Sofistica&ccedil;&atilde;o define o ensaio fotografado em Paris com a atriz Isabelle Drummond, que fala de sua trajet&oacute;ria em entrevista exclusiva a L&rsquo;Officiel&nbsp;

Aos 29 anos, ela j&aacute; &eacute; uma veterana. Al&eacute;m de 24 de atua&ccedil;&atilde;o, Isabelle Drummond coleciona feitos que v&atilde;o muito al&eacute;m do que aparece nas telas de tev&ecirc; ou cinema. Voc&ecirc; vai se surpreender com essa ariana, que mostra que pot&ecirc;ncia pode, sim, combinar com leveza
Sofistica&ccedil;&atilde;o define este ensaio fotografado em <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/conexao-paris-a-cidade-luz-volta-a-brilhar">Paris</a> com a atriz Isabelle Drummond vestindo <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/dior-apresenta-looks-cruise-2024-no-litoral-frances">Dior</a> alta-costura primavera/ver&atilde;o 2024. Confira entrevista exclusiva a <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/l-officiel-110">L'Officiel</a>!

Aos 7 anos ela j&aacute; era uma estrela nacional. Em&iacute;lia, a personagem do S&iacute;tio do Picapau Amarelo a quem Isabelle deu vida por seis anos, conquistou uma legi&atilde;o de admiradores &ndash; crian&ccedil;as, adolescentes, adultos&hellip; ningu&eacute;m ficava imune aos encantos da boneca de pano. Aos 18 anos, interpretou sua primeira protagonista, junto com Leandra Leal e Ta&iacute;s Ara&uacute;jo, na novela Cheias de charme. Aos 23, virou empres&aacute;ria na &aacute;rea de alimenta&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel e fundou a ONG Casa 197, que auxilia pessoas em situa&ccedil;&atilde;o de vulnerabilidade social e agora conta, tamb&eacute;m, com um bra&ccedil;o de resgate de animais.

Essa empreitada, ali&aacute;s, diz muito sobre a atriz: &ldquo;Quando voc&ecirc; vive em um lugar que tem necessidade de todos os lados, como nosso pa&iacute;s, &eacute; imposs&iacute;vel, pelo menos para mim, n&atilde;o querer fazer algo. Eu n&atilde;o consigo achar normal uma s&eacute;rie de coisas&rdquo;, diz. A ONG ajuda na constru&ccedil;&atilde;o de casas em comunidades, faz acompanhamento de moradores de rua, leva para reabilita&ccedil;&atilde;o, ajuda a tirar documentos, d&aacute; suporte m&eacute;dico, refor&ccedil;o escolar&hellip; &ldquo;Gosto de fazer coisas com prop&oacute;sito. Nosso grupo &eacute; formado por pessoas que amam contribuir, que se importam com o que est&aacute; acontecendo ao redor.&rdquo;
Prestes a completar 30 anos (Isabelle faz anivers&aacute;rio em abril), a atriz se lan&ccedil;a em mais um desafio: produzir e dirigir. &ldquo;Estou com v&aacute;rios projetos autorais em produ&ccedil;&atilde;o. &Eacute; um processo muito empolgante, porque voc&ecirc; consegue colocar muita coisa que quer dizer, contar uma hist&oacute;ria com o seu olhar. &Eacute; muito bom reunir pessoas que tamb&eacute;m acreditam naquilo e come&ccedil;ar a desenvolver algo junto. Muito humildemente, querendo aprender o tempo todo e entendendo que a vida &eacute; uma escola.&rdquo;

Durante toda nossa conversa, fiquei hipnotizada pela maturidade e serenidade no olhar, na voz, nos movimentos de Isabelle. Uma atriz que cresceu em frente &agrave;s c&acirc;meras e que, diferentemente da maioria das celebridades que come&ccedil;aram muito cedo, segue longe de fofocas e esc&acirc;ndalos. Como consegue? &ldquo;Eu tenho muita f&eacute; e uma rela&ccedil;&atilde;o boa com Deus. E entendo que primeiro a gente tem que resolver os problemas e quest&otilde;es dentro da gente e, depois, acertar fora. Fiquei calma mesmo, acho que gastei muita energia na inf&acirc;ncia (risos). Mas n&atilde;o quer dizer que n&atilde;o tive ou n&atilde;o passei por turbilh&otilde;es internos. Claro que vivi isso, mas consegui, com a f&eacute; e ajuda de pessoas muito legais que sempre estiveram ao meu redor, fazer boas escolhas. Espero continuar assim&rdquo;, respondeu calmamente.
Outra palavra-chave que serve de guia para manter Isabelle longe de boatos e bisbilhotices &eacute; discri&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Como est&aacute; sua vida amorosa? Como voc&ecirc; cuida dessa &aacute;rea?&rdquo;, perguntei. &ldquo;Com muita discri&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse ela. &ldquo;Pensa em construir uma fam&iacute;lia e ter filhos?&rdquo;, insisti. &ldquo;Super. O projeto est&aacute; a&iacute;!&rdquo;, respondeu, rindo marotamente. &ldquo;Voc&ecirc; est&aacute; namorando, est&aacute; com algu&eacute;m?&rdquo;, arrisquei mais uma vez. &ldquo;Discreta, sempre.&rdquo; E assim, despretensiosamente, Isabelle segue construindo uma linda e s&oacute;lida carreira e vida pessoal.

