Sexto table book da s&eacute;rie sobre os diretores art&iacute;sticos da marca francesa resgata a trajet&oacute;ria do estilista belga

<a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/dior-editorial-exclusivo-apostas-da-temporada">Dior</a> no sexto table book da s&eacute;rie sobre os diretores art&iacute;sticos da marca francesa resgata a trajet&oacute;ria do estilista belga, <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/o-abc-de-raf-simons">Raf Simons</a>. Confira!

Ap&oacute;s um ano da sa&iacute;da de John Galliano da Dior, Raf Simons assumiu como diretor criativo para as linhas femininas. Era 2012 e uma das estreias mais aguardadas da ind&uacute;stria da moda. Al&eacute;m do novo posto, o estilista continuaria &agrave; frente de sua marca masculina hom&ocirc;nima. No document&aacute;rio Dior e eu, que acompanha a produ&ccedil;&atilde;o e o desfile de sua primeira cole&ccedil;&atilde;o de alta-costura, outono-inverno 2012/13, Sidney Toledano, ent&atilde;o CEO da marca, apresenta o novato &agrave; equipe e pergunta a ele se deseja ser tratado como monsieur Raf ou simplesmente Raf. O estilista aponta a segunda op&ccedil;&atilde;o, ao que Toledano completa: &ldquo;Vamos cham&aacute;-lo de Raf como s&iacute;mbolo de modernidade&rdquo;. Come&ccedil;ava, de fato, uma nova era para a grife francesa. Nesta fase, o design das pe&ccedil;as se tornaria clean sem perder a ess&ecirc;ncia feminina. Sua trajet&oacute;ria &agrave; frente do estilo da Dior &eacute; tema da sexta publica&ccedil;&atilde;o de uma s&eacute;rie de table books dedicados a cada um dos diretores art&iacute;sticos da Maison.&nbsp;
Dior by Raf Simons, que sai pela Assouline, revela a vis&atilde;o criativa do designer belga por meio de &ldquo;retratos de vestidos&rdquo; feitos pelo fot&oacute;grafo Laziz Hamani ao lado de imagens de Tim Walker, Paolo Roversi, Peter Lindbergh, Willy Vanderperre e Sarah Moon, al&eacute;m de textos assinados pelo jornalista Tim Blanks. Em cada uma das cole&ccedil;&otilde;es do estilista, os modelos contam implicitamente a hist&oacute;ria de seu fasc&iacute;nio por Christian Dior, com quem descobriu afinidades preciosas, incluindo natureza e jardins, design e arte. Com Monsieur Dior, ele tamb&eacute;m cultivou o gosto pela modernidade e o desejo de celebrar o legado atrav&eacute;s do prisma de uma perspectiva sempre voltada para o futuro. &ldquo;N&atilde;o devemos esquecer o passado, devemos ir al&eacute;m dele&rdquo;, afirma Raf.

Ao longo de 344 p&aacute;ginas, o livro aborda os tr&ecirc;s anos em que Raf uniu a heran&ccedil;a cultural e est&eacute;tica da Dior com suas modelagens aerodin&acirc;micas e apre&ccedil;o por novos materiais. Tamb&eacute;m mergulha na sua trajet&oacute;ria pessoal. Raf cresceu na pequena cidade de Neerpelt, carente de op&ccedil;&otilde;es culturais, exceto por uma loja de discos onde ele podia peneirar bandas, como Kraftwerk, Joy Division, New Order e Depeche Mode, nos anos 1980. A televis&atilde;o foi porta de entrada para a paix&atilde;o pela arte e para a moda por meio de programas como Chambres d&rsquo;Amis, do curador belga Jan Hoet, e Style with Elsa Klensch, da CNN.

