O desfile-show da marca de Emicida e Fióti se consagra como necessário no calendário do SPFW. 

Na passarela: a funkeira Mc Carol, a cantora Iza, os rappers Tha&iacute;de e Black Alien. As cores dos looks desfilados: diferentes&nbsp;tons de azul &ndash; que ganhavam diversos corpos e contornos ao longo da apresenta&ccedil;&atilde;o da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/por-tras-da-lab-fantasma">LAB</a>, no SPFW. Em seu terceiro desfile, a marca comandada pelos irm&atilde;os Emicida e <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/cultura/fioti-da-lab-expoe-episodio-de-racismo-no-spfw">Fi&oacute;ti</a> fez um mergulho no passado, para guiar o futuro. Claro, emocionando muita gente na plateia.&nbsp;
Jaquetas estampadas com penas de aves, parkas oversized e pe&ccedil;as estampadas com o tema "Avu&aacute;". "N&oacute;s temos menos modelos nesse desfile, mas quer&iacute;amos trazer essas pessoas que vemos na rua. Trazer a rua para a passarela", conta Marina Santa Helena, namorada de Emicida e coordenadora de casting do desfile. As pe&ccedil;as da LAB atendem do modelo 36 ao 58 e a cole&ccedil;&atilde;o estar&aacute; a pr&eacute;-venda online a partir de setembro.
Enquanto os looks eram desfilados, a dupla &ndash; que assina a dire&ccedil;&atilde;o criativa da linha &ndash; aproveitou para lan&ccedil;ar uma m&uacute;sica hom&ocirc;nima, com&nbsp;participa&ccedil;&atilde;o dos rappers Rael, Drik Barbosa, Kamau e Coruja BC1 &ndash; os artistas estavam&nbsp;espalhados pela plateia enquanto aguardavam o momento de entrar em cena.

Emicida e Fióti

&quot;N&atilde;o usamos p&oacute; no make. A ideia era fazer um resgate da periferia, olhar para as origens da marca. A pele &eacute; iluminada, usei uma base leve. Para os olhos, batom! Um l&iacute;quido e um cremoso &ndash; e que tamb&eacute;m apliquei nas ma&ccedil;&atilde;s do rosto. A sobrancelha &eacute; bem espalhada, joguei ela para cima com m&aacute;scara incolor de c&iacute;lios para um toque natural&quot;, conta o beauty artist Marcos Costa, respons&aacute;vel pela beleza do desfile.

A passarela colorida e diversa da LAB trouxe ainda parcerias in&eacute;ditas. As pochetes douradas foram desenvolvidas exclusivamente pela marca Agora que Sou Rica, de Jana Rosa. Assim como as argolas desejo, assinadas por Dryca Ryzzo.&nbsp;
O clima de homenagem tamb&eacute;m foi dedicado ao sambista Wilson das Neves, fonte de inspira&ccedil;&atilde;o dos irm&atilde;os e falecido recentemente. A nova cole&ccedil;&atilde;o &eacute; cheia de pequenos detalhes que remetem ao passado da dupla, da mesma maneira que miram no futuro das pessoas que compartilham da&nbsp;filosofia da marca. Detalhes em dourado, estampas bem trabalhadas e brincadeiras com propor&ccedil;&otilde;es &ndash; em styling impec&aacute;vel de Paulo Martinez&nbsp;&ndash; conseguiram traduzir as inten&ccedil;&otilde;es da LAB, de se&nbsp;tornar un&acirc;nime em quem chega perto.&nbsp;

Fi&oacute;ti responde algumas perguntas sobre a cole&ccedil;&atilde;o:&nbsp;

Qual &eacute; o balan&ccedil;o das duas edi&ccedil;&otilde;es anteriores? 

Conseguimos chegar no terceiro. A gente aprendeu muitas coisas, principalmente com os erros, mas principalmente que precisamos continuar inovando. Acima de tudo, com a parte comercial. Sinto que estamos mais maduros, estamos chegando mais perto do desejo da pessoa que usa nossa marca. Isso tamb&eacute;m significa menos quantidade. A gente tamb&eacute;m trabalha muito no conceito de desfile-show, fizemos uma trilha especial s&oacute; para esse desfile &ndash; a m&uacute;sica vai ser disponibilizada logo que acabar. Estamos falando de algo al&eacute;m do desfile de moda.

A inspira&ccedil;&atilde;o para a m&uacute;sica &eacute; a mesma para moda? 

A gente s&oacute; come&ccedil;ou a se envolver com moda para produzir merch para o Emicida. Quando a gente montou a gravadora, pensamos nas camisetas para conseguir resistir, porque vend&iacute;amos o disco a 2 reais. Ent&atilde;o, quando montamos a marca, a gente queria um produto que tivesse a ver com nossa origem. O pre&ccedil;o sempre foi algo muito importante. Todos os nossos desfiles tem esse car&aacute;ter musical muito forte, porque a m&uacute;sica continua sendo nosso business principal. A moda &eacute; mais uma plataforma de express&atilde;o, para conseguir transpor al&eacute;m dos ouvidos. Pensando em quem escuta o som, o que eles vestem no dia a dia?

&nbsp;

Voc&ecirc;s tinham o costume de comprar camisetas de banda? 

Desde sempre! Amo camisetas de bandas e de festivais. Lembro que a primeira camiseta que a gente fez foi para o primeiro disco do Emicida. Todos os nossos acertos &ndash; comercialmente falando &ndash; tem sempre a ver com algum produto musical. Essa camiseta era marrom e inspirada no &quot;Pra quem j&aacute; mordeu um Cachorro por Comida, at&eacute; que eu Cheguei Longe... &quot;. Era um momento em que ainda existia CD, ent&atilde;o as bandas n&atilde;o ligavam muito para o merch. Acho que podemos relan&ccedil;ar essa primeira camiseta como modelo cl&aacute;ssico. Fazemos 10 anos de selo daqui dois anos. As pessoas gostam de &quot;primeiros&quot;, que nem o desfile &quot;Yasuke&quot;, a primeira vez &eacute; sempre mais emblem&aacute;tica.

E como foi a concep&ccedil;&atilde;o desse desfile? 

A gente queria entender quem era o consumidor da LAB depois dos dois desfiles do SPFW. Ent&atilde;o, para essa cole&ccedil;&atilde;o quer&iacute;amos ir para uma linha mais t&ecirc;nue e se inspirar dentro da nossa trajet&oacute;ria. A gente teve a hist&oacute;ria do guerreiro do Jap&atilde;o, depois a no&ccedil;&atilde;o de heran&ccedil;a, agora queremos falar das origens. Queremos propor um caminho novo no presente. Esse desfile tem a ver com nossos f&atilde;s, o que ele gosta, como se veste&hellip; N&atilde;o queremos deixar de vestir as pessoas que sempre nos acompanharam. Conseguimos melhorar a quest&atilde;o de pre&ccedil;o &ndash; pelo cen&aacute;rio que vivemos &ndash; se a gente abrisse m&atilde;o de alguns modelos de produ&ccedil;&atilde;o para para a marca se expandir mais.

Fotos: Ag&ecirc;ncia Fotosite e Jo&atilde;o Sal.&nbsp;

Fióti: "Nosso business principal continua sendo a música"

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