Cresce o n&uacute;mero de m&eacute;dicos que indicam uma altera&ccedil;&atilde;o intensa de h&aacute;bitos alimentares para suas pacientes com endometriose. A estrat&eacute;gia consegue diminuir os sintomas dessa doen&ccedil;a t&atilde;o comum e t&atilde;o incapacitante que pode afetar, inclusive, a fertilidade.

Sentir fortes dores durante o per&iacute;odo da TPM ou o da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/wellness/tpm-melhores-alimentos-para-aliviar-os-sintomas-pre-menstruais">menstrua&ccedil;&atilde;o</a> pode indicar uma doen&ccedil;a chamada <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/wellness/inflamacao-e-infertilidade-ha-alguma-relacao-entre-os-dois">endometriose</a>, apesar de muitas pessoas ainda acharem que &eacute; normal e faz parte do ciclo feminino sofrer tanto em alguns dias do m&ecirc;s. Um grande problema envolvendo a doen&ccedil;a, mundialmente, &eacute; o longo caminho at&eacute; o diagn&oacute;stico. Dados apontam que a m&eacute;dia &eacute; de sete anos de um doloroso percurso at&eacute; entender e come&ccedil;ar assim um caminho para amenizar sintomas, uma vez que ainda n&atilde;o existe cura. Um dos motivos da demora envolve, infelizmente, a neglig&ecirc;ncia de m&eacute;dicos que n&atilde;o solicitam exames espec&iacute;ficos para o caso e n&atilde;o levam a s&eacute;rio o mart&iacute;rio relatado. O ultrassom com preparo intestinal, focado na doen&ccedil;a, &eacute; o mais comum atualmente, por ser menos invasivo do que a videolaparoscopia (tamb&eacute;m indicada em certos casos) e mais exato do que outros ultrassons ginecol&oacute;gicos. H&aacute; m&eacute;dicos tamb&eacute;m que passam resson&acirc;ncias magn&eacute;ticas e exames de sangue, como o CA 125, um marcador tumoral, para completar o diagn&oacute;stico.

Foto: Getty Images

&ldquo;A endometriose &eacute; uma desordem inflamat&oacute;ria dolorosa que afeta, principalmente, a regi&atilde;o p&eacute;lvica. Os sintomas incluem dor durante o per&iacute;odo menstrual, dor ao urinar ou ao evacuar, sangramento excessivo durante a menstrua&ccedil;&atilde;o, diarreia, fadiga, constipa&ccedil;&atilde;o e dor lombar-sacra. Se n&atilde;o tratada, a doen&ccedil;a pode afetar a fertilidade e aumentar ligeiramente o risco de c&acirc;ncer de ov&aacute;rio ou adenocarcinoma. Mas, na maioria dos casos, o risco permanece baixo e o tratamento ginecol&oacute;gico &eacute; fundamental para controlar a doen&ccedil;a&rdquo;, diz Mariela Silveira, m&eacute;dica especialista em nutrologia e terapia cognitiva, diretora t&eacute;cnica do Kurotel.
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As rotinas cient&iacute;ficas mais populares dispon&iacute;veis atualmente envolvem o uso de p&iacute;lula anticoncepcional cont&iacute;nua, para que a paciente deixe de sangrar e, por consequ&ecirc;ncia, sentir fortes dores no per&iacute;odo menstrual, mas tamb&eacute;m &eacute; poss&iacute;vel fazer uso do horm&ocirc;nio dienogeste. Apesar de n&atilde;o ser considerado um anticoncepcional, ele interfere na tentativa de engravidar. Ali&aacute;s, a endometriose est&aacute; relacionada &agrave; infertilidade, mas n&atilde;o em todos os casos. Em quadros mais graves, quando o tecido do endom&eacute;trio adere a outros &oacute;rg&atilde;os, como bexiga e intestino, pode ser indicada cirurgia (videolaparoscopia), especialmente para quem deseja ter um filho. O problema &eacute; que n&atilde;o h&aacute; garantia de que a doen&ccedil;a n&atilde;o retornar&aacute;, o que faz com que a op&ccedil;&atilde;o seja descartada em muitos cen&aacute;rios, por indica&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica ou decis&atilde;o do paciente. S&oacute; que, paralelamente ao que j&aacute; foi citado, h&aacute; uma luz no fim do t&uacute;nel para quem quer amenizar as dores e controlar a doen&ccedil;a, algo que engloba altera&ccedil;&otilde;es significativas no estilo de vida. A endometriose atinge de 5% a 15% das mulheres no per&iacute;odo reprodutivo, em torno de 3% na p&oacute;s-menopausa e entre 20% e 50% das mulheres inf&eacute;rteis, com grandes impactos f&iacute;sicos e emocionais.

