Segundo um estudo publicado pelo Future Foods, carnes e latic&iacute;nios plant-based s&atilde;o mais saud&aacute;veis e sustent&aacute;veis do que os produtos de origem animal. Saiba tudo sobre o assunto:

<a href="https://www.revistalofficiel.com.br/gastronomia/plant-based-saiba-tudo-sobre-os-alimentos-do-momento">Plant-based</a> &eacute; o momento! As carnes feitas a partir de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/couro-de-abacaxi-cacto-ou-cogumelo-vegano">plantas</a>, popularmente conhecidas como &ldquo;carnes do futuro&rdquo;, e os &ldquo;latic&iacute;nios&rdquo; de origem vegetal t&ecirc;m ganhado cada vez mais popularidade entre aqueles que desejam <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/wellness/veganismo-x-massa-muscular-potencialize-seus-resultados">reduzir o consumo de ingredientes de origem animal</a> ou est&atilde;o come&ccedil;ando a adotar o vegetarianismo ou o <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/beleza-vegana-conheca-as-melhores-marcas-de-cosmeticos-vegan-e-cruelty-free">veganismo</a> como estilo de vida.&nbsp;
Segundo a m&eacute;dica nutr&oacute;loga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Nutrologia (ABRAN), esses produtos s&atilde;o desenvolvidos para tentar replicar o gosto, o aroma, a textura e a experi&ecirc;ncia geral de alimentos de origem animal. E, para muitas pessoas, &eacute; mais f&aacute;cil optar por produtos com essas caracter&iacute;sticas como forma de reduzir o consumo de carnes e latic&iacute;nios em vez de simplesmente abandonar toda a experi&ecirc;ncia dos alimentos de origem animal em troca de cozinhar alimentos vegetais in natura.&nbsp;
Ap&oacute;s uma <a href="https://click.presskit.com.br/url/90634270b2/63178480943">revis&atilde;o publicada no final de julho no peri&oacute;dico cient&iacute;fico Future Foods,</a> foi comprovado que as carnes e latic&iacute;nios feitos a partir de plantas s&atilde;o, sim, alternativas mais saud&aacute;veis e ambientalmente sustent&aacute;veis.&nbsp;

