Daniel Cady compartilha sua rotina como pai, educando seus filhos a partir de uma alimenta&ccedil;&atilde;o equilibrada e conex&atilde;o com a natureza.

Daniel Cady &eacute; <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/coracao-maca-e-superalimento-aliado-para-saude-cardiovascular">nutricionista</a>, empres&aacute;rio e pai de tr&ecirc;s filhos cheios de ax&eacute;, Marcelo, de 13 anos, e as g&ecirc;meas Marina e Helena, 5 anos, frutos do casamento com a cantora <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/ivete-sangalo-10-fatos-sobre-a-cantora">Ivete Sangalo</a>. O baiano, especialista em alimenta&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel, carrega consigo uma forte rela&ccedil;&atilde;o com a natureza, tendo v&aacute;rios projetos voltados &agrave; sustentabilidade. Daniel compartilha seu conhecimento diariamente em suas redes sociais, acumulando 2 milh&otilde;es de seguidores no Instagram e quase 200 mil inscritos no YouTube. Seus conte&uacute;dos falam sobre sa&uacute;de, gastronomia, rotina, al&eacute;m de ter seu podcast semanal com convidados.&nbsp;
Diretamente de Salvador, de frente para a Ba&iacute;a de Todos os Santos, Daniel Cady conversou com a L&rsquo;Officiel Hommes sobre os desafios da paternidade e como introduz seus filhos a uma alimenta&ccedil;&atilde;o equilibrada e integrada &agrave; natureza. Confira a entrevista!
Fotos: Yuri Nunes&nbsp;

Daniel Cady

Como &eacute; sua rotina como pai?

Minha rotina &eacute; bem corrida, ainda mais com tr&ecirc;s filhos. Eu sou o primeiro a acordar aqui em casa: coloco as crian&ccedil;as para comer e as arrumo para ir &agrave; escola. Obviamente, conto com a ajuda de uma bab&aacute;, porque, sen&atilde;o, eu n&atilde;o daria conta e as crian&ccedil;as iriam descabeladas para escola (risos). Na sequ&ecirc;ncia, eu vou trabalhar. Durante &agrave; tarde, como cada um tem uma coisa para fazer, &agrave;s vezes, rola de levar algum filho pra algum lugar: ao m&eacute;dico, ao dentista&hellip; J&aacute; ao final da tarde, a gente se encontra em casa, janta, fica ali na resenha e conversando. Mas &eacute; bem corrida, n&eacute;? &Agrave;s vezes, voc&ecirc; est&aacute; doente, a&iacute; tem que desmarcar algumas coisas. De todo modo, eu procuro ser um pai bem presente, de levar na escola e, &agrave;s vezes, tamb&eacute;m buscar, quando a m&atilde;e n&atilde;o pode. Eu e Ivete sempre participamos dos eventos na escola. &Eacute; correria, mas a gente gosta.

Como foi a experi&ecirc;ncia de ser &ldquo;pai de primeira viagem&rdquo; com Marcelo? Quais aprendizados voc&ecirc; tirou e que hoje aplica com as g&ecirc;meas?

Com Marcelinho eu era mais jovem, tinha vinte e tr&ecirc;s anos e era mais imaturo. Primeira viagem &eacute; sempre a primeira viagem, voc&ecirc; erra tentando acertar ao m&aacute;ximo; n&atilde;o tem muita consci&ecirc;ncia do erro, s&oacute; depois que voc&ecirc; vai vendo e vai contornando. Ent&atilde;o, os filhos que v&ecirc;m depois t&ecirc;m mais sorte, vamos dizer assim (risos). Em muitas coisas que eu era r&iacute;gido, senti, com o tempo, a necessidade de flexibilizar, de ajustar... tanto em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; alimenta&ccedil;&atilde;o dele, quanto em rela&ccedil;&atilde;o a tudo. O maior aprendizado que tive, posso dizer, foi ser mais flex&iacute;vel, mais tolerante e mais paciente. Tudo isso a gente tem que desenvolver com os filhos para n&atilde;o repetirmos os mesmos erros que nos foram passados ou das nossas manias e tal. Hoje eu aplico com as minhas filhas tudo que eu percebi que foi excessivo ou que faltou, al&eacute;m de me fazer mais presente e em ser menos r&iacute;gido.