Simons mudou-se para Genk e formou-se em design industrial e de m&oacute;veis em 1991 pelo Institut of Visual Communication, interessado por m&oacute;veis da metade do s&eacute;culo 20, vidro e cer&acirc;mica, ao contr&aacute;rio do movimento est&eacute;tico da &eacute;poca, que apontava para refer&ecirc;ncias como Philippe Starck e o grupo radical milan&ecirc;s Memphis liderado por Ettore Sottsass. A criatividade e a ascens&atilde;o do Antwerp Six, que colocou a B&eacute;lgica no mapa da moda internacional, o levou a estagiar para Walter van Beirendonck, desenvolvendo, por exemplo, m&oacute;veis e embalagens e acompanhando o estilista a Paris algumas vezes. Uma dessas oportunidades mudaria sua vida para sempre. Ele assistiu seu primeiro desfile de moda, o terceiro de Martin Margiela e lend&aacute;ria apresenta&ccedil;&atilde;o para a primavera-ver&atilde;o 1990 em um playground infantil na vizinhan&ccedil;a de Paris, com crian&ccedil;as lotando a primeira fila &ndash; as modelos convidavam os pequenos a entrarem na passarela. A cena era t&atilde;o delicada que boa parte dos convidados se emocionou, incluindo Raf. &ldquo;Nada mais na moda teve um impacto t&atilde;o grande em mim. S&oacute; a&iacute; entendi o que a moda poderia ser ou o que ela poderia significar para as pessoas&rdquo;, comenta ele, no livro.

O livro ABORDA OS TR&Ecirc;S ANOS EM QUE Raf UNIU A HERAN&Ccedil;A CULTURAL E EST&Eacute;TICA DA Dior COM SUAS modelagens AERODIN&Acirc;MICAS E APRE&Ccedil;O POR NOVOS MATERIAIS.&nbsp;

Sua grife masculina hom&ocirc;nima, lan&ccedil;ada em 1995 e encerrada em novembro do ano passado, contribuiu para transform&aacute;-lo em um dos mais aclamados estilistas contempor&acirc;neos. Com apenas dois anos de vida, sua neomarca j&aacute; figurava entre as op&ccedil;&otilde;es cult em desfiles parisienses, com sua alfaiataria skinny, pegada de uniformes, experimenta&ccedil;&otilde;es e casting de rua. Em 2005 entrou para a Jil Sander, onde estreou no segmento feminino e de onde saiu em 2012 para ocupar o lugar de John Galliano, que havia sido demitido ap&oacute;s coment&aacute;rios antissemitas. Assim que assumiu a Dior, ele mergulhou nos arquivos e descobriu, al&eacute;m de cria&ccedil;&otilde;es que traduziam o DNA da marca, uma profunda conex&atilde;o com Christian Dior atrav&eacute;s da paix&atilde;o de ambos pela arte. &ldquo;N&atilde;o posso viver sem, &eacute; como o ar&rdquo;, define.&nbsp;
Estar &agrave; frente da cria&ccedil;&atilde;o da Dior tamb&eacute;m foi uma grande mudan&ccedil;a de paradigma para Raf Simons. &ldquo;Sempre me vi como uma pequena entidade, e sempre ser&aacute; assim. Eu n&atilde;o estou mudando. Mas acho que o grande desafio para mim ao enfrentar a Dior &eacute; ver como posso conectar isso a uma institui&ccedil;&atilde;o t&atilde;o grande. Eu vejo minha posi&ccedil;&atilde;o em toda essa constru&ccedil;&atilde;o da Dior de maneira muito diferente da minha pr&oacute;pria marca. Esta permanecer&aacute; ou cair&aacute; por minha causa. Dior n&atilde;o vai cair se eu cair. Tamb&eacute;m permanecer&aacute; de p&eacute; se eu n&atilde;o estiver l&aacute;. Estou chegando l&aacute; e &eacute; como &ndash; n&atilde;o sei a palavra em ingl&ecirc;s &ndash; como uma passagem&rdquo;, disse ele na &eacute;poca que foi contratado. &ldquo;Em retrospectiva, soa prof&eacute;tico&rdquo;, pontua Tim Blanks.

Raf deixou a marca francesa em outubro de 2015, depois de tr&ecirc;s anos e meio, chocando a ind&uacute;stria da moda. &ldquo;&Eacute; uma decis&atilde;o baseada inteiramente e igualmente no meu desejo de focar em outros interesses da minha vida, incluindo minha pr&oacute;pria marca, e nas paix&otilde;es que me levam para fora do meu trabalho&rdquo;, justificou ele. Nos bastidores, sua sa&iacute;da fomentou o debate sobre press&otilde;es, demandas e restri&ccedil;&otilde;es impostas por grandes marcas. Depois da Dior, Raf passou pela Calvin Klein e desde 2020 &eacute; co-diretor criativo da Prada, atuando ao lado de Miuccia Prada.&nbsp;

Dior resgata a trajetória do estilista Raf Simons

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