Plant-based

<h1>Mas como o estudo foi feito?</h1>

Para chegar a essa conclus&atilde;o, os pesquisadores examinaram 43 estudos que abordavam os impactos dos alimentos &agrave; base de plantas no meio ambiente e na sa&uacute;de do consumidor. Na quest&atilde;o ambiental, por exemplo, um dos estudos compreendidos pela revis&atilde;o mostrava que produtos feitos a partir de plantas provocam n&iacute;veis mais baixos de emiss&atilde;o de gases de efeito estufa do que os alimentos de origem animal.&nbsp;
Outro artigo apontava que substituir 5% do consumo de carne de vaca na Alemanha por prote&iacute;na de ervilha poderia reduzir a emiss&atilde;o de Di&oacute;xido de Carbono (CO2) em at&eacute; oito milh&otilde;es de toneladas por ano. &ldquo;Uma das conclus&otilde;es levantadas pela revis&atilde;o a partir da an&aacute;lise dos estudos foi que, de maneira geral, a produ&ccedil;&atilde;o de alimentos &agrave; base de plantas requer menos terra para agricultura, utiliza menos &aacute;gua e causa menos polui&ccedil;&atilde;o do que os alimentos de origem animal&rdquo;, destaca a Dra. Marcella Garcez.
J&aacute; os estudos analisados pelos pesquisadores que focavam no quesito &ldquo;sa&uacute;de&rdquo; dos alimentos feitos a partir de plantas apontavam, por exemplo, que esses produtos tendem a possuir um perfil nutricional melhor do que produtos de origem animal, principalmente com rela&ccedil;&atilde;o a gorduras saturadas, colesterol, fibras e uma variedade de outros nutrientes. Alguns dos artigos inclusive sugeriam que carnes e latic&iacute;nios de origem vegetal podem beneficiar a perda de peso e o ganho de massa muscular, al&eacute;m de poderem contribuir para condi&ccedil;&otilde;es espec&iacute;ficas de sa&uacute;de, incluindo controle da insulina e redu&ccedil;&atilde;o do risco de doen&ccedil;as cardiovasculares. &ldquo;Al&eacute;m disso, as carnes e latic&iacute;nios feitos a partir de plantas n&atilde;o colaboram para a resist&ecirc;ncia do organismo a antibi&oacute;ticos, uma crescente amea&ccedil;a &agrave; sa&uacute;de global associada ao consumo de alimentos de origem animal, visto que essas subst&acirc;ncias s&atilde;o comumente utilizadas na cria&ccedil;&atilde;o de aves, su&iacute;nos, bovinos e peixes&rdquo;, alerta a nutr&oacute;loga.
Um fato curioso apontado por um dos estudos inclu&iacute;dos na revis&atilde;o &eacute; que 90% dos consumidores de carnes e latic&iacute;nios feitos de plantas s&atilde;o, na verdade, comedores de carne animal ou adeptos do flexitarianismo, movimento que preza pela redu&ccedil;&atilde;o do consumo de carnes e latic&iacute;nios de maneira mais flex&iacute;vel que o vegetarianismo ou o veganismo. &ldquo;Ent&atilde;o podemos enxergar como esses produtos &agrave; base de plantas s&atilde;o capazes de facilitar mudan&ccedil;as na alimenta&ccedil;&atilde;o, reduzindo a demanda por produtos de origem animal ao apelarem para elementos fundamentais que os consumidores procuram ao consumir carnes e latic&iacute;nios, como sabor, textura e experi&ecirc;ncia, al&eacute;m, &eacute; claro, da conveni&ecirc;ncia&rdquo;, afirma.
Mas os autores da revis&atilde;o ressaltam que, apesar dos benef&iacute;cios apresentados dos produtos feitos a partir de plantas em compara&ccedil;&atilde;o aos alimentos de origem animal, uma s&eacute;rie de fatores pessoais podem impactar em seus efeitos na sa&uacute;de do consumidor. Al&eacute;m disso, destacam que a revis&atilde;o tem limita&ccedil;&otilde;es, como o fato de apenas abranger estudos em ingl&ecirc;s e n&atilde;o ter sido realizada an&aacute;lise quantitativa com rela&ccedil;&atilde;o ao impacto desses alimentos na sa&uacute;de e sustentabilidade devido a grande variedade de estudos e m&eacute;todos inclu&iacute;dos na revis&atilde;o. &ldquo;Como o aumento da popularidade e oferta dos produtos &agrave; base de plantas &eacute; recente, &eacute; importante refor&ccedil;ar ainda que grande parte das pesquisas sobre o assunto s&atilde;o relativamente novas e possuem lacunas, com mais estudos sobre o tema sendo necess&aacute;rios&rdquo;, diz a nutr&oacute;loga.

