evocam tradi&ccedil;&otilde;es familiares &agrave; receitas inovadoras com diversos elementos culturais, a finalidade era a mesma: proporcionar uma viagem para quem est&aacute; se alimentando.
&ldquo;N&atilde;o &eacute; uma quest&atilde;o de ingrediente, de t&eacute;cnica, mas sim de carinho e amor que voc&ecirc; coloca no prato. Quando voc&ecirc; n&atilde;o cozinha com paci&ecirc;ncia e amor, voc&ecirc; pode estar utilizando o melhor ingrediente do mundo, mas a comida n&atilde;o vai sair boa.&nbsp; Voc&ecirc; precisa se doar ao m&aacute;ximo para chegar ao seu objetivo final: passar uma mensagem atrav&eacute;s da comida&rdquo;, enfatiza Danilo.

Muito além da receita

Atrelado ao sentimental, um prato preparado com maestria deve ser feito a partir de tr&ecirc;s passos. O primeiro &eacute; separar um bom tempo para realizar o mise en place, ou seja, a organiza&ccedil;&atilde;o do que ser&aacute; utilizado ao longo da receita. Em seguida, fa&ccedil;a a escolha correta dos ingredientes. &Eacute; fundamental dedicar-se com aten&ccedil;&atilde;o e ter muita paci&ecirc;ncia para compreender a import&acirc;ncia de cada item para a obten&ccedil;&atilde;o do resultado final.&nbsp;
Muitas vezes, vale mais a pena despender de um or&ccedil;amento maior, podendo at&eacute; mesmo fazer uso de <a href="https://www.alelo.com.br/empresas/cartao-alelo-beneficio-vale-refeicao">vale-refei&ccedil;&atilde;o</a>, para evitar transtornos. Por fim, estudar a t&eacute;cnica e modo de preparo da sua receita. &ldquo;Esse &eacute; o trip&eacute; para o prato perfeito&rdquo;, relata o chef.

Viajando atrav&eacute;s da comida

O interesse por conhecer variadas culturas come&ccedil;a no prato. A pesquisa Pinterest Predicts de 2022, realizada pela pr&oacute;pria plataforma atrav&eacute;s das intera&ccedil;&otilde;es feitas pelos usu&aacute;rios dentro de seus mecanismos de busca, revelou um alto volume de pesquisa por receitas e gastronomias europ&eacute;ias, asi&aacute;ticas e africanas. Mas como condensar tantas refer&ecirc;ncias dentro de um mesmo prato?
Danilo apontou diversos elementos gastron&ocirc;micos de v&aacute;rios pa&iacute;ses e continentes para que seja vi&aacute;vel trabalhar a afetividade na culin&aacute;ria, atrav&eacute;s de tradi&ccedil;&otilde;es, ancestralidades e costumes.
A gastronomia mediterr&acirc;nea &eacute; uma grande fonte de inspira&ccedil;&otilde;es. Ela &eacute; encontrada em pa&iacute;ses europeus mais pr&oacute;ximos ao mar, como a Gr&eacute;cia, Sul da It&aacute;lia, Espanha e Portugal, e em locais como Marrocos e a regi&atilde;o s&iacute;rio-libanesa. &ldquo;A gastronomia mediterr&acirc;nea tem um conceito de alimentos mais frescos. Por exemplo, a gordura que eles usam &eacute; o azeite de oliva. &Eacute; uma comida muito arom&aacute;tica, devido &agrave;s especiarias. Al&eacute;m disso, o p&atilde;o acaba se tornando um talher para pegar as pastas, cremes e saladas&rdquo;, conta o chef.

Viajando através da comida

Se o objetivo &eacute; trazer uma comida mais forte, pode-se focar na gastronomia europeia dos pa&iacute;ses cuja temperatura &eacute; mais fria, como a Noruega, Su&iacute;&ccedil;a, Fran&ccedil;a e Alemanha. &ldquo;Por conta do clima, a comida costuma ser muito ligada aos alimentos mais gordurosos, embutidos e em conserva de sal ou vinagre&rdquo;, detalhou Danilo.&nbsp;
O chef ainda mostrou op&ccedil;&otilde;es f&aacute;ceis para se fazer em casa e sentir um pouquinho do gosto da Europa. &ldquo;N&atilde;o deixe de fazer massas, seja ela fresca ou seca, com os molhos da sua prefer&ecirc;ncia. Por&eacute;m, o ponto deve ser mais al dente. &Eacute; um elemento cultural que eles t&ecirc;m para ajudar na digest&atilde;o. Acompanhe as massas com os queijos t&iacute;picos de cada pa&iacute;s. A confec&ccedil;&atilde;o dos queijos europeus &eacute; uma arte, parece uma sinfonia dentro da boca&rdquo;.
J&aacute; no continente americano, um dos grandes destaques &eacute; a comida mexicana. Considerada um patrim&ocirc;nio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, o sucesso gastron&ocirc;mico se d&aacute; por conta da forma de preparo e do equil&iacute;brio entre a pimenta e o adocicado. No Peru, a delicadeza e a destreza no preparo dos alimentos &eacute; evidente, requer muito carinho e um bom uso das habilidades manuais.&nbsp;

Embora a &Aacute;sia seja muito dif&iacute;cil de definir em um padr&atilde;o s&oacute;, um dos grandes destaques &eacute; a tailandesa. &ldquo;&Eacute; uma das &uacute;nicas culin&aacute;rias do mundo em que &eacute; poss&iacute;vel sentir os 4 sabores na boca - salgado, doce, azedo e amargo - simultaneamente. O equil&iacute;brio &eacute; perfeito&rdquo;, conta Danilo.&nbsp;

Na &Aacute;frica, existem muitos povos vegetarianos. Eles tiram dos vegetais sua principal fonte de nutrientes, sendo tratados com muita delicadeza. &ldquo;Vale a pena conhecer e reproduzir os pratos africanos. T&ecirc;m muito quiabo, farinha, milho e se torna uma gastronomia muito rica e feita com muito carinho&rdquo;, explica o chef.&nbsp;

Por fim, o Brasil &eacute; um pa&iacute;s repleto de culin&aacute;rias e regionalismos. Cada estado possui a sua particularidade, ingredientes mais utilizados e modos de preparo espec&iacute;ficos. A gastronomia brasileira &eacute; bem segmentada e tem um grande destaque no cen&aacute;rio mundial.&nbsp;

Cozinha: é possível viajar sem sair da mesa?

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