O que a paternidade te ensinou de mais importante?

Rapaz, s&oacute; me vem uma palavra na cabe&ccedil;a quando eu penso na paternidade, que &eacute; amor. Eu acho que o amor mais verdadeiro que existe &eacute; o de um de um pai para um filho, o de uma m&atilde;e para um filho. Ent&atilde;o, eu acho que me ensinou como &eacute; importante a gente amar e ser amado e sua for&ccedil;a. A gente faz tudo por amor... Este sentimento por um filho &eacute; uma coisa extraordin&aacute;ria que s&oacute; vai saber quem tem filho mesmo. A paternidade me ensinou sobre a import&acirc;ncia de cultivar o amor, de t&ecirc;-lo em nosso dia a dia.

Qual recado voc&ecirc; deixa para todos os pais neste m&ecirc;s especial?

O meu recado &eacute; que, por mais cansativa e preocupante que seja a rotina de um pai, a gente deve aproveitar o m&aacute;ximo de tempo com os nossos filhos, pois o tempo passa r&aacute;pido, e daqui a um pouquinho eles s&atilde;o do mundo... E por mais que seja corrido, complicado e atribulado, a gente vai sentir falta disso. Ent&atilde;o, voc&ecirc; que &eacute; pai, tenta ser mais presente, tenta participar mais da vida do seu filho, porque depois vai fazer falta. E &eacute; isso, nosso filho &eacute; o legado que a gente deixa no mundo. E ser mais presente de verdade, porque &agrave;s vezes a gente est&aacute; pr&oacute;ximo, por&eacute;m indispon&iacute;vel. Devemos aproveitar mais o tempo; estar mais juntos, na parceria mesmo, com divers&atilde;o e sorrisos; e n&atilde;o apenas com cobran&ccedil;as e exig&ecirc;ncias. Vamos curtir nossos filhos, viver com eles enquanto est&atilde;o por perto, porque depois eles correm para o mundo (risos) e a gente fica s&oacute; na saudade.

Em que momento seus filhos descobriram que tinham pais famosos?&nbsp;

Eu acho que desde quando tiveram consci&ecirc;ncia, ainda bem pequenininhos, por conta de n&atilde;o poderem sair na rua para qualquer canto, sobretudo com a m&atilde;e. Ent&atilde;o, como eles j&aacute; nasceram nesse contexto, acho que foi mais f&aacute;cil. A primeira vez que Marcelo percebeu foi quando est&aacute;vamos indo para escola e viu uma foto de Ivete em um outdoor gigante: &mdash; &ldquo;Meu pai, olha minha m&atilde;e ali numa foto enorme. O que ela est&aacute; fazendo ali?&rdquo;. Falou com espanto... Eu dei risada e expliquei que a m&atilde;e dele era uma pessoa muito famosa e tal. Anos depois aconteceu parecido com Marina e Helena. Em uma outra ocasi&atilde;o, eu fiz uma campanha publicit&aacute;ria para um shopping aqui em Salvador e tinham muitas fotos minhas espalhadas por todo canto da cidade. A cena voltou a se repetir: &mdash; &ldquo;Meu pai, vi voc&ecirc; no shopping hoje&rdquo;. Eu demorei para entender, depois que eu me lembrei da campanha. E as meninas: &mdash; &ldquo;poxa, c&ecirc; tava em todo lugar&rdquo;. Ent&atilde;o, eu acho que foi isso, foi dessa forma que as crian&ccedil;as perceberam. A gente conversa muito sobre o nosso trabalho e elas aceitam e levam numa boa.

