Para os nativos da gera&ccedil;&atilde;o Z, &ldquo;casa&rdquo; &eacute; um sentimento que pode ser criado aonde quer que se v&aacute;

Para os nativos da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/geracao-z-licoes-beleza">gera&ccedil;&atilde;o Z</a>, &ldquo;casa&rdquo; &eacute; um sentimento que pode ser criado aonde quer que se v&aacute;. Confira o estudo completo!

Imagine-se em uma &eacute;poca marcada por instabilidade cultural, pol&iacute;tica e ambiental, tudo ao mesmo tempo e noticiado em v&aacute;rias plataformas. &Eacute; essa a realidade da gera&ccedil;&atilde;o Z, que exatamente por isso busca se rodear por sentimentos como seguran&ccedil;a e conforto. O lar passa a ser um estado de esp&iacute;rito em vez de um lugar f&iacute;sico &ndash; e assim se move e se recria com seu dono. &ldquo;De acordo com o que a WGSN vem acompanhando, o amadurecimento da Gera&ccedil;&atilde;o Z em pleno momento de policrise acaba tendo como resultado uma necessidade maior de priorizar conforto e seguran&ccedil;a. Por isso, essa &eacute; uma gera&ccedil;&atilde;o que ir&aacute; redefinir o conceito de casa&rdquo;, fala Naia Silveira, especialista em tend&ecirc;ncias na WGSN, empresa l&iacute;der em tend&ecirc;ncias de comportamento e consumo. &ldquo;Preocupados com a sa&uacute;de mental, eles tratam a casa como um espa&ccedil;o para recuperar a serenidade. No mundo todo, 86% dos adultos da Gera&ccedil;&atilde;o Z consideram o lar extremamente importante.

Essa &eacute; a primeira gera&ccedil;&atilde;o a normalizar a realiza&ccedil;&atilde;o dos estudos e do trabalho totalmente a partir do computador de casa, o que explica a import&acirc;ncia que eles d&atilde;o &agrave; sa&uacute;de mental e &agrave; conviv&ecirc;ncia social&rdquo;, continua. E Marina Roale, Head de insights do Grupo Consumoteca ainda complementa: &ldquo;Um dado da nossa pesquisa com a gera&ccedil;&atilde;o Z latina (2022) &eacute; que 70% acham que todos deveriam fazer terapia se poss&iacute;vel &ndash; ou seja , cuidar da mente &eacute; kit b&aacute;sico da vida normal, 32% declaram ter diagn&oacute;stico de ansiedade ou depress&atilde;o&rdquo;. Uma bandeira que de fato essa gera&ccedil;&atilde;o tem levantado &eacute; a quest&atilde;o da sa&uacute;de mental &ndash; que se torna t&atilde;o ou mais importante que a sa&uacute;de f&iacute;sica. Na verdade, eles n&atilde;o separam uma da outra. &ldquo;Diante dessa preocupa&ccedil;&atilde;o, &eacute; natural que busquem, na rotina di&aacute;ria, sentimentos e gatilhos de conforto. Tem um momento em que eu preciso voltar e me abastecer em um lugar que &eacute; seguro&rdquo;, analisa Marina. Paralelamente, essa &eacute; uma gera&ccedil;&atilde;o viciada em dopamina, dopamin&eacute;rgica, sempre em busca desse sentimento de recompensa r&aacute;pida, algo que o TikTok sabe gerar muito bem &ndash; os shots de conforto r&aacute;pido, de anestesia.

A est&eacute;tica e o sentimento em torno da casa est&atilde;o mudando, e o n&uacute;mero de consumidores da Gera&ccedil;&atilde;o Z que descrevem a moradia como uma forma de autoexpress&atilde;o s&oacute; tende a crescer &ndash; indicando, para eles, que o espa&ccedil;o ideal evolui junto com a identidade. Trata-se de um grupo que tem prefer&ecirc;ncias est&eacute;ticas e gostos pr&oacute;prios quando o assunto &eacute; morar. &ldquo;Eles querem uma casa onde possam relaxar e se expressar, que promova o bem-estar, n&atilde;o somente por meio da est&eacute;tica, mas tamb&eacute;m com a ajuda de recursos funcionais de autocuidado.&rdquo; De fato, para a Gera&ccedil;&atilde;o Z, em vez de quatro paredes, a casa &eacute; um sentimento, dentro do qual as pessoas se reabastecem de suas necessidades f&iacute;sicas e emocionais. Compartilhar o espa&ccedil;o em que vivem &eacute; um fato para esse grupo, n&atilde;o apenas como estilo de vida, mas por precis&atilde;o. &ldquo;Para eles, o aluguel &eacute; uma realidade, j&aacute; que o aumento do custo de vida afasta a ideia de adquirir um im&oacute;vel pr&oacute;prio. Por isso, os projetos de customiza&ccedil;&atilde;o de espa&ccedil;os alugados atraem a Gera&ccedil;&atilde;o Z&rdquo;, observa Naia.

