Sem destino, sem poder e sem sonhos! O que seria do mundo sem os artistas?&nbsp;

O que seria do mundo sem os <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/bruna-marquezine-adere-a-greve-dos-atores-de-hollywood">artistas</a>?&nbsp;N&atilde;o h&aacute;, hoje, nenhum lugar seguro. Com o avan&ccedil;o desenfreado da&nbsp;<a href="https://www.revistalofficiel.com.br/cultura/tecnologia-em-algumas-reflexoes-sobre-o-amanha">tecnologia</a> e o valor (mensur&aacute;vel, em cifras) posto em mesa,&nbsp;qualquer alma est&aacute; sedenta e pronta para a venda. Em uma sociedade&nbsp;onde esse valor passa a ser medido por velocidade e n&atilde;o por&nbsp;qualidade, o que nos sustenta? Que a Arte sempre foi colocada em segundo plano e muitas vezes&nbsp;como um inimiga, n&atilde;o &eacute; novidade. Em um pa&iacute;s como o <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/ricardo-stuckert-em-redescobertas-brasileiras">Brasil</a> onde&nbsp;grande parcela da popula&ccedil;&atilde;o mal tem o que comer, realmente a Arte&nbsp;se torna um artigo de luxo. A quest&atilde;o &eacute; que esta, a Arte, &eacute; o que&nbsp;dita o fio do que h&aacute; de mais antigo para as possibilidades mais&nbsp;belas e m&oacute;rbidas de futuro.

Fotos: Getty Images

O que o homem pensa, ele cria.&nbsp;Intuitivamente o desejo se materializa. O metaverso est&aacute; a&iacute; pra&nbsp;provar que a t&atilde;o almejada imortalidade j&aacute; pode se tornar paup&aacute;vel&nbsp;(ou mais ou menos isso). A materialidade das coisas mudou de&nbsp;figura, as prioridades tem outra face. A humanidade desde a era&nbsp;pand&ecirc;mica se esvai e abre espa&ccedil;o para uma popula&ccedil;&atilde;o insens&iacute;vel,&nbsp;n&atilde;o por querer mas por simplesmente n&atilde;o saberem lidar - A&nbsp;realidade se torna intoler&aacute;vel.&nbsp; Mais intoler&aacute;vel ainda &eacute; a vida sem a nutri&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica, o&nbsp;est&iacute;mulo da imagina&ccedil;&atilde;o muitas vezes &eacute; o alento que nutre a alma -&nbsp;essa nos devolve os valores enquanto na&ccedil;&atilde;o. P&aacute;tria, Deus e fam&iacute;lia&nbsp;n&atilde;o s&atilde;o nada sem escuta, afeto e comprometimento. A aceita&ccedil;&atilde;o da&nbsp;distin&ccedil;&atilde;o e da unicidade individual de cada um &eacute; o que nos faz um&nbsp;planeta. Talvez seja isso que os ETs querem. Afinal, eles n&atilde;o s&atilde;o&nbsp;a amea&ccedil;a, n&oacute;s que somos.

Qualquer ser humano que viva no metaverso ou debaixo de uma ponte&nbsp;tem as mesmas necessidades. Isso tamb&eacute;m vale para os CEOs de&nbsp;grandes empresas e para Artistas. A propriedade intelectual e a&nbsp;lapida&ccedil;&atilde;o subjetiva necess&aacute;ria para se alcan&ccedil;ar excel&ecirc;ncia&nbsp;art&iacute;stica leva tempo - e tamb&eacute;m d&aacute; fome. O que acontece nos&nbsp;Estados Unidos e repercute aqui &eacute; um basta no sucateamento do&nbsp;nosso of&iacute;cio. Todos falam sobre como &eacute; dif&iacute;cil ser Artista mas&nbsp;poucos entendem como &eacute; dif&iacute;cil para o Artista n&atilde;o o ser - tratamos&nbsp;aqui de uma necessidade vital. A mobiliza&ccedil;&atilde;o internacional nos comove mas ela n&atilde;o &eacute; suficiente se&nbsp;n&atilde;o trabalharmos no cerne dessas quest&otilde;es. O sofrimento&nbsp;romantizado que surgiu h&aacute; mil&ecirc;nios como um passe para o Para&iacute;so&nbsp;deve cessar. N&atilde;o &eacute; porque trabalhamos com o que amamos que devemos&nbsp;ser mal pagos. A proposta da Intelig&ecirc;ncia Artificial e a perda do&nbsp;dom&iacute;nio sobre a nossa pr&oacute;pria imagem &eacute; um tratado sobre a invers&atilde;o&nbsp;de valores que vivemos, &eacute; um processo de desumaniza&ccedil;&atilde;o. Estamos&nbsp;t&atilde;o habituados a viver em um mundo fict&iacute;cio on-line que realmente&nbsp;abrimos m&atilde;o da singularidade do ser para apenas produzir e ter? A&nbsp;pasteuriza&ccedil;&atilde;o tomaria conta e seria o fim da catarse e da&nbsp;descoberta - fortes pilares para a constru&ccedil;&atilde;o de um mundo que fa&ccedil;a&nbsp;sentido.

Jamais, em qualquer esfera, a entrega humana ser&aacute; substitu&iacute;da pela&nbsp;decodifica&ccedil;&atilde;o de uma m&aacute;quina. Se esperarmos da intelig&ecirc;ncia&nbsp;artificial o poder do afeto morreremos secos. Belos e perfeitos,&nbsp;por&eacute;m definhados. Parece incr&iacute;vel receber a imortalidade de&nbsp;presente, ver nossos poss&iacute;veis filhos do futuro mas tudo o que&nbsp;come&ccedil;a como uma brincadeira boba pode se tornar uma condi&ccedil;&atilde;o. O&nbsp;ser humano &eacute; condicionado desde antes das inquisi&ccedil;&otilde;es. E&nbsp;perpetuamos isso, inconscientemente.

A Arte &eacute; como um superpoder, sem ela a vida perde o destino, o&nbsp;poder de avan&ccedil;ar e, principalmente, o de sonhar. N&atilde;o precisamos&nbsp;de finais felizes, mas sim das retic&ecirc;ncias que nos d&atilde;o f&ocirc;lego para&nbsp;seguir mais um dia, mais uma d&eacute;cada, a eternidade.

Greve dos artistas, metaverso e despertar!

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