Marcelo tem feito sucesso nas redes sociais e est&aacute; cada vez mais parecido com voc&ecirc;, como &eacute; essa cumplicidade entre voc&ecirc;s dois?&nbsp;

Ele j&aacute; est&aacute; mais maduro, ent&atilde;o n&oacute;s liberamos que ele tivesse uma rede social e o espa&ccedil;o dele. &Eacute; um menino muito p&eacute; no ch&atilde;o, muito correto e nunca me deu nenhum tipo de dor de cabe&ccedil;a. Esse lance de estar parecido comigo, acho que &eacute; por conta do corte de cabelo. A gente faz muita coisa junto: surfa, pesca, mergulha, veleja, malha&hellip; acaba que fica parecido mesmo, mas &eacute; uma mistura doida do pai com a m&atilde;e. Eu acho que existe essa cumplicidade porque eu sempre desejei ter um irm&atilde;o, pois s&oacute; tenho irm&atilde;s mulheres. Ent&atilde;o, quando eu fui ter filho, eu pedi a Deus que me desse um filho homem para poder ser meu amigo e parceiro. E a&iacute; veio, e eu estou aproveitando a companhia e a amizade. Estou curtindo todos os momentos com ele. Marina, Helena e Marcelo me motivam muito a me cuidar para ter sa&uacute;de para poder conviver e estar com eles por muitos anos, forte e l&uacute;cido. Ent&atilde;o &eacute; isso, meus filhos s&atilde;o a minha maior motiva&ccedil;&atilde;o de vida mesmo. A gente &eacute; muito pr&oacute;ximo, est&aacute; o tempo todo junto e, como eu tamb&eacute;m sou muito garot&atilde;o, acaba que a gente fica parecido.

Voc&ecirc; tem expertise em alimenta&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel, como faz para aplicar isso no dia a dia das crian&ccedil;as sem que elas recusem ou desejem alimentos que fazem mal?&nbsp;

Ent&atilde;o, o desejo sempre vai acontecer. O que n&atilde;o &eacute; visto n&atilde;o &eacute; lembrado, ent&atilde;o aqui em casa a gente tem um ambiente bem prop&iacute;cio para comer saud&aacute;vel. Os alimentos n&atilde;o ficam apenas vis&iacute;veis, mas dispon&iacute;veis. Assim, sempre tem uma fruta cortada na geladeira, todo almo&ccedil;o tem uma &ldquo;saladona&rdquo; na mesa... Eles j&aacute; provaram arroz branco, j&aacute; provaram v&aacute;rias coisas; comem doce, sorvete e sobremesa. Fa&ccedil;o quest&atilde;o de ensin&aacute;-los a comerem de tudo. Ensino tamb&eacute;m a ter uma rela&ccedil;&atilde;o equilibrada com a comida, que &eacute; uma das coisas mais importantes para a vida de uma pessoa. Como a comida &eacute; a maior fonte de prazer, desde sempre eu busquei ensin&aacute;-los o valor das coisas, como n&atilde;o mastigarem os problemas por ansiedade e a se alimentarem de comida de verdade. &Eacute; naquela base do exemplo mesmo, sabe?

Al&eacute;m de pai dedicado, voc&ecirc; possui v&aacute;rios projetos voltados &agrave; sa&uacute;de e bem-estar. Conta um pouco mais sobre eles e como consegue organizar tudo?

(Risos) Pois &eacute; rapaz, eu estou envolvido em v&aacute;rios projetos, pois n&atilde;o consigo fazer uma coisa s&oacute;. Atualmente eu tenho um curso online, que se originou da migra&ccedil;&atilde;o do meu consult&oacute;rio em que atendia presencialmente antes da pandemia. Tinha-o por doze anos. Ent&atilde;o, eu acompanho milhares de alunos de forma on-line. Eu criei um m&eacute;todo que n&atilde;o &eacute; apenas mais um m&eacute;todo de emagrecimento; vou muito al&eacute;m disso. Ensino as pessoas a se relacionarem com a comida, a fazerem as pazes com a alimenta&ccedil;&atilde;o e a terem refei&ccedil;&otilde;es focadas n&atilde;o s&oacute; no prazer de comer, mas tamb&eacute;m em terem resultados, em terem sa&uacute;de, bem-estar e longevidade. Meu p&uacute;blico &eacute; de pessoas muito acima dos seus quarenta anos de idade e atendo mais mulheres do que homens. &Eacute; uma turma que est&aacute; a fim de aprender a comer! E comer para durar.&nbsp;
Al&eacute;m disso, tenho v&aacute;rios projetos ligados &agrave; sustentabilidade. Tenho um melipon&aacute;rio, que &eacute; um criat&oacute;rio gigantesco de abelha sem ferr&atilde;o. Seu objetivo &eacute; preservar a esp&eacute;cie, a uru&ccedil;u nordestino &ndash; uma esp&eacute;cie de abelha ind&iacute;gena nativa brasileira que poucos conhecem e que est&aacute; em risco de extin&ccedil;&atilde;o. Ent&atilde;o, esse melipon&aacute;rio-escola tem inten&ccedil;&atilde;o de fazer uma alfabetiza&ccedil;&atilde;o ecol&oacute;gica para crian&ccedil;as e adultos. E sou, tamb&eacute;m, Advisor de Sustentabilidade de uma startup que trabalha com o universo das abelhas. Al&eacute;m disso, temos uma escola com um conceito de Green School que tem uma forma&ccedil;&atilde;o com foco na intera&ccedil;&atilde;o das crian&ccedil;as com a natureza. Chama-se Yb&aacute; de Quintal. &Eacute; um espa&ccedil;o bem legal que tem bastante &aacute;rea verde, &aacute;rvores frut&iacute;feras, horta... &Eacute; um conceito novo de escola que faz com que as crian&ccedil;as tenham mais contato com a natureza, e isso tem mostrado grandes resultados.