No estudo, uma ressalva importante foi feita: os alimentos produzidos a partir de plantas est&atilde;o sendo comparados &agrave;queles que se prop&otilde;em a substituir, no caso, produtos de origem animal, mostrando-se ent&atilde;o mais saud&aacute;veis. O que n&atilde;o quer dizer, no entanto, que s&atilde;o, de maneira generalizada, a melhor e mais saud&aacute;vel op&ccedil;&atilde;o para aqueles que desejam reduzir ou eliminar o consumo de carnes e latic&iacute;nios. &ldquo;Muitos desses produtos produzidos a partir de plantas, especialmente as carnes, s&atilde;o considerados alimentos ultraprocessados, isto &eacute;, s&atilde;o formula&ccedil;&otilde;es industriais fabricadas a partir de subst&acirc;ncias extra&iacute;das ou derivadas de outros alimentos (no caso, as plantas) e sintetizadas em laborat&oacute;rio (corantes, aromatizantes, conservantes e aditivos). Esse processamento &eacute; o que torna tais alimentos mais agrad&aacute;veis ao paladar e similares aos produtos que se prop&otilde;em a substituir, mas tamb&eacute;m &eacute; o que faz com que n&atilde;o sejam t&atilde;o saud&aacute;veis quanto os alimentos in natura, podendo, dependendo da composi&ccedil;&atilde;o, aumentar o risco de certos problemas de sa&uacute;de, como obesidade, colesterol e doen&ccedil;as cardiovasculares&rdquo;, alerta a Dra. Garcez.
Ent&atilde;o, &eacute; importante prestar aten&ccedil;&atilde;o ao que voc&ecirc; est&aacute; comprando e entender como aquele produto foi fabricado e o que traz em sua composi&ccedil;&atilde;o. Sempre avaliar a tabela nutricional e a lista de ingredientes de cada alimento, tomando cuidado com o excesso de conservantes e ingredientes qu&iacute;micos que podem trazer problemas de sa&uacute;de. A melhor op&ccedil;&atilde;o para aqueles que desejam abandonar os produtos de origem animal de maneira realmente saud&aacute;vel &eacute; apostar nas prepara&ccedil;&otilde;es caseiras de alimentos vegetais in natura. &ldquo;Alternativas &agrave; carne, as prote&iacute;nas vegetais, como sementes, oleaginosas e leguminosas, incluindo feij&otilde;es, ervilhas, lentilhas, gr&atilde;os de bico, nozes e castanhas podem ser inclu&iacute;das e combinadas em uma dieta equilibrada, variada e o mais natural poss&iacute;vel. Para garantir todos os amino&aacute;cidos essenciais, a combina&ccedil;&atilde;o de um cereal com um gr&atilde;o &eacute; o recomendado, por exemplo: feij&atilde;o e arroz, ou ervilha e milho. J&aacute; para substituir leite e derivados, uma excelente op&ccedil;&atilde;o &eacute; preparar seu pr&oacute;prio leite em casa a partir de alimentos como aveia, arroz e am&ecirc;ndoas&rdquo;, aconselha a especialista.

Os autores do estudo destacam tamb&eacute;m que, apesar dos avan&ccedil;os recentes, ainda h&aacute; muito espa&ccedil;o para desenvolver e melhorar a textura, sabor e at&eacute; mesmo as propriedades nutricionais destes novos alimentos, adicionando mais amino&aacute;cidos, vitaminas e antioxidantes, por exemplo. E, com o aumento em sua popularidade e estudos comprovando suas vantagens para a sa&uacute;de e o ambiente, as inova&ccedil;&otilde;es n&atilde;o devem demorar a acontecer.
Uma curiosidade interessante dita por Marcella Garcez &eacute; que essas inova&ccedil;&otilde;es que garantem uma alimenta&ccedil;&atilde;o mais saud&aacute;vel e sustent&aacute;vel, n&atilde;o se restringem os alimentos &agrave; base de plantas, ocorrendo tamb&eacute;m com os produtos de origem animal, como &eacute; o caso da carne &lsquo;in vitro&rsquo;: produzida em laborat&oacute;rio a partir da multiplica&ccedil;&atilde;o de c&eacute;lulas retiradas de animais e cultivadas em laborat&oacute;rio pode fazer com que, futuramente, o consumo de prote&iacute;na animal seja desvinculado do abate e dos impactos ambientais, necessitando de uma menor quantidade de animais, com menor emiss&atilde;o de gases do efeito estufa, menor consumo de &aacute;gua e evitando os maus-tratos do abate, al&eacute;m de, teoricamente, excluir a necessidade do uso de horm&ocirc;nios e antibi&oacute;ticos. O grande desafio do momento &eacute; mimetizar a textura e o sabor da carne, o que faz com que, talvez, demoremos para ver esse tipo de tecnologia ser amplamente utilizada.

Plant-based: vale a pena substituir a carne animal?

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