A EST&Eacute;TICA E O SENTIMENTO EM TORNO DA casa EST&Atilde;O MUDANDO, E O N&Uacute;MERO DE CONSUMIDORES DA Gera&ccedil;&atilde;o Z QUE DESCREVEM A moradia COMO UMA FORMA DE autoexpress&atilde;o S&Oacute; TENDE A CRESCER &ndash; INDICANDO, PARA ELES, QUE O espa&ccedil;o ideal EVOLUI JUNTO COM A IDENTIDADE.

A preocupa&ccedil;&atilde;o com o futuro pr&oacute;ximo pede lugares de porto seguro para frear a escalada da ansiedade &ndash; eles querem estabilidade, o que pode ser um mood, uma atmosfera. &ldquo;A gera&ccedil;&atilde;o Z est&aacute; menos preocupada em quem &eacute; e mais em como est&aacute; no mundo. E quer ter margem para poder mudar &ndash; e a&iacute; v&ecirc;m as v&aacute;rias vers&otilde;es de si mesmo, transitando entre o familiar e o aesthetic &ndash; navegando e experimentando diferentes universos, ativando diferentes desejos e sensa&ccedil;&otilde;es, vivendo v&aacute;rios avatares. A fluidez &eacute; premente e n&atilde;o porque&nbsp;s&atilde;o inconstantes, mas porque assim &eacute; a vida&rdquo;, explica Marina. E justamente por estarem sujeitos a mudan&ccedil;as de moradia, esses jovens criam mecanismos que lhes permitem se sentir &ldquo;em casa&rdquo; mesmo em ambientes diferentes. &ldquo;Por exemplo, para muitos, a cultura cluttercore e os itens colecion&aacute;veis ajudaram a tornar os espa&ccedil;os mais familiares e confort&aacute;veis durante a pandemia.

O desejo da Gera&ccedil;&atilde;o Z de colecionar objetos e se apegar a eles caso precisem mudar de casa d&aacute; a esses jovens a chance de exibir sua personalidade e seus interesses de nicho&rdquo;, analisa Naia. Um bom exemplo s&atilde;o as paredes com porta-retratos. Na atual era de policrise, a busca pelo bem-estar vai se refletir nos itens para a casa. &ldquo;No n&iacute;vel est&eacute;tico, veremos linhas curvas, formas acolchoadas, cores que acalmam e materiais macios e respir&aacute;veis para m&oacute;veis, roupas e aparelhos eletr&ocirc;nicos. O conforto dos itens retr&ocirc; cl&aacute;ssicos vai se manter em alta, com a atualiza&ccedil;&atilde;o de novas cores, materiais ou cole&ccedil;&otilde;es em edi&ccedil;&atilde;o limitada&rdquo;, enumera a expert em tend&ecirc;ncias.

Seja morando com familiares, amigos ou estranhos, a ascens&atilde;o da vida em comunidade mostra que os espa&ccedil;os privativos da Gera&ccedil;&atilde;o Z encolheram, e frequentemente, o quarto &eacute; o &uacute;nico espa&ccedil;o pr&oacute;prio que esses jovens t&ecirc;m. &ldquo;Por conta da falta de privacidade, 64% das pessoas entre 18 e 24 anos em n&iacute;vel global acham que o quarto &eacute; o espa&ccedil;o mais importante. Esse c&ocirc;modo, inclusive, torna-se um papel importante para gera&ccedil;&atilde;o de renda&rdquo;, ressalta Naia. Os jovens v&atilde;o tentar usar o quarto para criar um plano B, seja produzindo conte&uacute;do ou gerenciando um pequeno neg&oacute;cio. &ldquo;Por se cobrarem muito, os nativos da gera&ccedil;&atilde;o Z precisam de momentos de conforto e prote&ccedil;&atilde;o e t&ecirc;m seus pr&oacute;prios c&oacute;digos de deboche&rdquo;, observa Marina. E em um mundo preocupado com o futuro, micro rituais ganham espa&ccedil;o central. S&atilde;o necess&aacute;rios momentos de escape para relaxar, de prefer&ecirc;ncia em um espa&ccedil;o simb&oacute;lico onde se consiga ter pertencimento, se esteja conectado com pessoas e seguro. E no fim do dia, a gera&ccedil;&atilde;o Z traz essa contradi&ccedil;&atilde;o para o mundo e para dentro de casa.

Lar é um mood para os nativos da geração Z

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