Se voc&ecirc; pudesse indicar 3 formas de ter mais qualidade de vida, quais seriam?

1 - Para voc&ecirc; ter qualidade de vida, voc&ecirc; precisa se alimentar bem. E quando eu falo em se alimentar bem, n&atilde;o &eacute; fazer dieta restritiva ou dieta da moda... &Eacute; aprender a comer em sintonia com a natureza. 
2 - Se manter ativo e praticar exerc&iacute;cio f&iacute;sico, de prefer&ecirc;ncia ao ar livre e em contato com a natureza.&nbsp;
3 - Dormir bem. Procurar n&atilde;o ficar muito pilhado e n&atilde;o se estressar muito. Dormir bem &eacute; important&iacute;ssimo, pois o sono alimenta o corpo e a alma. Ent&atilde;o, &eacute; preciso esse trip&eacute; b&aacute;sico: comer bem, se movimentar bem e dormir bem.

Voc&ecirc; e Ivete compartilham a paix&atilde;o por abelhas, como isso come&ccedil;ou e posteriormente se tornou uma cultura familiar de voc&ecirc;s?

Na verdade, eu sou a terceira gera&ccedil;&atilde;o de criadores de abelhas na minha fam&iacute;lia, j&aacute; cresci nesse ambiente. Mas, o meu av&ocirc; e o meu tio criavam abelhas com ferr&atilde;o. Eu resolvi criar as abelhas sem ferr&atilde;o, que, como disse, s&atilde;o as abelhas nativas brasileiras conhecidas como abelhas ind&iacute;genas brasileiras &ndash; essas abelhas est&atilde;o no Brasil desde os prim&oacute;rdios. A ideia foi porque eu queria criar abelhas dentro de casa e n&atilde;o dava para criar as que possu&iacute;am ferr&atilde;o, devido &agrave;s crian&ccedil;as. Al&eacute;m disso, eu comecei a criar as abelhas como uma forma de educar os meus filhos, para fazer uma alfabetiza&ccedil;&atilde;o ecol&oacute;gica com eles na pr&aacute;tica. As abelhas s&atilde;o incr&iacute;veis. Elas s&atilde;o respons&aacute;veis por dois ter&ccedil;os da comida que est&aacute; na nossa mesa e pela biodiversidade, pois polinizam das plantas. &Eacute; um inseto que pouca gente conhece ou tem medo, mas que tem um papel e import&acirc;ncia cruciais na sa&uacute;de do planeta e ainda proporciona alimentos para nossa mesa, com produtos que nos d&atilde;o in&uacute;meros benef&iacute;cios. As abelhas produzem mel, que &eacute; medicinal; p&oacute;len; pr&oacute;polis, que melhora a imunidade, combatendo v&iacute;rus e bact&eacute;rias; cera; geleia real&hellip; at&eacute; o veneno da abelha tem utilidade, sendo aproveitado em tratamentos de combate ao c&acirc;ncer e de dores cr&ocirc;nicas. E a&iacute; eu levei para dentro de casa, e Ivetinha abra&ccedil;ou a ideia... a gente cria um monte abelhas (risos).

Daniel Cady fala sobre paternidade, fama e saúde

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