Respirando baixo, a Gammba bate o retorno de Vitorino Campos &agrave; moda pr&oacute;pria, bem acompanhado e com tranquilidade

Muito se diz que a moda precisa acontecer em outro tempo, ser pensada em outro timing. Uma vontade muito mais te&oacute;rica do que pr&aacute;tica, essa provoca&ccedil;&atilde;o &eacute;tica vira e mexe tem dado seus resultados de mudan&ccedil;as &mdash; ou, ao menos, tentativas deles. Para os tempos atuais, tentativas j&aacute; s&atilde;o caminhos bem andados.&nbsp;
Com uma loja aberta de supet&atilde;o nos apagares de 2023, em <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/dia-dos-namorados-alem-do-centro-de-sao-paulo">S&atilde;o Paulo</a>, a Gammba se prop&otilde;e exatamente isso: a tentar. &Eacute; um resultado de seis meses de tour de force de tr&ecirc;s amigos que passaram a &uacute;ltima d&eacute;cada se cruzando pela ind&uacute;stria: o estilista Vitorino Campos, o <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/luz-e-sombra-editorial">fot&oacute;grafo Ivan Erick</a> Menezes e o retoucher Philipe Mortosa. A etiqueta &eacute; a primeira incurs&atilde;o dos dois &uacute;ltimos deste lado do balc&atilde;o, enquanto marca o retorno de Vitorino a uma cria&ccedil;&atilde;o pr&oacute;pria. Ele, que surgiu como um respiro na primeira d&eacute;cada dos <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/tendencias-dos-anos-2000">anos 2000</a>, foi logo absorvido pelos grandes cargos (passando pela Animale e Cori, atualmente na &Aacute;gua de Coco), deixando &oacute;rf&atilde;os os seduzidos pela sua moda.

&ldquo;Tudo aconteceu de forma descontra&iacute;da. Era uma vontade de trabalhar juntos que j&aacute; v&iacute;nhamos tentando fazer acontecer desde a pandemia&rdquo;, diz Vitorino. &ldquo;&Eacute; exatamente isso: uma forma da gente se conectar com o momento que estamos vivendo, pensando no nosso trabalho e na forma que as coisas podem tomar e acontecer agora.&rdquo;

Com esse &ldquo;agora&rdquo;, esque&ccedil;a afeta&ccedil;&otilde;es de grandes labels, OOTD exagerados ou ostenta&ccedil;&otilde;es fashionistas. Sob o olhar do trio, a Gambba (corruptela de Gamboa, praia de Salvador) sintoniza a m&atilde;o criativa do estilista em busca de uma utopia de vida mais centrada, sem atropelos nem demasias. &ldquo;N&atilde;o queremos o produto para lacrar, aquele que chama aten&ccedil;&atilde;o, mas vai ficar no fundo do arm&aacute;rio pois a pessoa n&atilde;o consegue usar duas vezes. N&atilde;o &eacute; o que a gente acredita. &Eacute; outro caminho, pela leveza do conforto, as cores s&atilde;o mais s&oacute;brias&rdquo;, pontua Ivan.

&ldquo;N&Atilde;O &Eacute; PARA A ROUPA ser MAIOR QUE A PESSOA, &Eacute; PARA acompanhar. ESTAMOS BUSCANDO FAZER ESSE encontro ENTRE A pessoa E ELA MESMA.&rdquo; VITORINO CAMPOS

Vitorino complementa: &ldquo;n&atilde;o &eacute; para a roupa ser maior que a pessoa, &eacute; para acompanhar. Estamos buscando fazer esse encontro entre a pessoa e ela mesma&rdquo;. Isso se traduz em camisas e pare&ocirc;s, bermudas e regatas, vestidos de tric&ocirc; e cal&ccedil;as jeans. A est&eacute;tica do estilista segue ali, um pouco menos r&iacute;gida (f&aacute;cil, talvez?) em compara&ccedil;&atilde;o com sua encarna&ccedil;&atilde;o anterior. Ou, como define, um exerc&iacute;cio livre.&nbsp;
Tudo em busca do remontar de um tal estilo de vida perdido pela moda, f&aacute;cil de usar e com tecidos naturais, que pode ser traduzido na colabora&ccedil;&atilde;o entre amigos que, com suas expertises, ajudam a refinar as vontades e as imagens. Encapsulado e entregue em minidrops que n&atilde;o se pretendem nem de inverno nem de ver&atilde;o, testando o que funciona para entender o que vem depois.

&ldquo;O mercado se acostumou com uma produ&ccedil;&atilde;o absurda, com uma press&atilde;o de toneladas e uma velocidade que n&atilde;o d&aacute; mais. &Eacute; poss&iacute;vel fazer de outra maneira, sabe? Eu passo mal com a primeira imagem que postamos, que &eacute; s&oacute; uma mulher com uma regatinha de tric&ocirc;. &Eacute; uma coisa t&atilde;o simples, t&atilde;o essencial&rdquo;, reflete Vitorino. &ldquo;&Eacute; muito dif&iacute;cil voc&ecirc; conseguir comunicar esse essencial de uma forma que possa fazer brilhar os olhos de algu&eacute;m. Sem grandes pretens&otilde;es, acho que estamos conseguindo.&rdquo;

Gammba bate o retorno de Vitorino Campos à moda própria

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