Estudos cient&iacute;ficos mostram que existe sim um caminho, que ainda precisa ser melhor estudado, envolvendo a alimenta&ccedil;&atilde;o e a endometriose, por exemplo.&nbsp;
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Menus que podem diminuir o risco da doen&ccedil;a incluem o consumo de vegetais, ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes, al&eacute;m de alimentos fonte de &aacute;cidos graxos &ocirc;mega-3 (peixes e azeites). &ldquo;T&atilde;o importante quanto incluir alimentos ben&eacute;ficos &eacute; reduzir drasticamente os fatores diet&eacute;ticos que podem potencialmente aumentar o risco de desenvolver endometriose, como o consumo de &aacute;cidos graxos insaturados, trans e modificados, carne vermelha em excesso e carnes processadas, a&ccedil;&uacute;car e farin&aacute;ceos refinados, o consumo abusivo de alimentos industrializados e bebidas alco&oacute;licas. Entre os melhores planos alimentares, destaca-se a dieta mediterr&acirc;nea&rdquo;, diz Marcella Garcez, m&eacute;dica nutr&oacute;loga, mestre em Ci&ecirc;ncias da Sa&uacute;de pela Escola de Medicina PUC-PR.&nbsp;
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T&Atilde;O importante QUANTO incluir ALIMENTOS BEN&Eacute;FICOS &Eacute; reduzir DRASTICAMENTE OS FATORES DIET&Eacute;TICOS QUE PODEM POTENCIALMENTE aumentar O RISCO DE DESENVOLVER endometriose, COMO O CONSUMO DE &aacute;cidos graxos INSATURADOS, TRANS E MODIFICADOS, CARNE VERMELHA EM EXCESSO E CARNES PROCESSADAS, A&Ccedil;&Uacute;CAR E FARIN&Aacute;CEOS REFINADOS, O consumo abusivo DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS E BEBIDAS ALCO&Oacute;LICAS. ENTRE OS MELHORES PLANOS ALIMENTARES, destaca-se A dieta MEDITERR&Acirc;NEA.&rdquo;
&mdash; MARCELLA GARCEZ

A alimenta&ccedil;&atilde;o parece ser o que mais impacta na diminui&ccedil;&atilde;o de c&oacute;licas e altera&ccedil;&otilde;es intestinais da mulher com endometriose, mas n&atilde;o &eacute; o &uacute;nico ponto a ser explorado. &ldquo;As atividades f&iacute;sicas aer&oacute;bicas, como andar de bicicleta e correr, que aumentam a frequ&ecirc;ncia card&iacute;aca e a mant&ecirc;m alta por um tempo, tamb&eacute;m desempenham um &oacute;timo papel na qualidade de vida. Quantificando, um bom n&uacute;mero &eacute; praticar, de 3 a 4 vezes por semana, sess&otilde;es de 40 minutos desse tipo de atividade&rdquo;, explica o Prof. Dr. Mauricio Abr&atilde;o, um dos m&eacute;dicos ginecologistas mais renomados, no Brasil e no exterior, quando o assunto &eacute; endometriose. Para ele, a jun&ccedil;&atilde;o de uma alimenta&ccedil;&atilde;o mais natural e equilibrada, anti-inflamat&oacute;ria, a atividade f&iacute;sica e a redu&ccedil;&atilde;o do estresse s&atilde;o bons pilares de diminui&ccedil;&atilde;o de sintomas dentro do que a ci&ecirc;ncia descobriu at&eacute; agora sobre essa patologia que ainda &eacute; bastante misteriosa. Para o futuro, pesquisas com um medicamento japon&ecirc;s est&atilde;o em andamento e poder&atilde;o ser um divisor de &aacute;guas no tratamento, mas essas investiga&ccedil;&otilde;es ainda v&atilde;o demorar alguns anos at&eacute; termos certeza de que o arsenal contra tanta dor p&eacute;lvica ter&aacute; mais uma arma poderosa.

Algumas recomenda&ccedil;&otilde;es diet&eacute;ticas gerais que podem ser &uacute;teis para mulheres com endometriose, segundo Fernando Prado, m&eacute;dico ginecologista, obstetra e especialista em reprodu&ccedil;&atilde;o humana:&nbsp;
<ul>
 <li style="text-align: justify;">Aumente a ingest&atilde;o de frutas, vegetais, gr&atilde;os integrais e peixes: esses alimentos fornecem nutrientes essenciais e podem ajudar a reduzir a inflama&ccedil;&atilde;o do corpo, j&aacute; que a endometriose &eacute; uma doen&ccedil;a inflamat&oacute;ria.</li>
 <li style="text-align: justify;">Reduza a ingest&atilde;o de carne vermelha e alimentos processados.</li>
 <li style="text-align: justify;">Incorpore alimentos anti-inflamat&oacute;rios em sua dieta, como nozes, sementes e azeite.</li>
 <li style="text-align: justify;">Evite alguns alimentos que podem piorar os sintomas, como latic&iacute;nios, gl&uacute;ten ou cafe&iacute;na.</li>
 <li style="text-align: justify;">Por fim, recomendo manter um di&aacute;rio alimentar para identificar o que pode ser gatilho, ou seja, alimentos que pioram a dor.</li>
</ul>

Endometriose: como a alimentação pode te ajudar?

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