L&rsquo;OFFICIEL No ano passado voc&ecirc; encerrou um ciclo de mais de 20 anos na Globo. Como foi viver esse processo?&nbsp;
ISABELLE DRUMMOND Fiquei 23 anos na emissora e foi um tempo muito precioso, de constru&ccedil;&atilde;o de carreira e realiza&ccedil;&atilde;o de muitos projetos prazerosos. Foi um lugar em que tive oportunidade de fazer escolhas e diversificar ao m&aacute;ximo minha &aacute;rea de atua&ccedil;&atilde;o: mudei de cabelo cinco vezes, interpretei patricinha, fiz novela de &eacute;poca, com&eacute;dia&hellip; Foi tudo no tempo que tinha que ser. Vivi momentos especiais l&aacute;, conheci pessoas incr&iacute;veis. Mas eu sempre gostei de me desafiar, experimentar coisas diferentes. Durante a pandemia, comecei a desenvolver alguns projetos autorais, a ter algumas ideias&hellip; E, agora, vou ter tempo para me dedicar mais a isso.
L&rsquo; O Ent&atilde;o 2024 chegou cheio de novidades?&nbsp;
ID Sim! Estou mergulhada no processo de produ&ccedil;&atilde;o. Idealizar, criar, desenvolver projetos, montar equipes, dirigir&hellip; Tem tanta coisa acontecendo! O projeto do filme Cheias de charme est&aacute; em andamento. Tamb&eacute;m estou produzindo e dirigindo um document&aacute;rio muito especial &ndash; s&oacute; n&atilde;o posso dar detalhes porque impactaria a capta&ccedil;&atilde;o de imagens. Tem ainda um curta infantil que est&aacute; na fase de pr&eacute;-produ&ccedil;&atilde;o, mas pretendo rodar ainda este ano&hellip; Isso s&oacute; para mencionar alguns. Continuo atuando, mas essa coisa de ter projetos autorais &eacute; fascinante porque voc&ecirc; consegue colocar muito do seu olhar.

L&rsquo;O No come&ccedil;o do ano voc&ecirc; foi &agrave; Paris Fashion Week a convite da Dior. Como &eacute; sua rela&ccedil;&atilde;o com a moda? E com a Maison?&nbsp;
ID Eu gosto muito de moda, sobretudo no que diz respeito &agrave; constru&ccedil;&atilde;o de identidade. Acredito que a forma como a gente se veste &eacute; parte da nossa express&atilde;o no mundo, como a gente se apresenta e como &eacute; visto pelos outros. Acho que &eacute; uma arte, e que contribui muito com a nossa inspira&ccedil;&atilde;o, a nossa express&atilde;o. A minha identidade visual ficou sempre muito atrelada, em cada esta&ccedil;&atilde;o, a um personagem: o cabelo, a forma de me vestir&hellip; Ent&atilde;o, agora, a moda me ajuda a descobrir a Isabelle. Como eu quero ser vista, como eu quero me expressar. A minha rela&ccedil;&atilde;o com a Dior j&aacute; vem de tempos e estamos construindo uma hist&oacute;ria mais pr&oacute;xima ainda. Foi muito especial ir &agrave; PFW porque foi minha primeira vez na alta-costura, que eu amo. Haute couture &eacute; puro encantamento.

