Designer e alquimista, o ga&uacute;cho Mika Ferrari cria joias-amuleto a partir do estudo m&iacute;stico que come&ccedil;ou ainda na inf&acirc;ncia

Na <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/egiptomania-moda-ou-estilo-de-vida">Antiguidade</a>, v&aacute;rios alquimistas buscaram caminhos para transformar metais comuns em ouro utilizando experimentos com os quatro elementos da natureza &ndash; terra, &aacute;gua, fogo e ar. O designer de joias Mika Ferrari, que pode ser descrito como um alquimista moderno, n&atilde;o quer criar ouro; seu foco &eacute; unir o material nobre aos seus conhecimentos m&iacute;sticos para desenvolver joias com poder de amuleto. O universo da neomarca &eacute; dividido em cinco linhas fixas: Recital de S&iacute;mbolos, A Alquimia, O Lado Oculto da Joia, O Extraordin&aacute;rio do Universo e A Vibroturgia das Rel&iacute;quias.

A marca &eacute; o resultado de dois caminhos: a busca espiritual iniciada pelo tatarav&ocirc; de Mika e transmitida &agrave;s gera&ccedil;&otilde;es futuras e rel&iacute;quias ex&oacute;ticas que o designer coleciona h&aacute; bastante tempo, como p&oacute; lunar, moedas antigas, chifre de bis&atilde;o, machados vikings, f&oacute;sseis e pe&ccedil;as eg&iacute;pcias. Ele conta que, ainda crian&ccedil;a, estudou tar&ocirc;, or&aacute;culo no qual mais tarde aprofundou o conhecimento com o mestre italiano Estefano Estefani. Tamb&eacute;m buscou especializa&ccedil;&atilde;o em compostos da natureza, como os minerais na plataforma The Crystal Academy of Advanced Healing Arts, e mergulhou no xamanismo brasileiro. &ldquo;Eu me tornei parte do grupo Aguilas del Fuego e recebi do paj&eacute; Tchydjo U&ecirc;, da aldeia Fulkax&oacute;, o nome Toe Yaaxi, que significa &lsquo;o fogo &eacute; meu irm&atilde;o&rsquo;&rdquo;, conta.

&ldquo;De alguma forma, isso tudo me levou a encontrar a alquimia, na qual tive grandes mestres, especialmente o franc&ecirc;s Patrick Paul, com quem tamb&eacute;m estudei I ching e her&aacute;ldica&rdquo;, contextualiza, acrescentando que admira as culturas ancestrais. &ldquo;Raz&atilde;o pela qual coleciono antiguidades de diversas partes do mundo e sou um entusiasta do kemetismo, o estudo da antiga m&iacute;stica eg&iacute;pcia&rdquo;, afirma. Desde a inf&acirc;ncia em Bento Gon&ccedil;alves, Rio Grande do Sul, j&aacute; tinha o h&aacute;bito de montar amuletos com ingredientes, como plantas e areia de praia, para presentear quem ele achasse que precisava de prote&ccedil;&atilde;o ou sorte.
&ldquo;Nos &uacute;ltimos anos, fiz amuletos para mim, mas quando estavam prontos sempre aparecia algu&eacute;m precisando e ficava com a pe&ccedil;a. Nesses momentos, sempre me sentia feliz&rdquo;, recorda. &ldquo;Pode parecer que era [um destino] &oacute;bvio para muita gente, mas nunca pensei que esse caminho me levaria &agrave; joalheria-amuleto&rdquo;, diz ele, chamando a aten&ccedil;&atilde;o para o fato de que a origem da &ldquo; joia&rdquo; (objeto de adorno) est&aacute; ligada &agrave; cren&ccedil;a do talism&atilde;.

&ldquo;NOS &Uacute;LTIMOS ANOS, FIZ amuletos PARA MIM, MAS QUANDO ESTAVAM prontos SEMPRE APARECIA ALGU&Eacute;M PRECISANDO E FICAVA COM A pe&ccedil;a. NESSES momentos, SEMPRE ME SENTIA FELIZ.&rdquo;