L&rsquo;O Em termos de estilo, como voc&ecirc; se define?&nbsp;
ID De ess&ecirc;ncia, sou bem Dior: gosto de roupa cl&aacute;ssica, alfaiataria, da cintura marcada. Tenho essa alma mais cl&aacute;ssica &mdash; at&eacute; por isso que a gente se encontrou mesmo. No dia a dia, uso muito linho, ainda mais nesse calor do Rio de Janeiro. Gosto de conforto. Salto alto, por exemplo, uso em ocasi&otilde;es espec&iacute;ficas. Na rotina di&aacute;ria, &eacute; muita sapatilha! Sou f&atilde; de roupa masculina, porque normalmente s&atilde;o mais largas. Quase sempre vou na parte masculina das lojas para comprar casacos e at&eacute; cal&ccedil;as e camisas. Acho muito bom esse lado da moda porque fala tamb&eacute;m sobre a liberta&ccedil;&atilde;o feminina. Quando pensamos que no passado as mulheres tinham que se amarrar em corsets, usar camadas e mais camadas de saias, an&aacute;guas&hellip; E hoje a gente tem essa liberdade de se vestir como quiser. Confort&aacute;vel, de um jeito que a gente se sinta bem. Mesmo no tapete vermelho.

&ldquo;O QUE &Eacute; A identidade VERDADEIRA DO HOMEM E DA MULHER SEN&Atilde;O ALGO pr&oacute;prio DE CADA UM? ESSA for&ccedil;a EST&Aacute; MAIS LIGADA &Agrave; confian&ccedil;a interna. ACREDITO QUE A GENTE tem que ser ESCUTADA MESMO FALANDO BAIXO&rdquo;

L&rsquo;O Por falar nisso, como voc&ecirc; v&ecirc; o movimento de empoderamento feminino?&nbsp;
ID Acho muito importante. S&oacute; o fato de a gente ter coragem de falar mais sobre o tema ajuda a melhorar o cen&aacute;rio. Sabe, eu ou&ccedil;o muito as pessoas dizendo que as mulheres precisam ser fortes para poder encabe&ccedil;ar um projeto, para dirigir&hellip; Mas eu acho que a gente tem que ser do jeito que &eacute;! A for&ccedil;a est&aacute; na delicadeza tamb&eacute;m, na sensibilidade. Eu vi muitas mulheres tendo que imprimir uma for&ccedil;a exterior, que n&atilde;o era da natureza delas, para liderar projetos. Felizmente, a gente est&aacute; come&ccedil;ando a entender que n&atilde;o precisa falar mais grosso para ser ouvida. Ali&aacute;s, essa identidade masculina, de for&ccedil;a e agressividade, tamb&eacute;m &eacute; um estere&oacute;tipo que precisa ser desconstru&iacute;do. Porque se o cara for mais sens&iacute;vel ele n&atilde;o &eacute; homem? Ent&atilde;o, assim, o que &eacute; a identidade verdadeira do homem e da mulher sen&atilde;o algo pr&oacute;prio de cada um? Essa for&ccedil;a est&aacute; muito mais ligada &agrave; confian&ccedil;a interna. Acredito que a gente tem que ser escutada mesmo falando baixo. A mulher tem que ser ouvida pela capacidade que ela tem, pela habilidade que ela tem, pelo conhecimento que tem.

L&rsquo;O Outro tema pol&ecirc;mico: etarismo. Como voc&ecirc;, uma mulher jovem, enxerga as pessoas mais velhas?&nbsp;
ID Eu sempre trabalhei com pessoas mais velhas. A Nicette Bruno e a Aracy Balabanian, por exemplo, s&atilde;o uma refer&ecirc;ncia pra mim. Acho que as duas gera&ccedil;&otilde;es t&ecirc;m que andar juntas, porque a gente precisa desse conhecimento das pessoas mais velhas. E a troca &eacute; muito boa, pois os mais jovens mostram para elas o que est&aacute; surgindo. Por isso considero fundamental em qualquer projeto, qualquer tipo de trabalho, ter essas duas gera&ccedil;&otilde;es integradas. N&atilde;o tem como haver progresso desprezando o que veio, mas tamb&eacute;m temos que olhar o que est&aacute; aparecendo de novo. E a Aracy, para mim, &eacute; um baita exemplo porque ela foi uma pessoa que sempre aceitou o momento em que estava vivendo. Ela nunca ficava pensando no que passou, em querer voltar no tempo. Ela aproveitava o momento. Ela soube viver bem cada fase. Acho isso maravilhoso.

FOTOS: THOMAS TEBET.
STYLING: Dione occhipinti.
GUEST: Isabelle Drummond.
MAKE UP: Daria Day usando Dior Beauty.
 HAIR STYLING: Rudy Martins.
 NAIL ART: Magali Sanzey.
 ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: Matei Focs.
ASSISTENTE DE STYLING: Thomas Durin.
 PRODU&Ccedil;&Atilde;O EXECUTIVA: Flavia Gay.
 TRATAMENTO DE IMAGEM: Marcio Nascimento. 
AGRADECIMENTO: Le Grand Mazarin Paris.

Isabelle Drummond em entrevista exclusiva a L’Officiel Brasil

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