Atuando na &aacute;rea de marketing, Mika conta que percebeu uma fase de busca espiritual e, ao mesmo tempo, um gap no mercado para joias que s&atilde;o amuletos verdadeiros. &ldquo;Olhando para tr&aacute;s &eacute; como se a minha hist&oacute;ria tivesse sido moldada para chegar ao momento atual&rdquo;, analisa. Apesar de ter lan&ccedil;ado a marca, conta que tenta facilitar ao m&aacute;ximo para que ningu&eacute;m fique sem a pe&ccedil;a que deseja por causa do pre&ccedil;o, acreditando na miss&atilde;o de ajudar o pr&oacute;ximo a partir da habilidade de decodificar as for&ccedil;as da natureza. Lan&ccedil;ada em outubro na feira de joias de Cingapura e em S&atilde;o Paulo, em dezembro, a grife teve recep&ccedil;&atilde;o al&eacute;m do que Mika imaginava. &ldquo;Eu tinha a percep&ccedil;&atilde;o de que seria um movimento positivo, mas n&atilde;o esperava o tamanho do retorno&rdquo;, assegura.&nbsp;
&ldquo;N&atilde;o estou fazendo algo novo, apenas uma esp&eacute;cie de resgate de algo que faz parte da hist&oacute;ria da humanidade&rdquo;, constata. A linha Recital de S&iacute;mbolos re&uacute;ne elementos como o tetraedro de Plat&atilde;o, que est&aacute; ligado ao fogo, &eacute; esculpido em cristal de quartzo &ndash; cuja energia &eacute; expansora &ndash; e &eacute; recheado com cinza xam&acirc;nica com poder, segundo ele, de transmutar energias; a sequ&ecirc;ncia num&eacute;rica Fibonacci vinda das formas perfeitas da natureza; e a bateria energ&eacute;tica, que traz uma pedra cornalina, ligada ao poder pessoal, que capta a energia solar.

Na Vibroturgia das Rel&iacute;quias, Mika utiliza antiguidades adquiridas em leil&otilde;es em v&aacute;rios pa&iacute;ses para criar pe&ccedil;as quase sempre &uacute;nicas. Nesta primeira safra entrou um dado romano datado entre os anos 100 e 200 d.C. O mesmo princ&iacute;pio possuem as joias agrupadas no set O Extraordin&aacute;rio do Universo. &ldquo;Essas pe&ccedil;as t&ecirc;m proveni&ecirc;ncias raras, como f&oacute;sseis e minerais formados n&atilde;o apenas no planeta, como tamb&eacute;m em todo o universo, que &eacute; o caso de meteoritos&rdquo;, explica o designer. Na joia O Ninho do Drag&atilde;o, ele mistura esferas de coral, azeviche, mamute e condrito, enquanto a Asa de &Iacute;sis tem como base o vidro l&iacute;bia, mineral raro surgido do impacto de meteorito h&aacute; cerca de 29 milh&otilde;es de anos, e Gaia &eacute; uma malha de ouro que envolve um mineral formado a partir de cinzas bas&aacute;lticas de vulc&atilde;o. &ldquo;Todos esses elementos t&ecirc;m certifica&ccedil;&atilde;o de origem e proced&ecirc;ncia&rdquo;, informa.
Na linha O Lado Oculto da Joia, Mika acrescenta po&ccedil;&otilde;es &agrave;s joias. A bulla &ndash; esp&eacute;cie de pingente ligado &agrave; tradi&ccedil;&atilde;o romana de chegada de um beb&ecirc; na fam&iacute;lia &ndash; recebe uma f&oacute;rmula para estimular o poder pessoal. Alqu&iacute;micos, os pingentes perfumeiros Drag&atilde;o de Fogo e Drag&atilde;o de Ar guardam uma quintess&ecirc;ncia &agrave; base da erva tradicional ind&iacute;gena velandinho desenvolvida por Mika no laborat&oacute;rio montado em sua casa. &ldquo;O pr&oacute;prio paj&eacute; Tchydjo U&ecirc; colhe, consagra e envia para mim. &Eacute; misturado, entre outros componentes, com tintura de ouro, um l&iacute;quido que faz a interface com o metal s&oacute;lido e expande a energia solar, de muito brilho e luz&rdquo;, descreve.

Nesta cole&ccedil;&atilde;o est&atilde;o suas joias mais complexas: os relic&aacute;rios de V&ecirc;nus e de Marte. &ldquo;Em V&ecirc;nus utilizo uma combina&ccedil;&atilde;o ligada &agrave;s rela&ccedil;&otilde;es, ao magnetismo, &agrave; atra&ccedil;&atilde;o e &agrave;s conquistas. Tudo isso somado a alguns outros segredos, al&eacute;m de esmeraldas e turmalinas lagoon&rdquo;, descreve o designer. J&aacute; Marte, segundo ele, &eacute; perfeito para quando algu&eacute;m necessita de autoconfian&ccedil;a. &ldquo;A pe&ccedil;a &eacute; consagrada em momento astrol&oacute;gico prop&iacute;cio a esse inf luxo de for&ccedil;a pessoal&rdquo;, revela. Para quem est&aacute; em uma jornada de autoconhecimento uma joia-amuleto pode ser o detalhe que faltava para potencializar 2024.

Mika Ferrari cria joias-amuleto a partir do estudo místico

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